André Villas-Boas - Presidente

Raba

Tribuna Presidencial
13 Junho 2013
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Conquistas
4
  • André Villas-Boas
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Alfredo Quintana
  • Campeão Nacional 19/20
Vamos imaginar o cenário que é eleito. A academia já não será construída na Maia?

Nós respeitaremos todos os contratos que temos na Maia. Temos uma opção e um direito de preferência sobre um outro terreno, caso suceda algum contra tempo com a opção da construção da Academia na Maia. Nós temos interesse em juntar a equipa principal com a da formação no mesmo espaço geográfico e não separá-las. Acresce a eficácia operacional desta escolha tanto pela sua proximidade como pela rapidez com que podemos construi-la.
Creio que a ideia dele será avaliar o andamento do processo da Maia, se for eleito.
Caso esteja bem encaminhado poderá aproveitar o que já foi feito. Caso não exista nada, como parece não existir, é sempre positivo ter um plano B em carteira.
É bom planeamento da parte dele...
 

ManuSantiFCP

No FC Porto não há impossíveis 🔵⚪
8 Fevereiro 2023
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JN: Na equipa que está a montar há nomes específicos para o scouting e a direção desportiva?

AVB:
O scouting e a direção desportiva pertencem à administração, serão postos que naturalmente estão vazios e terão que ser ocupados. Na atual administração, sobre a área dessa responsabilidade, está o Luís Gonçalves e está o Vítor Baía, naturalmente para nós são cargos que devem ser ocupados e que estarão livres e para os quais estamos a olhar para perfis. E relativamente à área financeira, igualmente, porque é uma área determinante para a sustentabilidade futura do F. C. Porto temos um nome já fechado e em breve comunicaremos.
 

Filipe01

Tribuna Presidencial
26 Março 2012
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Posso estar a interpretar mal, mas pelo que li não parece que tenha grande intenção em renovar com o Sérgio neste momento e bem, agora sabe perfeitamente que não pode assumir isso de forma clara neste momento.

O Sérgio é um colaborador do clube e como todos os outros deve ter o seu trabalho avaliado pelo presente e não pelo que fez no passado.
Nem SC quer renovar.

A vida é feita de ciclos e SC, legitimamente, dece querer ter oytras experiências/desafios.
 
C

Contre-amiral

Superior
2 Outubro 2019
5
120
Isto foi a minha contribuiçao assinar um jornal que nunca assinei. E a minha prenda de natal para vocês.




Na última assembleia geral, deu a entender que ia formalizar uma candidatura à presidência em janeiro. Vai mesmo fazê-lo?





Todos os passos que tenho dado recentemente, têm sido seguros e firmes seja

do ponto de vista da gestão, seja na preparação da minha visão e projeto

para o clube. Em janeiro já me encontro em condições de formalizar a

candidatura.



Tinha dito que estava a constituir uma equipa. Pode adiantar nomes?






Nesta fase ainda não, até porque queremos fazê-lo de uma forma progressiva.

Não só respeitando a época do F. C. Porto, mas também para que os sócios

possam conhecer quem fará parte do projeto e as linhas mestras. O mais

importante para nós é não sermos disruptores da época do F. C. Porto,

para que esta campanha se faça de uma forma correta, transparente,

educada, e de uma forma a que o F. C. Porto saia sempre valorizado.

Acima de tudo, acho que são pessoas com competências inegáveis, e

reconhecidas no mercado como as melhores. Fiz esta candidatura no

sentido de rodear-me das melhores pessoas possíveis. E acho que o F. C.

Porto precisa de dar esse passo também na sua gestão. Portanto, quero

rodear-me dos melhores do mercado, e os melhores do mercado, às vezes,

obedecem a perfis específicos, que felizmente em alguns casos já

encontrámos, e teremos muito gosto em anunciar daqui até abril. Há aqui

um aspeto que eu gostava de sublinhar, que é o seguinte: 2024 tem que

ficar marcado pelo título do F. C. Porto, e não pela eleição do seu

presidente. Portanto, este título e esta entrada na Liga dos Campeões de

forma direta é demasiado importante para a sustentabilidade e

viabilidade financeira do F. C. Porto, principalmente a curto prazo.



Angelino Ferreira, antigo administrador da SAD, pode fazer parte da sua equipa?





