Ao Presidente dos Presidentes,
Os últimos anos não foram fáceis.
Critiquei-o na última década como nunca pensei fazer.
Pelo bem do clube, já devia ter saído, mas a teia de interesses e o seu orgulho não o deixaram sair quando devia. Foi pena.
Devemos-lhe tanto, mas há uma altura em que é preciso saber sair senhor Presidente.
A porta de saída poderia ter sido muito grande e muito maior.
Foram 42 anos onde o Clube cresceu de forma exponencial.
E antes disso, com Pedroto, o seu mentor, com quem formou a dupla terrifica para o futebol português. As bases estavam lançadas para o futuro.
Nestes 15.344 dias de presidencia foram milhares de titulos conquistados em todos os escalões e em diversas modalidades.
Dias e noites de vitórias e glórias sem igual. Titulos, titulos e mais títulos.
Nem conseguiria enumerar. Mas aquela noite em Viena... Será sempre o maior diamante no nosso Museu. A única conquista e memória que me faz brilhar os olhos, como agora mesmo. E já passaram 37 anos. Sabe Presidente, eu tinha apenas 10 anos. Era uma criança que adorava e vivia o Porto de uma forma que ninguém entendia. Gritava, festejava, chorava... O calcanhar do Madjer é daquelas coisas sem explicação. Que nos deixam arrepiados, de lágrimas nos olhos, que faz-nos sentir vivos de emoção.
Por tudo isto, só posso lhe agradecer. E muito.
E desculpe algo que tenha dito menos simpático. Era só na defesa do FC Porto. O nosso amor.
Tem ainda uma hipótese de sair em grande. Pode mostrar que ainda é um grande Homem. Seja por gesto ou palavra.
Vamos Presidente, por nós pela união completa do Clube, pela harmonia e para sair com grandeza e de forma honrada.
Um conselho, descanse, viaje, goze a vida, os netos. Desfrute, confio que ainda tem uns bons anos à sua frente.
Para termine, fiz isto para si.
Não é nada de mais, mas é para o seu legado ficar para a posteridade.