Eu quando vou às compras evito levar o meu filho. Prefiro ir sozinho e deixar a mulher em casa com ele do que trazê-lo comigo.
O puto quer tudo. É brinquedos, é jogos, é bicicletas, é não sei o quê... Deixava um ordenado se lhe fosse fazer as vontades.
Mas é uma criança. Não o posso julgar. Tento, dentro que é possível, explicar que o dinheiro não estica. Que nem o papá nem a mamã são o Cristiano Ronaldo e que os ordenados são primeiramente para pagar a casa, o carro, as contas da luz, água, gás Internet, comida, o infantário dele.
Volta e meia lá cedo e compro-lhe uma bugiganga barata só para o calar mas já sei que perde o interesse ainda antes de chegar a casa.
Faz parte. Quem é pai sabe como as coisas são. Por isso é que mais vale deixá-los em casa e fazer o que se tem a fazer sozinho. Mas ainda bem que assim é. As crianças não podem nem devem estar a pensar se há ou não há dinheiro. Ao pai cabe, indo aos poucos, sensibilizar a criança para a realidade da vida mas sem estragar a fantasia deles que é saudável e a qual eu, adulto, invejo.
Resumindo, nunca pensei que tivesse de ter esta conversa com um adulto.
- para estar no tribunal não basta ser chamado, é preciso sentir a justiça