É um nome que está vinculado ao F. C. Porto, principalmente numa década

reconhecida por uma gestão eficaz, qualificada e rigorosa. Portanto, tem

sido uma das pessoas que, felizmente, me tem demonstrado apoio e

seguramente é uma das pessoas com as quais eu gostava de contar.





Também gostava de contar com Antero Henrique, antigo diretor geral do F. C. Porto?






O Antero terá sido um dos melhores CEO com os quais trabalhei. Mas não

faz parte das minhas equipas e dificilmente fará parte da equipa que

levarei para o F. C. Porto.



Mas tem trocado ideias com ele?





Sobre o projeto do F. C. Porto poucas, porque isto é um projeto que só a mim

corresponde e é a visão muito específica que tenho para o clube, que

obedece às minhas experiências, à cultura que tenho absorvido nos países

onde trabalhei, na minha visão para o que é e o que deve ser um

departamento de futebol e como é e o que deve ser um modelo de gestão

operacional e estratégico para o F. C. Porto. Nesse campo é uma visão

que muito me corresponde, da qual estou muito firme e seguro, que é a

melhor para implementar para o clube. Evidentemente, com a experiência

que tenho, trocámos alguns pontos de vista, mas não tem sido como as

pessoas querem montar, tão influente e determinante neste projeto, nem

está na base da construção deste projeto.





Em 2019, antes das últimas eleições, assinou a recandidatura de Pinto da

Costa e disse que enquanto o presidente fosse vivo devia liderar. Porque

muda de ideias?






Sobretudo o sentimento de que o F. C. Porto deixou de estar em primeiro e serve

um conjunto de interesses pessoais de outras pessoas que gravitam à

volta do F. C. Porto. Urge a mudança, uma modernização estrutural e uma

gestão mais eficaz, tendo em conta os requisitos do futebol moderno. E o

meu sentimento é que isso não tem vindo a acontecer. Estou em condições

de me apresentar como candidato. Tenho-me preparado do ponto de vista

da gestão para tomar esse passo e tenho uma experiência desportiva que

me pode servir na gestão da parte desportiva e profissional. E é por

essas razões, e por ver a constante descida do F. C. Porto nas

prioridades da atual administração, que tenho o dever me apresentar como

candidato.





Mas não há aqui uma contradição naquilo que pensa e naquilo que tem

exposto? Por exemplo, quando presidente teve um acidente de carro

desejou-lhe as melhoras e no dia do aniversário disse que ele era o

presidente dos presidentes?








Não, porque há um respeito pela figura, pelo seu passado histórico e pelo

seu legado. Portanto, o presidente representa o presidente dos

presidentes e é o presidente mais titulado de sempre do F. C. Porto, e

assim será propagado no tempo. É a nossa responsabilidade também

propagar a sua visão, a sua ironia, a sua sagacidade, a sua cultura de

vitória. Portanto, tudo isto são fatores que queremos propagar no tempo,

porque são para nós também referência de como nos devemos comportar

sobre o aspeto desportivo, uma cultura de vitória, um compromisso com a

vitória. Desejar as melhoras do ponto de vista pessoal ou parabenizar

alguém pelo seu aniversário parece-me uma questão de educação acima de

tudo, principalmente quando entre nós já reinou a amizade, mas reinará

sempre o respeito um pelo outro, pelo menos da minha parte.



Porque acha que as coisas chegaram a este ponto?





Houve um certo relaxamento na gestão do clube e continuou-se a acumular uma

gestão cada vez mais danosa do ponto de vista desportivo, que é, entre

outros, um dos garantes de sustentabilidade do clube. Há quase 10 anos

assinámos o contrato televisivo mais rentável de sempre para o F. C.

Porto, e contrariamente ao expectável, foi quando entrámos em degradação

total no aspeto económico e financeiro, ao ponto de nos encontrarmos,

neste momento, com a maior parte das receitas antecipadas, a tentar

antecipar receitas dos próximos 15 anos e, aparentemente, a tentar

antecipar receitas de um contrato televisivo que só começa em 2028. Quer

dizer que esgotamos os modelos de gestão operacionais que antes

funcionavam no F. C. Porto. Acho que este deteriorar da situação

financeira do clube leva-nos a entender que o F. C. Porto deixou de

estar na prioridade da atual administração.





Na última assembleia-geral, o presidente criticou a sua postura e elogiou a

postura do outro candidato, Nuno Lobo. Interpretou isso, simplesmente,

como tática eleitoral?






