Wolf Alice teria sido bem fixe, mas vêm ao Alive.Assim de repente
The XX
Idles
Big Thief
Ethel Cain (e os seus temas de 14 minutos a abrir e a fechar portas)
Dijon
Kneecap
Slowdive
Bad Gyal
Viagra Boys
Amaarae
Oklou
Rusowsky
Panda Bear
Black Country New Road (gostei tanto em Coura, apaixonei-me 5 vezes)
Sudan Archives
Yard Act
Fakemink
Galli Haha
Mark William Lewis (estava para ir vê-lo ao RCA na semana passada, poupei 15 paus mais combustível)
Model / Actriz
Smerz
Water From Your Eyes
Vaiapraia
e ainda meia duzia de cenas que só conhecço de nome que valem bem o passe geral.
Já vi para aí metade mas pronto, o Carvalho também anda pouco imaginativo e anda sempre a rodar por Primavera e Coura. Há um festival no país Países Baixos no mesmo fim de semana e podia trazer cenas tipo MAVI, Jack White, Wolf Alice, Blood Incantation etc , e não ficar tão colado ao Primavera de Barcelona.
Canções que se aguentem só pela letra…hmm, não conheço nenhuma.As pessoas que diziam não sei quê sobre a Amália faziam-no por razões políticas, por acharem que o fado era a música do salazarismo.
As letras do carlos Tê são boas e ajudam a tornar tolerável Mingos e os Samurais.
Mas eu tenho a opinião que nenhuma canção se aguenta só pela letra. Já tive montes de discussões sobre o assunto, penso que até aqui no tópico. Para mim é estranhíssimo ver críticos a falarem duma canção e só se referirem à letra. Para mim a letra é o que menos importa, e algumas das minhas bandas preferidas (por exemplo, Pixies) têm letristas que valha-me deus, não dizem nada de jeito, ou nada que faça sentido.
Hehehe, mas se for por aí, as letras dos GNR também não prestam (discordo muito, acho que são geniais, conquanto sem sentido - propositadamente - por vezes).Vejo que és fã do surrealismo. Eu não sou grande fã do estilo, mas gosto dos filmes do Buñuel e acho alguma graça ao Cesariny. Do Dali não gosto nem pintado!
E as letras do Black Francis são demasiado abstrusas para o meu gosto, mas isso não impede que adore os Pixies de Doolittle e Bossanova.
Se a voz do gajo já não prestava há 30 anos, nem quero imaginar hoje em dia.É top o viagens, o tempo tambem é muito bom, e gostei muito do Momento. Já do Album silencio não se aproveita quase nada.
Fui ver o Abrunhosa em 96 ou 97 numa tenda com os Bandemónio, ficou marcado na memoria esse concerto. Este ano fui ver e foi muito fraco.
O meu letrista preferido é o Georges Brassens, e as canções dele, não sendo más, não valem muito comparadas com um bom tema do Bowie ou dos REM, musicalmente muito mais complexos.Canções que se aguentem só pela letra…hmm, não conheço nenhuma.
Mas tens pessoas que são top por causa das letras - por exemplo, Dylan e Cohen, embora as canções deles sejam musicalmente muito boas. No entanto, para aturar a voz do Dylan, só mesmo gostando muito das letras…
Pelo contrário, também tens canções que se estragam pela letra. O Paul McCartney, num dos primeiros álbuns a solo dele, tem uma música (Monkberry Moon Delight) a meu ver irrepreensível, mas a letra sem sentido (que fala sobre tomates, ketchup, sopas e puré, etc., foi feita para ser nonsense) dá-me alguma agonia.
Hehehe, mas se for por aí, as letras dos GNR também não prestam (discordo muito, acho que são geniais, conquanto sem sentido - propositadamente - por vezes).
Que raio significa, por exemplo, “e ao vir-me / embora em verde tónico / no país onde fumam as cigarras”? Até hoje não sei, mas a imagem agrada-me.
Quando mencionei o The Weeknd, pensei mais na discografia da década passada, que tinha uma sonoridade mais parecida. No entanto, ainda há 2 ou 3 canções de cada um dos álbuns dele desta década que me lembram muito o MJ, até acho que há uma que tem um sample e existe uma que consiste numa narração do Quincy Jones com um instrumental dessa era por trás. Ainda assim, a vibe do The Weeknd sempre foi mais dark e, hoje em dia, vai beber também a outras inspirações.Todos eles têm o seu quê de MJ sem dúvida no delivery vocal, o standard de produção alto, com equipas vastas de especialistas (que muita gente desconhece, muitos são verdadeiros génios musicais) tem uma influência indelével.
Estilos depois é que são todos diferentes, o The Weeknd tem essa influência (e um vocal próximo), mas o todo o seu landscape sonora é synthwave revival (olá Max Martin), não está intrinsecamente ligado ao funk pop do MJ.
O anãozinho Mars é nesse aspecto o mais próximo em termos de som puramente funk pop e até mesmo no delivery vocal é uma tentativa de cópia.
