Actualidade Nacional

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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  • Março/22
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Misturaste tantos conceitos e discussões diferentes que já tivemos aqui. Nem sei por onde começar, portanto vou por 3 ideias-base:
1. Já falámos sobre as necessidades laborais que a imigração resolve. A menos que defendas acabar com a agricultura, construção civil e os serviços não qualificados, vais sempre ter remunerações abaixo da média e próximas do salário mínimo. Não vou bater novamente na tecla que é necessário aumentar as remunerações globais no país, deixei uma proposta de como o fazer no post que citaste.
2. Atrasos nas rendas existem, mas estão longe de ser uma maioria. No entanto, os contratos de arrendamento em Portugal precisam de uma revisão. Existem formas de agilização e de estabilização dos mesmos, como os sistemas de pontos e regimes de mediação obrigatória, mas também ajudava que os contratos não fossem anuais e renováveis. Isso existe por duas razões: não há vontade de investimento nos próprios imóveis, nem existe facilidade de despejo em casos de incumprimento ou outros de justa causa (que não existem de qualquer forma em contratos de curto prazo, porque a legislação não permite despejar menores, idosos, pessoas com deficiência, famílias de baixos rendimentos, etc).
3.Ninguém propôs obrigações. Desvias a atenção do principal problema que é existir património desaproveitado que é uma escolha pessoal com consequências financeiras, como seguro, limpeza ou IMI, e possíveis agravamentos do mesmo que estão a ser implementados por municípios. É uma escolha desvantajosa. Existem três opções: como segunda habitação (válida), vender (válida) ou desabitada só porque sim e a incorrer em prejuízo. Qual o objetivo da última?

PS: o IHRU lançou hoje um estudo sobre o tema.
Podes responder diretamente, quando falas nas necessidade laborais, isso ao grosso da população que melhorias trouxe a nível do básico? saúde, educação, segurança, poder de compra, transportes? quais destes pontos melhorou?

Defendo sim acabar com essa agricultura que defendes, que só sobrevive da miséria, isso tem que morrer, como morreu em grande parte de Portugal nos últimos 30 anos.

A que defendo é esta, com tudo o que há a volta dela e que permitira absorver a mão de obra que portugal passou anos a formar, o plano era amentar a qualificação da população e com isso aumentar o valor do Pais.. agora o plano é subsidiar a agricultura de miséria com imigrantes ilegais, e subsidiar a agricultura Hi tech de outros países com a formação de jovens para exportar.


Portugal aumentou a percentagem de mão de obra sem qualificação, para trabalho de baixo valor, achas que agora vai obrigar o gajo que trouxe 20 gajos para viver num barracão para apanhar alfaces a aumentar os ordenados?..

As alterações para o arrendamento teriam que ter sido feitas há 20 anos, agora já é inviável alguém estar a investir em imobiliário para meter no mercado de arrendamento, faz as contas e vê quanto teria que ser uma renda para tirares um rendimento liquido que compense entrar nesse investimento.. o mercado foi desestabilizado pela enorme massa que entrou e isso não dá para corrigir.

O desaproveitado é uma questão relativa, o que para ti é desaproveitado não é para outra pessoa, uma coisa é estares a falar de um fundo imobiliário que tem casas vazias, outra coisa é uma pessoa que herdou uma casa e não quer lá meter ninguém, e tem esse direito, isso sempre existiu e nunca foi um problema, quem precisa de mão de obra para explorar que resolva esse problema ou só estão lá para se encher de dinheiro?

E novamente, a população em Lisboa tem crescido, as casas são vendidas, grande parte da imigração vem viver para Lisboa.. é exagerado dizer que existe algum problema por essas bandas no que toca a habitação.


Portanto, enganar as pessoas?
Como proprietário de AL's, não voto em ti. 😄
Portugal é um péssimo pais para se investir por causa da falta de confiança que passa.. não é por acaso.
 
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Ginjeet

Tribuna Presidencial
11 Março 2018
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Podes responder diretamente, quando falas nas necessidade laborais, isso ao grosso da população que melhorias trouxe a nível do básico? saúde, educação, segurança, poder de compra, transportes? quais destes pontos melhorou?

Defendo sim acabar com essa agricultura que defendes, que só sobrevive da miséria, isso tem que morrer, como morreu em grande parte de Portugal nos últimos 30 anos.