De certa forma, algum desconforto e alguma surpresa, seguramente. Porque,

no fundo, é uma assembleia geral de apresentação de contas e o

presidente do F. C. Porto dedicou-se a ataques pessoais do que se focar

no essencial, que eram umas contas apresentadas com um prejuízo de 48

milhões de euros. Portanto, esses ataques pessoais, de certa forma,

maquilham a realidade dos factos e os factos são que o F. C. Porto teve

um prejuízo de 48 milhões de euros, e que o mesmo é vergonhoso, e é o

segundo prejuízo e exercício mais elevado das suas contas recentemente

apresentadas. Portanto, ataques pessoais acho que não valorizam o F. C.

Porto.





Esperava que as contas fossem chumbadas nessa assembleia?








O efeito de contas chumbadas seria irrelevante na gestão, porque o clube

vota as contas da sua sociedade desportiva em sede da assembleia geral

da SAD, e as contas são o que são e havia pouca coisa a fazer. Uma

negação e uma desaprovação por parte dos sócios, penso que seria uma

mensagem institucionalmente forte. No entanto, não há registo de umas

contas serem aprovadas com tal diferença mínima. Também não há registo

de uma assembleia geral que tenha decorrido daquela forma, tão

organizada, onde os adeptos do F. C. Porto se puderam exprimir

finalmente, sem opressão e sem medo de represália física. Houve um sem

número de sócios que votaram contra, um sem número de sócios que se

abstiveram, e houve sócios que votaram a favor das contas, para que as

mesmas fossem aprovadas. Tendo em conta o acumular de exercícios

negativos e a atual debilidade financeira do F. C. Porto, eu decidi

votar contra a apresentação do relatório de contas.



Qual é o seu projeto desportivo para o F. C. Porto?






Eu defendo um modelo onde o F. C. Porto volta a ser referência nacional e

internacional na qualidade do talento que recruta e que cria receita

para o F. C. Porto, seja através da formação, seja numa otimização do

seu scouting, e que serve a equipa principal. É um modelo que assenta na

parte desportiva do F. C. Porto e numa melhoria interna dos seus

modelos de gestão, juntamente com a expansão da marca, um controlo

rigoroso de custo aliado à criação de receitas. Há aqui um conjunto de

estruturas que têm de funcionar melhor e neste momento isso não

acontece. Na equipa profissional, pelo menos na minha altura, o

treinador dedicava-se apenas a treinar. Porque as estruturas que o

envolviam funcionavam na perfeição. Temos um treinador que está isolado

dessas estruturas, que no fundo é o comandante das operações do F. C.

Porto, e por não ter estruturas funcionais à sua volta, temos visto

durante estes últimos sete anos da sua gestão, de certa forma, um

delapidar do valor global plantéis dos jogadores que antes geravam

muitas mais-valias.





O problema financeiro também se explica pelas questões desportivas?






Temos um sem número de jogadores que ultimamente têm saído a custo zero, um

mau aproveitamento das contratações que têm sido feitas, sobretudo por

causa de uma má gestão da parte do scouting, de uma má identificação do

que é que é o talento. Portanto, onde o F. C. Porto foi muito forte na

primeira década, que vai de 2000 a 2010, acabou por se enfraquecer na

sua seleção criteriosa e rigorosa que antes fazia em termos de scouting e

as suas equipas começaram a perder valor. Além de mais, há uma parte da

gestão relacionada com os seus ativos, do ponto de vista contratual,

que acabou por ser menosprezada e que levou a essas saídas a custo zero

permanente. Portanto, onde antes havia entrada de capital, deixou de

haver entrada de capital de venda dos jogadores e continuamos a cair no

mesmo erro que, de certa forma, está aqui evidenciado no que

recentemente se passou com a perda de valor relativamente ao David

Carmo, com a potencial da perda de valor relativamente ao empréstimo do

Fran Navarro para o Olympiacos, onde o F. C. Porto compra a um valor,

empresta, mas se o jogador não sair de lá não capitaliza essa venda. E

temos aqui uma série de exemplos contínuos que levaram à perda de valor e

à perda de valor das equipas do F. C. Porto. O F. C. Porto não se

consegue sustentar se não formar cada vez melhor e se não identificar

cada vez melhor onde é que está o talento. A competição pelo talento

também mudou no mundo inteiro, porque pelas recentes transferências que

temos visto no futebol internacional, os clubes de topo contratam cada

vez mais rápido e cada vez mais cedo e jogadores cada vez mais jovens.

