FJM desgastou-se em defesa do clube, com enorme prejuízo da sua vida pessoal e profissional. Não percebo como pode haver portistas que não reconheçam o papel dele nas denúncias do regime. Fez mais pela defesa do clube do que a anterior direcção. Se há alguém da anterior gestão a quem estou grato, é a ele
Olho para este thread com profunda desilusão!
A nova SAD afasta o o FranciscoJ Marques e o ensurdecedor silêncio que aqui se seguiu à monstruosa notícia - honrosa mas moderada excepção do colega Saloca , que aqui cito - diz muito sobre onde estamos hoje como clube e a sua massa crítica.
Isto vai ser longo. Mas começo por uma declaração de interesses e uma citação do meu Pai.
Quanto à primeira, tenho a honra de ser amigo do Francisco J Marques há longos anos. Os últimos praticamente sem contactos já que o facto de eu ter cortado relações com o então presidente - relações que eram de tu... - fez-nos entender, tacitamente, que a nossa relação, feita pública, o poderia prejudicar profissionalmente. E estivemos longos anos afastados.
Quanto à segunda, dizia o meu saudoso Pai que o Diabo não sabe muito por ser o Diabo, mas sim por ser velho. E eu, com os anos já a pesarem mas com largas décadas a acompanhar o meu adorado clube quase todas as horas, sei bem o que somos, como temos sabido resistir , quais os nossos valores, gravados que estão no granito da nossa cidade - da minha cidade natal - e que fizeram parte da minha formação. E que eu, graças a Deus soube transmitir aos meus filhos.
E um desses valores é o da gratidão. O Francisco deu-se todo - e, já agora, o Diogo Faria também - à defesa do Futebol Clube do Porto, ao a trazer à luz, através da revelação dos e-mais do Benfica, uma dura realidade, escarrapachando na praça pública, não só a lampiónica corrupção, que é a de sempre, mas também - a tentacular influência que tem em todos os sectores da sociedade portuguesa. Não foi em defesa do então presidente - foi em defesa do clube. Sem o Francisco, tinha havido "Penta" do Benfica, não tinha havido Sérgio Conceição durante sete anos, nem os onze títulos conquistados.
Pensar que num país como nosso, onde os índices de corrupção são o que são, que o futebol é um domínio puro, asséptico e perfeito, desligado da sociedade em que se insere, já não é inocência - é pura estupidez. E o actual presidente vai aprendê-lo às suas custas...e nossas também.
E, há que dizê-lo desde já, o actual presidente, no domínio das relações com os dois da segunda circular, só tem feito asneiras: não marcou o terreno de forma
inequívoca, recordando os inúmeros processos em curso em que o benfas está envolvido; foi ao enterro do Manuel Fernandes que, em vida e nas cloacas televisivas de Lisboa, não se cansava de nos chamar corruptos. Parece estar a bater à porta dos dois de Lisboa, com um humilde chapéu na mão, mendigando
uma pequena benesse que, diga-se desde já, não vai ter. O poder federativo - todo o poder federativo! - está na mão dos lampiões que, a troco do apoio, vão deixar
algumas migalhas para a lagartagem. O velho sonho do poder futebolístico todo em Lisboa está aí concretizado para que quiser ver. E só há duas vagas para a Champions.
Não é com gutérricas" frases de "querer a melhoria do futebol português" e levando a cabeça do Francisco J Marques, numa bandeja, às duas Herodíades da
capital que vai ter um rebuçado qualquer - o poder não se partilha! Nós também não o partilhamos quando o tivemos na mão.
É que ninguém me tira da cabeça que o suplício e sacrifício do Francisco J Marques - nem um outro lugar no clube lhe propuseram...- foi para agradar a Lisboa.
Foi à bruta! E eu sei do que falo. Na campanha eleitoral o Francisco manteve - ao contrário de tantos BB's que pela SAD pululam - uma total neutralidade
E, o Villas-Boas, da vida e do país sabe muito pouco ou nada. Viveu muito no estrangeiro, os estudos académicos foram parcos. Não tem mundo. Como diria um antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, não tem cabaret... No ano em que treinou o Porto, a equipa era de tal modo superior que a ladroagem arbitral pouco podia fazer.
Está mal habituado.
Ao actual presidente recomendo - ad usum delphini - que reveja a final da Supertaça de 2010 arbitrada pelo João Ferreira...foi o seu primeiro jogo oficial no banco
do Porto. Ganhamos 2-0 ao Benfica - onde os gajos chegaram campeões depois da escandaleira do túnel, para que conste. As imagens desse jogo são edificantes.
Voltando à gratidão, aqui fica uma história antiga, que nos honra. Na presidência do D. Ângelo César, numa segunda mão de uma eliminatória da Taça de Portugal, em casa do Benfica, no então campo das Amoreiras, a roubalheira foi de tal ordem que o presidente mandou retirar a equipa. A Federação irradiou-o de do lugar de
presidente do Clube. E o que fez o clube? Elegeu-o presidente da Assembleia Geral!
O Dr. Ângelo César, que foi meu padrinho de casamento, era natural de Resende, por onde o candidato Villas-Boas passou em campanha, tecendo-lhe grandes elogios. Não sei se sabe desta história. Nem se a sua bisneta, eleita para o Conselho Superior, salvo erro de nome Marta César Machado, a sabe.
Comparem isto, por favor, com a tratantada perpetrada contra o Francisco. Deixam-no só no Mundo, para se defender por ele, do monstro Benfica, a mais poderosa força da sociedade portuguesa, depois de, por nós, ter dado o peito às balas da forma que o fez.
Ao André Villas-Boas, que apoiei anonimamente e em que votei nas últimas eleições, tenho a agradecer ter varrido a camarilha que sugava o clube aproveitando-se
da decrepitude e dos exemplos, verdade seja dita, do macróbio presidente.
Mas não posso olhar para o lado e fazer de conta que ignoro o que se está a passar com o FJM.
Daí que o meu apoio ao actual presidente acabe neste instante, dele dando conta publicamente por esta via.
Durou pouco...
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