José Pedro Pereira da Costa - CFO

joaoalvercafcp

Tribuna Presidencial
13 Março 2012
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“Esta emissão vai servir para refinanciarmos o passivo do FC Porto”

José Pedro Pereira da Costa explica a emissão de obrigações junto de investidores institucionais

A SAD do FC Porto lançou uma emissão de obrigações no valor de 115 milhões de euros junto de investidores institucionais através de colocação privada no mercado norte-americano com uma taxa de cupão fixa anual de 5,62%, “uma operação inovadora a nível nacional e internacional” que se prolonga por 25 anos.

Para refinanciar o passivo existente e suportar a atividade da sociedade, aumentando a extensão da maturidade média da dívida e reduzindo o custo da mesma, José Pedro Pereira da Costa liderou “uma operação de grande dimensão” com “bastante procura” e “ordens de subscrição no valor total de 170 milhões de euros” que permitiram reunir “um lote de investidores de muito boa qualidade”, “essencialmente grandes seguradoras americanas que estão no lote das maiores a nível mundial”.

O administrador financeiro da SAD fala de uma “taxa de juro muito vantajosa para o FC Porto” e de um movimento “diferente de operações que foram feitas no passado, que acabaram por ser antecipação de receitas futuras”. “Esta emissão vai ser essencialmente para refinanciarmos o passivo do FC Porto com prazos bastante mais longos e com custos bastante mais atrativos”, revela José Pedro Pereira da Costa.

A operação em detalhe
“Trata-se de uma operação inovadora a nível nacional e internacional. É uma operação de muito longo prazo, pois estamos a falar de uma operação de 25 anos. É uma emissão obrigacionista que vai ser feita através de uma sociedade que é Dragon Notes, que é uma subsidiária do FC Porto que detém 70% dos direitos económicos da Porto Stadco. Aproveito para referir que esta emissão foi possível após a renegociação do acordo com a Ithaka, uma renegociação que foi feita já pela atual Administração e que possibilitou esta operação de emissão de dívida a partir dos 70% dos direitos económicos da Porto Stadco. Através da Dragon Notes, iniciámos a montagem da operação há cerca de seis meses e conseguimos um rating de qualidade por parte de uma agência internacional (DBRS), dando qualidade de investimento a esta operação. É um três B baixo, mas mesmo assim dentro de um nível de investment grade de qualidade a nível nacional. Após a atribuição do rating, iniciámos a montagem da operação em conjunto com um banco internacional, o JP Morgan, que nos ajudou.”

Investidores de qualidade
“É uma operação de 115 milhões de euros, portanto, é uma operação de grande dimensão. Estamos a falar sobretudo de grandes investidores americanos, que normalmente investem com estes prazos muito longos e em empresas com boa qualidade de crédito, como é o caso da Dragon Notes. Iniciámos esse processo de marketing e chegámos inclusive a receber alguns destes potenciais investidores aqui no Estádio do Dragão nos dias dos jogos com o Manchester United e com o Hoffenheim. Acabámos por ter bastante procura para esta emissão, tivemos ordens de subscrição no valor total de 170 milhões de euros e tivemos que fazer aqui algum rateio para que chegássemos aos 115 milhões de euros finais. Acabámos por ter um lote de investidores de muito boa qualidade, pois estamos a falar essencialmente de grandes seguradoras americanas que estão no lote das maiores seguradoras a nível mundial. Através de um processo competitivo, conseguimos chegar a uma taxa que nos parece que é muito vantajosa para o FC Porto. Vamos pagar 5,62% de juro anual, o que para uma emissão de 25 anos é muitíssimo positivo. É uma operação que vencerá em novembro de 2049 e nos primeiros três anos só vamos pagar os juros. A partir de novembro de 2028, faremos a amortização de capital e juros em prestações constantes, numa modalidade similar ao crédito à habitação. Vamos ter um valor fixo anual que pagaremos de capital e juros.”