Portanto, há um reformatar necessário do modo como se contrata e isto só

vem com um departamento de scouting que funcione, que seja capaz de

identificar o talento na altura certa e que seja capaz de identificar o

talento em antecipação a esses grandes colossos europeus. Depois, quando

o talento chega a Portugal, é preciso desenvolvê-lo, trabalhá-lo e

criar valor. Portanto, acho que a autodestruição no que toca ao aspeto

financeiro do clube tem vindo também da falta de gestão relacionada com a

identificação do talento e a promoção do talento e a retenção de valor.





Como sabe, o F. C. Porto tem um passivo de 500 milhões de euros, tem

capitais próprios negativos. Qual será, no seu entender, a estratégia

que pode ser adotada e que o André Villas-Boas defende para inverter

esta situação?








Eu defendo um modelo onde o F. C. Porto volta a ser a referência nacional e

internacional na qualidade do talento que passa pelo F. C. Porto, que

cria receita seja através da formação, seja numa otimização do seu

scouting, que serve a equipa principal e a sua formação. Esse é o meu

modelo. É um modelo que assenta na parte desportiva do F. C. Porto e

numa melhoria interna dos seus modelos de gestão. Portanto, a expansão

da marca, mais criação de receitas. Agora, atualmente, estamos

potencialmente vinculados no futuro, à parceria que a atual

administração está a estabelecer com a empresa norte-americana. É

importante para nós perceber o que é que está por detrás desta parceria

para montarmos outro tipo de investimento que nos possa dar a

sustentabilidade financeira. Agora, as soluções, para mim, estão

internamente relacionadas com a parte desportiva e com a parte do modelo

de gestão financeiro que atualmente não funciona e que leva a estes

constantes acumulados de prejuízo.





Mas o modelo de formar jogadores e vendê-los também tem um reverso da medalha do ponto de vista desportivo…






Não vejo porquê.





Ao vender os melhores jogadores está a tirar valor aos plantéis…







Vejo muitos modelos de gestão a centros na formação, como é o caso do Ajax,

como é o caso do Barcelona, que funcionam perfeitamente e que sustentam

os seus clubes. No caso do Barcelona, temos um caso evidente de gastos

com determinados jogadores que levaram à falência do seu modelo de

negócio. No entanto, se nos focarmos n o Ajax, temos um caso perfeito de

sucesso, onde há uma formação contínua há mais de 40 anos que é

identificada como um modelo grande de negócio e que funciona

perfeitamente. Que sustentou aquele clube e que sustenta o clube do

ponto de vista desportivo e económico e que continua a resultar, tirando

este ano em que se encontra numa situação de classificação um pouco

mais baixa. Mas que vendeu 160 milhões de euros em jogadores nos últimos

dois anos. Portanto, este é um modelo que funciona perfeitamente, e há

também casos evidentes em Portugal de como isso funciona.



Como é que se pode expandir a marca do F. C. Porto em termos internacionais?








Acho que o F. C. Porto perdeu preponderância internacional. Afastou-se da

Associação Europeia de Clubes, onde foi um dos seus membros fundadores e

deixou de ter palco. O F. C. Porto é caracterizado por ter quase mais

de 80% dos seus sócios na zona Norte do país. Antes da expansão

internacional, há uma expansão nacional que é obrigatória. Nos anos em

que fomos os reis da Europa, e os reis do Mundo, relativamente a 2004 e

2005, quando conquistámos a Taça Intercontinental, há um interesse

natural de conhecimento do F. C. Porto e há uma falta de colocação da

marca F. C. Porto pelo mundo, seja através das suas escolas, seja

através de acordos comerciais, seja através da expansão da sua marca.

Uma visão mais internacional para a marca era importante, principalmente

quando o F. C. Porto conquista troféus internacionais. Nós temos uma

cultura muito bairrista e fechada, que nos orgulhamos. E orgulhamo-nos

também do nosso modo de ser. Agora, isso não implica que não se expanda a

marca do ponto de vista internacional. E digo-lhe assim, um exemplo de

forma clara, relativamente às pré-épocas, por exemplo. O F. C. Porto

foca as suas pré-épocas, se calhar por opção do seu treinador, do ponto

de vista desportivo, muito específicas no Sul de Portugal, e não

aproveita para expandir a sua marca em idas aos Estados Unidos, em

colocação da marca nos Estados Unidos, em colocação da marca na Ásia.