A que defendo é esta, com tudo o que há a volta dela e que permitira absorver a mão de obra que portugal passou anos a formar, o plano era amentar a qualificação da população e com isso aumentar o valor do Pais.. agora o plano é subsidiar a agricultura de miséria com imigrantes ilegais, e subsidiar a agricultura Hi tech de outros países com a formação de jovens para exportar.


Portugal aumentou a percentagem de mão de obra sem qualificação, para trabalho de baixo valor, achas que agora vai obrigar o gajo que trouxe 20 gajos para viver num barracão para apanhar alfaces a aumentar os ordenados?..

As alterações para o arrendamento teriam que ter sido feitas há 20 anos, agora já é inviável alguém estar a investir em imobiliário para meter no mercado de arrendamento, faz as contas e vê quanto teria que ser uma renda para tirares um rendimento liquido que compense entrar nesse investimento.. o mercado foi desestabilizado pela enorme massa que entrou e isso não dá para corrigir.

O desaproveitado é uma questão relativa, o que para ti é desaproveitado não é para outra pessoa, uma coisa é estares a falar de um fundo imobiliário que tem casas vazias, outra coisa é uma pessoa que herdou uma casa e não quer lá meter ninguém, e tem esse direito, isso sempre existiu e nunca foi um problema, quem precisa de mão de obra para explorar que resolva esse problema ou só estão lá para se encher de dinheiro?

E novamente, a população em Lisboa tem crescido, as casas são vendidas, grande parte da imigração vem viver para Lisboa.. é exagerado dizer que existe algum problema por essas bandas no que toca a habitação.
Lamento te informar, mas a agricultura dos Países Baixos sofre do mesmo mal que em Portugal: salários baixos, mão de obra imigrante. Seja high tech ou não.

Acaba com a agricultura, se quiseres. Desapareces com, entre agricultura e setores dependentes, uns 10% do PIB e do emprego, 15% das exportações, passas a importar 100% dos alimentos e matas por inteiro regiões do interior.

Não sei se tens noção que o sistema atual de capitalismo misto, ou capitalismo social, como queiras chamar, depende da exploração de recursos de acordo com o seu valor económico. Por muito que se tente evitar, por muitas medidas sociais que se criem para amenizar o impacto disso, existirão sempre desigualdades e existirão sempre pobres. Mesmo nos países mais ricos.


PS. o desaproveitamento não é uma questão relativa. É um facto. Se as pessoas se importam com esse desaproveitamento ou se têm outras prioridades, é outra questão. Curiosamente, o direito de "não usar" não existe noutras áreas, por matéria de interesse coletivo. Existem punições para terrenos agrícolas em pousio contínuo, tens revogações de direitos de captação de água, de licenças de transporte ou de alvarás variados em setores comerciais e sociais quando não são utilizados. Ao menos na habitação, ninguém te vai tirar a casa se esta estiver vazia, mas interessaria perceber o que leva uma pessoa a perder centenas ou milhares de euros anuais só a ter por ter.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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Portanto, enganar as pessoas?
Como proprietário de AL's, não voto em ti. 😄
Portugal é um péssimo pais para se investir por causa da falta de confiança que passa.. não é por acaso.
é que se passa em cidades como Barcelona, Amsterdão, NY ou Berlim, insuspeitas de serem governadas por radicais de esquerda.

Também tenho um AL que me dá o dobro do rendimento que me daria se tivesse um aluguer de longa duração, ficaria por isso fodido se me tirassem essa fonte de rendimento (ainda bem que ganhou a AD, aquela ideia de serem os outros condóminos a decidirem se o prédio pode ter um AL dava-me suores frios), mas também ninguém me disse que o AL era uma actividade que iria durar para sempre e de qualquer forma é um investimento que nunca me faria perder dinheiro. Os particulares usam o AL como forma de arranjar rendimento extra, não conheço ninguém que tenha ALs como única fonte de rendimento, em último caso pode sempre alugar ou vender e viver uns tempos dos rendimentos.
 
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sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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Lamento te informar, mas a agricultura dos Países Baixos sofre do mesmo mal que em Portugal: salários baixos, mão de obra imigrante. Seja high tech ou não.

