Isso não tem nada a ver com a entrada ser desregulada ou não. Só tem a ver com as condições de habitação que há na cidade. Não são só imigrantes a viver em condições de miséria.
É uma zona movimentada como outras em várias cidades com muito comércio. Não faço ideia do que fazem todos eles mas dizer que os indostânicos não fazem nada é completamente deslocado da realidade.
Eu passo às vezes no Martim Moniz porque é a melhor zona da cidade para comprar produtos alimentares asiáticos. Obviamente sentes-te num sítio que parece um bocado deslocado mas não me sintio de todo inseguro. Tb não ando por todas as ruas e becos. Mas há um outro sitio onde passo pelo menos uma vez por semana, onde ando sempre em passao rápido e a olhar por cima do ombro (já fui assaltado e já me tentaram assaltar mais outra vez). Onde há zero policiamento (porque andam todos pelo Martim Moniz presumo). É um sítio onde a sensação de insegurança é 100 vezes maior mas que aparece 100 vezes menos nas notícias, e ao qual o moedas raramente se refere. É o Casal Ventoso.
Se calhar desregulado não seja o melhor termo mas alguma coisa não está a ser bem feita quando casos de imigrantes a viver sem condições se multiplicam nas grandes cidades. Não me parece que sejam casos isolados. Isso acontecerá sempre. Começa a ser regra.
Nós precisamos de imigração como de pão para a boca mas também temos de estar preparados para lhes dar, pelo menos, o mínimo de condições.
Eu se convido alguém para jantar a minha casa não os vou presentear com pão com manteiga e uma caneca de água da torneira. Há mínimos olímpicos que tem de ser cumpridos.
Por isso é que digo que tem de haver regulação na imigração. Não por uma questão de segurança, até porque parece-me que há claramente um discurso completamente exagerado, mas porque se calhar não estamos preparados para albergar tantas pessoas.
Quanto à sensação de segurança não opino. É algo que só as pessoas que moram ou frequentam esses locais podem falar.
Se há coisa que me irrita profundamente é ouvir comentadores e políticos a falar do Martim Moniz ou outro qualquer local quando moram na linha do Estoril e almoçam no Parque das Nações.