Portanto, em pontos onde pode haver crescimento e podem crescer futuras

parcerias estratégicas.





Do ponto de vista económico tem alguma carta na manga no sentido de atrair investimento?






Antes de mais, temos que ver o que se passa relativamente ao parceiro

estratégico que o F. C. Porto está a alinhavar para o futuro. Temos um

diretor financeiro que anunciou que até ao final do ano o F. C. Porto

iria entrar em capitais próprios positivos, ou ser muito próximo de

positivos. Importa saber o que se passa com esta parceria que vai muito

além da Legends e do naming do estádio, e do naming do centro de treinos

e de certa forma do “food and beverage” do estádio. Portanto, importa

saber o que realmente há com a Sixth Street, caso seja esse o parceiro, e

quais é que são as implicações da mesma. Por parte do CFO foi dito que

potencialmente poderia ter a ver com a venda de uma das participadas do

clube. Ora, se o F. C. Porto está a vender uma parte das suas empresas,

no fundo está-se a vender. Portanto, isto não deixa de ser também uma

forma maquilhada de vender parte do F. C. Porto. Não será o capital

social da sua SAD neste caso, mas será uma das participadas, neste caso a

Porto Comercial. E se há realmente uma venda deste ativo, há uma

mais-valia imediata, e se calhar é essa mais-valia que levará a capitais

próprios positivos. Desconhecemos.





Mas não tem feito diligências para encontrar parcerias financeiras?






O F. C. Porto é um clube que está dentro do associativismo, mas tem uma

empresa cotada em bolsa. Eu não sou o seu representante enquanto seu

presidente, sou um acionista muito pequeno da SAD. Há um projeto, uma

consultoria e temos um parceiro que nos olha diretamente para os moldes

que queremos construir relativamente a investimentos futuros, a

parceiros estratégicos, a renegociação da dívida e oportunidades de

investimento. No entanto, há aqui uma parte que está relacionada com o

crescimento da marca F. C. Porto, com o aumento de receitas, com um

trabalho que tem de ser feito internamente para melhorar e gerar mais

receitas e tudo isto está relacionado com um modelo de gestão mais

eficaz.





Esse parceiro é uma instituição bancária?





Não, neste momento nós trabalhamos em consultoria para perceber modelos

possíveis. Portanto, não estamos a trabalhar especificamente em nenhum

porque não estamos nesse poder de representatividade e de nos podermos

sentar com alguém em representação de uma instituição da qual não somos

os representantes.





Na equipa que está a montar há nomes específicos para o scounting e a direção desportiva?






O scouting e a direção desportiva pertencem à administração, serão postos

que naturalmente estão vazios e terão que ser ocupados. Na atual

administração, sobre a área dessa responsabilidade, está o Luís

Gonçalves e está o Vítor Baía, naturalmente para nós são cargos que

devem ser ocupados e que estarão livres e para os quais estamos a olhar

para perfis. E relativamente à área financeira, igualmente, porque é uma

área determinante para a sustentabilidade futura do F. C. Porto temos

um nome já fechado e em breve comunicaremos.





No seu modelo teremos uma administração mais magra?






A nossa ideia é termos um corte imediato de custos para metade do valor

da atual administração. Portanto, aí temos imediatamente um corte que

queremos à volta dos 50% a 60% do valor da atual administração.





Remuneração fixa ou em número de administradores?






Fixa. Depois queremos estabelecer ponderadores positivos e negativos. Sobre a

remuneração variável, queremos aplicá-la a um máximo de 60% da

remuneração fixa. No entanto, na remuneração variável, a mesma estará

sujeita a ponderadores positivos e negativos, esses ponderadores têm a

ver principalmente com o aspeto financeiro do clube. Portanto, não faz

sentido sem sucesso financeiro haver direito a remuneração variável.





Vai tomar alguma medida para tornar mais transparente a gestão do clube?






Vamos criar um portal da transparência. Vai além dos típicos comunicados à

CMVM. Detalha especificamente o valor obtido, deduzindo todos os custos e

comissões. Relativamente a transferências e a negócios.





Os comunicados e os relatórios e contas do F. C. Porto não são suficientemente claros?






