Não é desculpas, e o porto de sergio apresentou muitos destes erros. A nivel defensivo
Pessoal tem memória seletiva.
Dizer que “o Porto do Sérgio também apresentava muitos destes erros defensivos” é tentar colar tudo ao mesmo saco para limpar o estado atual.
Não. Não era a mesma coisa. Nem de perto.
Havia falhas, claro que sim. Houve fases de menor organização, houve jogos mal preparados, houve ciclos em que a equipa parecia bloqueada. E isso até foi reconhecido por muitos — eu incluído. Aliás, foi exatamente por isso que muita gente defendeu, com razão, que o ciclo dele estava esgotado.
Agora, o que estamos a viver hoje não é continuidade de erros antigos — é um colapso tático total.
No tempo do Sérgio, mesmo nos piores momentos, a equipa sabia pressionar em bloco, encurtar os espaços, disputar os segundos lances com agressividade, condicionar a construção do adversário, atacar a bola com densidade numérica.
Hoje vês o quê?
Centrais largados sem cobertura, meio-campo a ver navios, pressão feita à vez, transições defensivas com buracos de 30 metros, jogadores sem noção de onde devem estar.
E não é só defensivamente. Ofensivamente, o FC Porto atual é uma nulidade completa. A posse é lenta, estéril, lateralizada. Não há jogo entre linhas, não há dinâmicas de apoio, não há movimentos coordenados entre médios e avançados. E o banco está parado a ver.
Portanto não, isto não é “memória seletiva”.
Isto é memória lúcida.
É saber distinguir entre um treinador com defeitos e um treinador que nem sequer conseguiu montar uma equipa funcional. Um falhava em alguns momentos.
O outro falha sistematicamente.
E se há coisa que não podemos fazer agora, é usar os erros do passado como desculpa para aceitar o desastre do presente.
Isso não é justiça — repito é baixar a fasquia até ao subsolo.