Acaba com a agricultura, se quiseres. Desapareces com, entre agricultura e setores dependentes, uns 10% do PIB e do emprego, 15% das exportações, passas a importar 100% dos alimentos e matas por inteiro regiões do interior.

Não sei se tens noção que o sistema atual de capitalismo misto, ou capitalismo social, como queiras chamar, depende da exploração de recursos de acordo com o seu valor económico. Por muito que se tente evitar, por muitas medidas sociais que se criem para amenizar o impacto disso, existirão sempre desigualdades e existirão sempre pobres. Mesmo nos países mais ricos.


PS. o desaproveitamento não é uma questão relativa. É um facto. Se as pessoas se importam com esse desaproveitamento ou se têm outras prioridades, é outra questão. Curiosamente, o direito de "não usar" não existe noutras áreas, por matéria de interesse coletivo. Existem punições para terrenos agrícolas em pousio contínuo, tens revogações de direitos de captação de água, de licenças de transporte ou de alvarás variados em setores comerciais e sociais quando não são utilizados. Ao menos na habitação, ninguém te vai tirar a casa se esta estiver vazia, mas interessaria perceber o que leva uma pessoa a perder centenas ou milhares de euros anuais só a ter por ter.
A agricultura contribui com um PIB de 2%, e esse emprego não interessa para nada até porque estás a trazer pessoas que não acrescentam nada e que não viriam. Haveria uma seleção do que poderia existir e o que fosse relevante teria que elevar o nivel e tecnologia.

Eu tenho essa noção, mas quando tu estás a vender a necessidade do país fazer esta aposta, podias dizer quem é que vai beneficiar, e quem é que vai prejudicar, a transformação que estás a fazer. Porque o que mais se vê é malta que defendeu esta aposta e se esquece de dizer que a aposta tem como resultado acabar com a social democracia e passar para um sistema capitalista, destruindo, saúde educação segurança, habitação, e coesão social.

Eu tenho terrenos em pousio e não tenho nenhuma penalização. Haverá muitas razões, e conheço muitas situações e estou nessa mesma situação que é o valor sentimental, nem toda a gente vive a vida só com os olhos no dinheiro.

Alem disso há todo um mundo que se pode importar para Portugal e esgotar essas casas rapidamente.. Basta ir ao algarve para veres isso.
 
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Raba

Tribuna Presidencial
13 Junho 2013
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  • André Villas-Boas
  • Fernando "Bibota" Gomes
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Resumindo, a culpa de ele pouco ter feito foi toda do PS.

Mas há que reconhecer que a propaganda está bastante bem feita.
Na verdade é bastante complicado governar uma autarquia como ele fez. Com a oposição em maioria. Muitas propostas ficaram chumbadas e muitas foram aprovadas sem o voto dele.

Se isto fosse há uns anos, com o sistema bipartido, acredito que este ano ele saísse reforçado, ganhando as eleições com maioria.
Agora temos um 3o player, e o Chega pode ter uma palavra a dizer nas autárquicas.
Esta é uma câmara municipal onde não arrisco prognósticos.
 

Moradona

Bancada lateral
18 Maio 2025
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O 'boom' turístico em Portugal caracteriza bem como o país funciona. Aparece uma fonte de rendimento fácil e rápida e vai tudo atrás até ficar descontrolado e começar a gerar consequências negativas. Foi exatamente assim com o 'boom' da construção civil nos anos 80 e 90, quando se começou a construir casas baratas, de má qualidade, sem eficiência energética, com muita corrupção à mistura para obter licenciamento em zonas ilegais e, outras vezes, construção ilegal desenfreada.

Isto sumariza o que é Portugal e os portugueses, falta de planeamento estratégico, procura de obtenção de rendimento fácil, corrupção, passar por cima de tudo e de todos.

O turismo e o alojamento local é agora um problema grave que temos em mãos, permitiu o desenvolvimento de cidades, mas rapidamente se tornou nefasto, afetou diretamente a vida das populações locais, não só contribuindo para a subida brutal dos preços das rendas, mas também com o ruído e o movimento exagerado de turistas que tornou a vida das populações locais num autêntico inferno.

"Sustentável" é uma palavra que não existe no léxico deste país. O desenvolvimento urbano nunca poderia ter sido feito da forma que foi feito, quase exclusivamente com uma aposta no turismo e com uma concentração absurda em Lisboa e no Porto.