Os comunicados não são claros, parece-me evidente. Os relatórios e contas

têm partes que são subjetivas. A rubrica “outros” é sempre uma delas,

onde o F. C. Porto acumula, penso que desde 2011, mais de 50 milhões de

gastos. É aí que estão custos de intermediação de jogadores abaixo de

valores de dois milhões de euros. E não vejo a razão para não explicar

porque é que as comissões vão para determinado agente, em determinada

situação, normalmente associadas às transferências de jogadores da

equipa B e das equipas de formação. Portanto, é precisamente nestas

áreas que a gente quer intervir e tornar tudo muito claro. E temos uma

clara intenção de avaliar bem o que é que se passa nessas transferências

da equipa B.







Tem algum projeto no que diz respeito às infraestruturas?







Com estes avanços e recuos relativamente à Nova Academia da Maia só podemos

estar estupefactos com toda a situação. Segundo as últimas declarações

por parte do presidente da Câmara da Maia, numa área de 340 hectares o

F. C. Porto tem de se localizar especificamente numa zona que implica

compra de terrenos a privados e em hasta publica, não podendo

instalar-se noutras áreas de resolução mais rápida e efetiva. Nesse

sentido, pensamos numa alternativa muito mais centralizada no Município

de Gaia. Para nós, não faz sentido dividir a equipa principal da

formação. Portanto, a nossa alternativa é em proximidade do atual centro

de treinos do Olival, criar um centro de alto rendimento para as

equipas profissionais, a equipa principal, equipa B e sub-19, contemplar

um pavilhão para as modalidades e para o crescimento do futsal no

futuro. Desta forma, dotamos as equipas de formação da melhor

infraestrutura possível, como é a do atual CTFD do Olival. Este espaço

ficará a um quilómetro de distância. Temos um contrato de promessa de

compra e venda assinado com o proprietário deste terreno. Não teremos

nenhum problema em ceder esta posição contratual ao F. C. Porto caso não

sejamos eleitos. Portanto, isto é uma alternativa que temos orgulho em

fornecer a qualquer direção que venha a ser eleita. Agora, temos de

aguardar o desenvolvimento que há na Maia, dando segurança aos sócios

que há aqui uma via alternativa.







Como vai ser financiado esse centro de alto rendimento?







O financiamento pode ser obtido de várias formas, seja, através do

construtor, através de um parceiro ou através de financiamento. A

construção propriamente dita, lança-se a concurso. Depende dos

investidores e parceiros estratégicos que selecionarmos para a sua

construção.







Mas mesmo com concurso vai ser preciso obter dinheiro...







Certo. O financiamento é obtido através do construtor ou através de um parceiro ou através de financiamento na banca.







Mas nesse cenário o endividamento do clube não aumenta?








Pode aumentar, mas no caso do centro de treinos a obtenção de receitas por

parte da via da formação é exponencialmente melhor. Se se pensar num

projeto desportivo ou numa instalação desportiva a 50 anos, que

normalmente é uma duração perfeitamente aceitável para amortização desse

valor, é um investimento que o F. C. Porto tem de fazer.







Vamos imaginar o cenário que é eleito. A academia já não será construída na Maia?








Nós respeitaremos todos os contratos que temos na Maia. Temos uma opção e

um direito de preferência sobre um outro terreno, caso suceda algum

contra tempo com a opção da construção da Academia na Maia. Nós temos

interesse em juntar a equipa principal com a da formação no mesmo espaço

geográfico e não separá-las. Acresce a eficácia operacional desta

escolha tanto pela sua proximidade como pela rapidez com que podemos

construi-la.







É importante para o F. C. Porto marcar presença no futebol feminino e no futsal?








Sim, há um eterno debate relativamente à sustentabilidade das modalidades.

As modalidades têm que ser autossustentáveis, o que normalmente não são.

Em primeiro lugar, há um modelo de eficácia e de gestão e de rigor que

também tem que ser aplicado às modalidades. O sócio do F. C. Porto quer

ganhar em todas as frentes, em todos os campos, em todas as modalidades.

Há uma obrigação por parte do presidente do F. C. Porto e da sua

direção de montar equipas competitivas nas diferentes modalidades. O

crescimento das modalidades e de um mais eclético, faz parte da nossa

visão. Mas faz parte da nossa visão enquanto modelos operacionais

sustentáveis e que funcionem. No que toca ao futebol feminino, é uma

obrigação do F. C. Porto. Infelizmente, tornou-se uma obrigação para

alguns clubes por imposição da UEFA em regras de licenciamento. Queremos

dinamizar e criar o mais rápido possível, os restantes escalões que

faltam ao F. C. Porto.







