Eu hoje vou defender o Herrera porque ele é um jogador do meu clube.
Tecnicamente é um jogador limitado. E não vale a pena vir para aqui explicar o contrário porque o Herrera que veio ao Mundo não sabe mais do que aquilo que mostra. Nem vai evoluír neste capítulo. Aceitemo-lo como ele é.
Tacticamente é um jogador esclarecido porque faz o que lhe mandam fazer. E isso dentro de campo, num jogo que envolve mais 21 jogadores, não é um pormenor. Quem já jogou à bola sabe bem que dentro de uma equipa há sempre 2 ou 3 inteligentes que tentam fazer mais do que aquilo que sabem desiquilibrando em diversos momentos a equipa.
Em termos de inteligência de jogo, é também limitado. É o que é.
Mas na quarta-feira fez de longe o melhor jogo que lhe vi fazer desde que cá aterrou de paraquedas.
Fez um jogo enormíssimo.
E porquê?
Por uma razão muito simples: porque foi colocado num meio campo onde complementou os jogadores que jogaram ao lado dele. Mais do que isso: jogou mais recuado e verticalizou menos os passes. Assim de cabeça, que me recorde, terá falhado 1 ou 2 passes em profundidade.
Dito de outra forma: equilibrou a equipa e permitiu que os Brahimis e os Olivers pudessem espanhar magia em campo em terrenos mais adiantados.
É este o Herrera de tracção atrás e de potência muito à frente que eu quero ver em campo.
Não é o Herrera a jogar a 10, a transportar jogo feito um maluquinho com corridas de 30/40 metros para a frente para depois recuperar a passo e permitir aos adversários contra-ataques venenosos.
Não é o Herrera que escorrega no momento do remate à entrada da área.
Não é o Herrera que não sabe bem o que fazer à bola à entrada da área quando tem oposição pela frente.
Cada um sabe fazer aquilo que sabe. E tem sempre um segmento onde se pode especializar e maximizar as suas competências. E cabe ao treinador perceber onde é que pode encaixar as peças.
Depois de San Mames, o Lopetegui só não encaixa o Herrera em campo e na equipa se não souber ler nem escrever.