Sakamoto disse:
Sim, o Pinto Coelho ou não sei quê. É o actual dirigente do PNR. Mas ele vai a todas
https://poligrafo.sapo.pt/sociedade/artigos/a-manifestacao-dos-coletes-amarelos-em-seis-fact-checks
https://rr.sapo.pt/video/192074/pnr-junta-se-a-coletes-amarelos-no-marques-nao-fazem-parte-do-movimento
https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/organizadores-dos-coletes-amarelos-em-portugal-defendem-ideias-de-extrema-direita
Parte dos organizadores havia expressado nos seus perfis ideias características da extrema-direita, pulsões que acompanharam o desenrolar dos preparativos e culminaram com a participação informal de mentecaptos nos protestos. A estupidez da extrema-direita portuguesa, institucionalizada ou informal, é de ir às lágrimas. Como garantir o fracasso de uma manifestação? Colocando o senhor do PNR na fila da frente e juntando alguns dos seus partidários à iniciativa. Não falha. Um tipo decente que tenha decidido, legitimamente, opor-se ao estado das coisas fica logo de pé atrás.
É mais forte do que eles. A desigualdade conta-se entre as maiores na europa, os serviços públicos dão de si, o Estado falha em garantir segurança aos seus cidadãos, existem decisões políticas e económicas desastrosas para o país, grande e pequena corrupção
e, mesmo assim, tendo a papinha toda feita, vão buscar questões de migração, étnicas, de género, xenofobias, misoginias, ismos de todo o tipo
genial, simplesmente genial. Porventura consequências do uso excessivo da internet, demasiado tempo passado em fóruns, absorvidos por temas norte-americanos, internacionais, vídeos, memes
que levam muitos a transpor acriticamente o argumentário e o caderno de revindicações de outros realidades para a nossa. A mera presença física de elementos dessa extirpe é prejudicial a um evento como o de hoje.
Pelo almoço entrevistavam um sujeito italiano ou brasileiro que vive em Portugal há vários anos e que se indignava
pois é, a população está contra a esquerda, que não nos representa e governa o país desde 2004, a jornalista corrige, não é bem assim, sim, mas pronto, é isso
Não deixa de ser curioso, um movimento supostamente inorgânico e popular com referências partidárias e ideológicas tão vincadas. É contraproducente. Num país que produz maiorias de esquerda com regularidade, acolhedor de grandes vagas de imigração, emigrante, de vanguarda em várias questões sociais, pouco propenso a manifestações públicas de agressividade ou discriminatórias
como é possível que não se produza um populista sem saudosismos do antigamente, que recuse posicionamentos discriminatórios em função de orientação sexual, género, identidade étnica e cultural, religião
, que se limite unicamente a aproveitar as grandes questões sociais e económicas?! Aberrante.