Movimento vantajoso
“Isto não se trata de alienar os 70% da Porto Stadco. Não vamos consignar esses 70% a esta operação na perspetiva em que a Dragon Notes receberá os respetivos dividendos relativamente aos 70% da Porto Stadco e esses dividendos servirão em primeira instância para pagar o serviço da dívida desta nova emissão. O excedente que sobrar reverte para a FC Porto SAD. Portanto, com esta operação não estamos a fazer uma venda dos 70% que detemos da Porto Stadco. A nossa expetativa é que vamos pagar o serviço da dívida, mas o resultado que sobrar é apropriado pela FC Porto SAD. Nesse aspeto, também nos parece uma operação vantajosa e diferente de operações que foram feitas no passado, que acabaram por ser antecipação de receitas futuras. Marca uma diferença grande, é uma dívida que terá de ser pagar futuramente.”

Custo muito competitivo
“Relativamente aos custos da montagem da operação, sendo relevantes, acabaram por ser diluídos por um prazo de 25 anos e por um montante muito elevado, os tais 115 milhões de euros. Como comparação, nas obrigações típicas que são colocadas junto de pequenos investidores, os custos de montagem e colocação, se forem diluídos pelo montante e pelo prazo da operação, podem atingir perto de 1% de custo anual. No caso desta operação, como dilui por 25 anos e por 115 milhões de euros, o custo anual fixa-se nos 0,26%. Portanto, acrescem aos 5,62%, mas estamos a falar de um custo muito competitivo e abaixo dos 6%. Para um prazo de 25 anos, é um custo vantajoso para o FC Porto. Esta emissão vai servir essencialmente para refinanciarmos o passivo do FC Porto com prazos bastante mais longos e com custos bastante mais atrativos.”
 

VPM

Tribuna Presidencial
3 Junho 2019
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Contrair dívida por com uma taxa de juro inferior à contratada é obviamente positivo …
 
P

Pilão

Guest
Contrair dívida por com uma taxa de juro inferior à contratada é obviamente positivo …
E prazo superior ao prazo médio da divida atual . Isso ainda me parece melhor .
Sem falar que nos 3 primeiros anos só se paga juros
 

madeirafcp

Tribuna Presidencial
20 Maio 2012
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16,783
E prazo superior ao prazo médio da divida atual . Isso ainda me parece melhor .
Sem falar que nos 3 primeiros anos só se paga juros
Essa foi uma grande negociação, porque esses 3 anos em que só paga juros vão permitir chegar a 2028 e recomeçar a receber verbas dos direitos televisivos que entretanto já tinham sugadas pela anterior administração.
 
Forcycle

Forcycle

Tribuna Presidencial
26 Abril 2024
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Tá do caralho este empréstimo do JP!
Já o Koehler não está a achar piada nenhuma a esta brincadeira, JP só com 5.6% de taxa (de álcool,claro)?
Ele se ganhasse as eleições tinha distribuído da sua própria champanhe com 10% de taxa (de álcool, claro)!
 

VPM

Tribuna Presidencial
3 Junho 2019
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E prazo superior ao prazo médio da divida atual . Isso ainda me parece melhor .
Sem falar que nos 3 primeiros anos só se paga juros
Nesse ponto discordo , prazo superior significa que só vamos pagar mais juros …. É a nossa realidade . É a forma encontrada e possível para sair do sufoco de curto prazo …
 
  • Haha
Reações: Esquerdinha

Treinador de Bancada

Tribuna Presidencial
16 Março 2012
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Conquistas
5
  • Dezembro/19
  • André Villas-Boas
  • Bobby Robson
  • João Pinto
O Kohler pensa que está a falar para iliterados financeiros, ora vejamos:

  1. O FCP conseguiu negociar um empréstimo em que o investidor só terá liquidez em 2049
  2. O FCP conseguiu que os investidores fossem remunerados com um prémio de risco de cerca de 3% por um empréstimo de m.l.prazo
  3. O FCP conseguiu tudo isso, com risco associado à operacionalidade do seu negócio e com um rating de BBB
  4. O FCP poderá tirar o garrote da sua tesouraria, abater o seu passivo circulante e ter a sua tesouraria líquida a respirar mais saúde
  5. Por último, a 25 anos o custo desta operação vai-se diluir pela desvalorização da moeda e o custo em ter liquidez.
A este negócio protagonizado pelo FCP, com o cunho do nosso CFO só me resta dizer ....Chapeau!

Este sim, mister Vítor Bruno vale todos os cêntimos que custa!