Baseada em mérito é uma emigração por pontos, que sinalizam a utilidade desse mesmo emigrante para a sociedade à qual se está a candidatar, e é algo genuinamente relevante nos dias de hoje, porque a realidade que referes não é a mesma de algumas décadas atrás.
Até algum tempo atrás pouca diferença fazia para o povo do país onde emigravas se para lá fosses sem qualquer qualificação, qualquer pessoa desde que estivesse legitimamente pronta a trabalhar acrescentava alguma coisa, porque ainda não tínhamos entrado numa nova fase de substituição tecnológica de profissões com tarefas repetitiva por máquinas, ou pelo menos não ao nível do que está a acontecer hoje em dia.
Agora, existe um fenómeno que se refere ao facto de um emigrante não qualificado poder infelizmente não conseguir ter uma contribuição superior aos beneficios sociais que essa mesma sociedade confere, e nesse cenário uma emigração em massa de pessoas com esse perfil ameaça o próprio estado providência desse país, é algo que os paises desenvolvidos cada vez mais vão se deparar.
A alternativa é deixar entrar toda a gente e acabar com quaisquer beneficios para as classes médias e baixas, era a única forma de nada disto ser relevante, e nem sequer refiro outros temas que também se relacionam com esta temática tal como a cada vez maior pressão sobre os salários (mais baixos) e sobre a inflacção de bens essenciais como a habitação, devido ao mesmo fenómeno.
Portanto sim, o Boris tem razão em defender o mérito como base para a emigração moderna, está apenas (e neste cenário) a defender as camadas mais frágeis da sociedade dele, ironicamente algo que lhe atiram à cara de nunca fazer.