A Stefani "Lady Gaga) é só mesmo no production value, embora ela dependa muito menos de produtores, porque sabe escrever, compor e até executar, e tem um vocal mais profundo, um MJ nunca atingiria, sendo homem, as notas baixas do contralto dela (registo mais baixo e normalmente ligado às mulheres com uma voz "soulful")
Acho que do Bibas nunca pouvi sequer uma música.![]()
Fun fact: Life on Mars é suposto ser uma paródia de My Way. De todo o modo, mesmo que a letra não tenha uma profundidade por aí além, a verdade é que cria uma atmosfera condizente com o instrumental, motivo pelo qual não acho a letra tão fraca assim. Antes isso que aquelas letras supostamente profundas do Bono em alguns álbuns dos U2, que não passam de tentativas pretensiosas.O meu letrista preferido é o Georges Brassens, e as canções dele, não sendo más, não valem muito comparadas com um bom tema do Bowie ou dos REM, musicalmente muito mais complexos.
O Dylan e o Cohen têm fama de bons letristas, mas eu não sei porque nunca dei grande atenção às letras de ninguém, até porque na época da formação do meu gosto pop musical o meu inglês era fraco. Então só olhava para a letra se gostasse da música. E muitas vezes a letra não valia grande coisa. Por exemplo, como é que uma canção tão boa como Life on Mars pode ter uma letra tão pobrezinha? Mais valia nem ter ido ver.
Nas letras do Reininho já se espera essa associação de palavras meio surrealista, e ninguém lhe leva a mal por isso.
O pior é quando detestas as letras de canções que adoras, como me acontece com muitas dos Madredeus e dos Sétima Legião!
Em suma, sempre achei que na música pop a voz é apenas mais um instrumento. Se estiver a dizer coisas sensatas ou bonitas, tanto melhor, mas uma cançaõ não se torna pior pelo facto de ser cantada em russo ou búlgaro e não entendermos nada do que ali é dito.
OK convenceste-me. O problema de gajos como o MJ ou o Prince não era falta de criatividade, era só a falta de gosto típica de quem se formou musicalmente em ritmos tão foleiro como os do funk!!!!Quando mencionei o The Weeknd, pensei mais na discografia da década passada, que tinha uma sonoridade mais parecida. No entanto, ainda há 2 ou 3 canções de cada um dos álbuns dele desta década que me lembram muito o MJ, até acho que há uma que tem um sample e existe uma que consiste numa narração do Quincy Jones com um instrumental dessa era por trás. Ainda assim, a vibe do The Weeknd sempre foi mais dark e, hoje em dia, vai beber também a outras inspirações.
A Gaga é a menos parecida de todos que citei, mas mesmo assim noto uma influência (acho que o último álbum dela tem uma canção que é uma homenagem direta).
O que não gosto em muitos artistas pop de hoje (excluo Gaga, The Weeknd, etc.) é que parece que não têm qualquer controlo criativo. As editoras chamam um produtor famoso (um Max Martin), e é o próprio que assume o controlo da sonoridade dos álbuns.
Ora, isso não acontecia tanto antigamente com os principais artistas. Retomando o exemplo do MJ: foi ele quem procurou o Quincy Jones e lhe disse o que pretendia exatamente. Muitas vezes, chegava com as canções já num estado praticamente final e depois trabalhava com o Quincy e a sua equipa esplêndida para melhorar certos aspetos.
Dois casos enigmáticos: Billie Jean e Beat It.
Existe uma versão demo de Billie Jean (disponível no Youtube e que veio à tona nas edições especiais do Thriller), gravada na casa do MJ e produzida pelo próprio, em que a canção surge praticamente tal como a conhecemos. Basicamente, segundo me recordo, instruiu os irmãos a tocar certos instrumentos e depois colmatava outros instrumentos com os sons da própria boca, palmas e estalar de dedos, ao mesmo tempo que cantava a refrão e fazia os backing vocals. Apenas partes da letra estavam incompletas na versão que está disponível.
Chegou com essa demo ao estúdio e o Quincy nem sequer a queria incluir no álbum. O MJ insistiu e acabou por ficar, mas o QJ mal produziu; apenas foram adicionados os tais instrumentais que o MJ fazia com a boca na demo, com os músicos fantásticos do estúdio.
A demo de Beat it também tem a estrutura base da versão final, só faltando o solo do Van Halen. Aqui não há qualquer instrumento: é o MJ a cantar, a fazer os backing vocals e a imitar os instrumentos com a boca.
Em suma, ele trabalhava com os principais produtores da época (QJ, Teddy Riley, Jimmy Jam, Terry Lewis, Darkchild, David Foster...) e com uma brutal equipa de músicos e especialistas, mas o controlo criativo era dele.
Já nem toco em casos mais extremos, como o do Prince - que chegou a fazer álbuns em que cantava, tocava e produzia tudo sozinho.