Se for presidente, qual vai ser a sua relação com os Super Dragões?







Desconheço os protocolos atuais assinados com os grupos organizados de adeptos,

nomeadamente com os Super Dragões e com o Coletivo. Irá haver, por parte

desta Direção, um respeito pela história e tradição das claques.

Interessa-nos perceber de forma clara se há ou não, devido à informação

que temos vindo a recolher nestes últimos dois anos, uma perda de valor

relativamente à bilhética do F. C. Porto associada aos grupos

organizados de adeptos. Portanto, se houver perda de valor que não sirva

à instituição F. C. Porto da melhor forma, é aí que vamos intervir. Eu

desconheço sinceramente o atual protocolo que está assinado.







Então essa relação pode alterar-se?








Seo F. C. Porto perde receita, esse é um caso de intervenção. Não quero

crer que assim seja. Se assim for, serão estabelecidos protocolos de

cooperação com os grupos organizados de adeptos que respeitem a tradição

e a história do F. C. Porto.







Mas essa atitude também poderá causar-lhe muitos dissabores?







Os dissabores que pode criar a mim próprio ou à minha direção são

mais-valias que podem criar ao F. C. Porto, enquanto instituição.

Portanto, se isso traz melhor gestão operacional e financeira das suas

contas, é isso que eu tenho que defender.







Como é que geriu os atos de vandalismo na sua casa? Em algum momento chegou a pensar em desistir?







Não, de todo. Em primeiro lugar, esses incidentes estão ainda em

investigação do Ministério Público. No entanto, não há nada que faça

abalar a minha candidatura. Eu acho que o foco está em apresentar um

programa, uma visão e um projeto para o clube. Mas não abalou em nada o

meu foco relativamente a isso.







É verdade que pediu policiamento junto a sua casa?







Não é verdade. E lamento que o JN tenha feito a notícia como o fez. O que é

feito é uma avaliação de risco por parte do Corpo de Segurança Pessoal.

E é essa avaliação de risco que determina a minha proteção.







Assume a renovação de Sérgio Conceição como uma prioridade sua, caso seja eleito?







A época do F. C. Porto é demasiado importante para o futuro do clube, e

como o próprio treinador disse publicamente que a sua renovação não era

tema, nós, quando formos eleitos, sentamo-nos com o treinador

imediatamente, ou no fim da época, nos timings que ambos entendermos,

para saber o interesse que tem na continuidade. No entanto, não vou

forçar nenhum encontro nesta fase. Em devida altura, sentar-me-ei com

ele, dando-lhe prioridade. Espanta-me porque é que o F. C. Porto permite

permanentemente que jogadores e treinadores entrem em finais de

contrato. Do ponto de vista negocial, coloca-se imediatamente numa

posição fragilizada. Já foi assim em vários casos e, muitas vezes,

perdemos a nossa capacidade negocial, e é por isso que vemos jogadores

saírem a custo zero com uma frequência enorme. Portanto, no fim deste

ano, potencialmente, teremos mais dois, entre o Taremi e o Cláudio

Ramos, e, para 2024 e 2025, estarão outros jogadores que entrarão em

final de contrato, entre os quais o Marcano, Wendel e Namaso. Portanto, o

F. C. Porto colocar-se em posições negociais fragilizadas é algo que

não entendo.







Se for eleito presidente, como pretende relacionar-se com o Benfica e com o

Sporting? Pretende manter o discurso do Norte contra Lisboa que tem

caracterizado os mandatos de Pinto da Costa?








O futebol português encontra-se talvez na fase mais sensível da sua vida.

A renegociação e centralização dos direitos audiovisuais vai acontecer

em 2028. Portanto, até 2026 terá que estar feita a proposta

relativamente à divisão desses direitos televisivos. Acabamos de perder a

nossa posição no ranking da UEFA, estamos a qualificar cada vez menos

equipas para a Liga dos Campeões. Acho que é absolutamente necessário um

clima de cooperação e de comunicação aberta, que eleve a qualidade do

futebol português. Se há um papel que o F. C. Porto tem que ter no

futuro é um papel ativo de crescimento do futebol português, de

entendimento relativamente à melhoria do seu produto e à melhoria da

competitividade do futebol português na Europa. Esse cenário obriga a

que os clubes que são rivais se sentem à mesa e perspetivem o futuro do

futebol português de uma forma mais assertiva e aberta, mantendo uma via

de comunicação muito mais direta. Comigo assim será, porque é de uma

necessidade extrema. Há muitas coisas em jogo que são absolutamente

fundamentais. Relativamente à parte dos audiovisuais e da centralização,

o presidente da Liga já foi muito claro que nenhum clube irá perder

valor. No entanto, eu acho que os clubes têm que demonstrar o querer

elevar o estatuto do futebol português.







As pessoas conhecem a carreira que fez como treinador do F. C. Porto. Mas

também há quem lhe aponte o dedo pela forma como saiu do clube, porque

estava na sua cadeira de sonho. Como é que lida com essa crítica e

reconhece que isso pode, de certa forma, afetar a sua candidatura?





Não há nada que eu possa dizer que vá ultrapassar a mágoa e a dor que

determinados sócios têm relativamente à minha saída. No entanto, a minha

saída e nada difere à de outras tantas saídas, de tantos portistas que

saíram do F. C. Porto e que regressaram ao F. C. Porto para serem

recebidos de braços abertos por alguns sócios e adeptos. São esses

adeptos que vêem em mim as capacidades e as qualidades para ser

presidente do F. C. Porto. Há outros que, relativamente a isso, não

conseguem ultrapassar essa dor e essa mágoa e têm esse sentimento

presente neles. Não há nada que eu possa dizer ou fazer que os vá mudar

de opinião. Portanto, eu estou focado no futuro do F. C. Porto, defendo a

instituição, sou portista desde que me conheço e tenho uma visão e um

projeto para o clube. Espero que possa convencer algumas dessas pessoas

que não conseguem ultrapassar essa mágoa.
 

FC Porto 79

Bancada central
16 Abril 2012
1,627
3,031
Conquistas
19
  • André Villas-Boas
  • José Maria Pedroto
  • Lucho González
  • Bobby Robson


Que vómito e total falta de discernimento intelectual... Que bela imperial tirada de joelhos. BACOCOS !!!!


Campeões do berlinde sazonal e do torneio da carica de Julho a Agosto.
 

b10nic

Sofá de casa
3 Agosto 2015
10,791
11,900
Isto é tudo bonito, mas em abril PdC ganha novamente as eleições.
Cada um de nós tem que por um pouco de trabalho a convencer amigos e familiares que sejam sócios do clube que o futuro do mesmo está dependente duma mudança.

Esse trabalho será muito importante e a mobilizaçao de todos também, só assim poderemos assegurar um futuro melhor.
 

ryback

Tribuna Presidencial
27 Fevereiro 2008
17,837
9,813
Ja estou mais alegre com esse título 😄
Aliás se o porto se coligar ao chaves ficamos em primeiro com 7 ptos de vantagem
 

b10nic

Sofá de casa
3 Agosto 2015
10,791
11,900
Esta parte é muito importante.

Porque acha que as coisas chegaram a este ponto?

Houve um certo relaxamento na gestão do clube e continuou-se a acumular uma gestão cada vez mais danosa do ponto de vista desportivo, que é, entre outros, um dos garantes de sustentabilidade do clube. Há quase 10 anos assinámos o contrato televisivo mais rentável de sempre para o F. C. Porto, e contrariamente ao expectável, foi quando entrámos em degradação total no aspeto económico e financeiro, ao ponto de nos encontrarmos, neste momento, com a maior parte das receitas antecipadas, a tentar antecipar receitas dos próximos 15 anos e, aparentemente, a tentar antecipar receitas de um contrato televisivo que só começa em 2028. Quer dizer que esgotamos os modelos de gestão operacionais que antes funcionavam no F. C. Porto. Acho que este deteriorar da situação financeira do clube leva-nos a entender que o F. C. Porto deixou de estar na prioridade da atual administração.
 

Don Corleone

Tribuna Presidencial
21 Agosto 2019
8,699
13,696
Conquistas
17
  • Hulk
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Madjer
Cada um de nós tem que por um pouco de trabalho a convencer amigos e familiares que sejam sócios do clube que o futuro do mesmo está dependente duma mudança.

Esse trabalho será muito importante e a mobilizaçao de todos também, só assim poderemos assegurar um futuro melhor.
Olha para os enúmeros casos que há na política nacional. Se há uma coisa a que eu já me habituei é que o povo português tem uma aversão enorme à mudança, um fenómeno menor no Norte acredito eu, mas mesmo assim…

Um resultado do AVB em Abril não será nada menos que uma enorme surpresa para mim.