Pegue-se, por exemplo, numa Beyoncé e veja-se quantos songwriters cada canção possui. Quantos produtores. Ou atente-se numa Swift e vamos ver se não se chega à conclusão que o Antonoff é o cérebro por detrás daquilo.
Hehehe, são gostos.OK convenceste-me. O problema de gajos como o MJ ou o Prince não era falta de criatividade, era só a falta de gosto típica de quem se formou musicalmente em ritmos tão foleiro como os do funk!!!!![]()
Também é verdade que uma grande canção consegue realçar as palavras e dar-lhes uma tonalidade especial, e nem precisam de ser grandes frases. A música tem esse poder de "aumentar" o significado das palavras e de lhe dar uma força que numa conversa normal não teriam.Fun fact: Life on Mars é suposto ser uma paródia de My Way. De todo o modo, mesmo que a letra não tenha uma profundidade por aí além, a verdade é que cria uma atmosfera condizente com o instrumental, motivo pelo qual não acho a letra tão fraca assim. Antes isso que aquelas letras supostamente profundas do Bono em alguns álbuns dos U2, que não passam de tentativas pretensiosas.
Mas acho que depende muito. Quando ouves a Amália, em primeiro lugar estás atento, obviamente, à grande voz dela, mas também reconheces o quão boas são as letras, que aliás faziam com que a voz da Amália realçasse mais, tal era a interpretação que a diva fazia dos poemas.
Caso contrário, ficarias só com uma grande voz e as canções não seriam tão impactantes. Olha, sei lá, aquela canção do extraterrestre que o Paião escreveu para a Amália: é engraçada e catchy, porém certamente não é das melhores coisas que a fadista já cantou.
Acho que uma grande letra não precisa de ter um significado profundo ou possuir um vocabulário riquíssimo. Apenas tem de nos marcar de uma forma que extravase aquilo que é tão só “catchy”.
EDIT: que letras não gostas dos Sétima Legião e dos Madredeus? Acho que algumas dos dois grupos são das melhores já feitas na música portuguesa.
Demasiadas guitarras, demasiado falsete e uma batida demasiado disco para o meu gosto. Chama-me limitado, mas não consigo ver valor nisto. Sorry!Por exemplo, isto tem zero funk. O gajo tocou todos os instrumentos e produziu este álbum sozinho. Com uns 20 anos, salvo erro.
Algumas têm um ar nacional-saudosista mas de um ponto de vista histórico, de algo que já não volta e como tal acaba por fazer completamente sentido no ponto de vista do melancólico gris da banda.Também é verdade que uma grande canção consegue realçar as palavras e dar-lhes uma tonalidade especial, e nem precisam de ser grandes frases. A música tem esse poder de "aumentar" o significado das palavras e de lhe dar uma força que numa conversa normal não teriam.
As letras do Pedro Aires de Magalhães têm um lado nacional-saudosista que embora não me repugne, não posso deixar de encarar com alguma ironia.
Mas concordo que às vezes os piores letristas são os que se levam muito a sério como educadores e só querem transmitir "mensagens", como Lennons e quejandos. Antes o nonsense de tipos como o Reininho, o Morrissey às vezes e o Black Francis quase sempre!
Completamente. E aliás se há coisa que nunca faltou ao Pedro Aires de Magalhães foi coerência, que se nota em todos os seus projectos desde os Heróis do Mar, e se calhar até antes. Acho que se tivermos de escolher um, o PAM é a figura mais importante da música portuguesa dos últimos 40 anos. Nunca fez tudo sozinho, mas não há como negar que esteve envolvido em alguns dos projectos musicais mais entusiasmantes da música portugesa.Algumas têm um ar nacional-saudosista mas de um ponto de vista histórico, de algo que já não volta e como tal acaba por fazer completamente sentido no ponto de vista do melancólico gris da banda.
A bandeira azul e branca era mais bonita mas enfim, o pessoal da República tinha mau gosto.Completamente. E aliás se há coisa que nunca faltou ao Pedro Aires de Magalhães foi coerência, que se nota em todos os seus projectos desde os Heróis do Mar, e se calhar até antes. Acho que se tivermos de escolher um, o PAM é a figura mais importante da música portuguesa dos últimos 40 anos. Nunca fez tudo sozinho, mas não há como negar que esteve envolvido em alguns dos projectos musicais mais entusiasmantes da música portugesa.
E eu até partilho um pouco desse sentimento de nostalgia que atravessa as letras dele, mas também há um lado em mim que acha tudo isso uma treta. O "ser tradicional" e o Portugal da "bandeira azul e branca" de que ele fala (referindo-se obviamente à monarquia e não ao FCP) estão mais que mortos e enterrados.
Por acaso, as músicas de que mais gosto dos Sétima Legião nem têm letra, por exemplo, "Mar D'Outubro" ou até "Anos Depois".EDIT: que letras não gostas dos Sétima Legião e dos Madredeus? Acho que algumas dos dois grupos são das melhores já feitas na música portuguesa.