São os efeitos nefastos que se vêm um pouco por toda a europa deste flagelo de se querer fazer dinheiro a todo o custo e de forma rápida que é tão típico das nossas sociedades neoliberais onde no centro de tudo está o consumidor.
 

wolfheart

Tribuna Presidencial
30 Novembro 2015
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Bragança
São as tais percepç... Ah, não se pode dizer isso porque é "não ter a noção do que é a vida real".
O problema das Capas de Jornais é mesmo esse.
Esta capa também é enganadora ....eu explico transcrevendo o que vem na noticia :
"Em 25 anos, criminalidade caiu 1,3%, capas com crimes subiram 130%"

Em 25 anos ???? Porque não 5 anos....1 ano...2 anos....
Porque escolher o numero de 25 anos para comparação ????
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
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Se isso tivesse saído uns dias antes a PSP escusava de ter instalado um posto no hospital de Leiria.

 

Portoallez2

Tribuna Presidencial
4 Setembro 2016
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O problema das Capas de Jornais é mesmo esse.
Esta capa também é enganadora ....eu explico transcrevendo o que vem na noticia :
"Em 25 anos, criminalidade caiu 1,3%, capas com crimes subiram 130%"

Em 25 anos ???? Porque não 5 anos....1 ano...2 anos....
Porque escolher o numero de 25 anos para comparação ????
Chama-se manipulação..Eles são muito bem quais seriam se fizessem o trabalho direito, mas dá mais jeito assim..
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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O problema das Capas de Jornais é mesmo esse.
Esta capa também é enganadora ....eu explico transcrevendo o que vem na noticia :
"Em 25 anos, criminalidade caiu 1,3%, capas com crimes subiram 130%"

Em 25 anos ???? Porque não 5 anos....1 ano...2 anos....
Porque escolher o numero de 25 anos para comparação ????
Vou deixar o chat gpt responder porque quando existem boas ferramentas, não vale a pena perder tempo a explicar o óbvio.


1. Comparações de longo prazo são metodologicamente válidas — e úteis


A escolha de 25 anos permite observar tendências estruturais e não flutuações de curto prazo. A criminalidade, como fenómeno social, está sujeita a variações anuais por diversos fatores (mudanças económicas, políticas de segurança, eventos sociais, etc.). Comparar apenas com 1, 2 ou 5 anos poderia enviesar a conclusão, dando peso excessivo a acontecimentos excecionais (ex: um pico de crimes num ano específico).



2. A escolha dos 25 anos provavelmente tem justificação empírica


Se a estatística mostra que a criminalidade caiu 1,3% em 25 anos, e a quantidade de capas com crimes aumentou 130% no mesmo período, então o objetivo é mostrar uma divergência de longo prazo entre a realidade e a perceção mediada pelos media. Isso ajuda a denunciar uma possível manipulação ou enviesamento editorial — isso só se torna evidente numa análise de décadas.



3. A crítica ignora que o problema está na percepção, não na estatística


O autor da crítica parece insinuar que há manipulação na escolha do período — mas ignora que a questão central é: a cobertura mediática cresceu muito mais do que a criminalidade real. Se os media aumentaram 130% a exposição a crimes nas capas, mesmo com uma descida (ainda que ligeira) da criminalidade, isso já é revelador. Não importa se foram 10, 15 ou 25 anos: a tendência de desfasamento é clara.



4. Análises de longo prazo são comuns e aceites na ciência social


É perfeitamente normal usar séries temporais longas em estudos sociais e criminais. Organizações como o FBI, Eurostat, INE ou ONU fazem-no com frequência. A ideia é captar mudanças culturais, estruturais e mediáticas, não apenas estatísticas sazonais.



5. Contra-argumento falacioso: é uma crítica baseada em "cherry-picking"


Perguntar “por que não 1 ou 2 anos?” é uma falácia clássica de enviesamento: o objetivo da pergunta não é construir uma alternativa melhor, mas gerar dúvida sobre o dado apresentado. No entanto, não há qualquer razão lógica que invalide a comparação de 25 anos — pelo contrário, ela tende a ser mais robusta.



Conclusão


A escolha de 25 anos não é enganadora — é uma opção válida para analisar tendências a longo prazo. O dado apresentado é relevante porque mostra um crescimento claro da cobertura mediática de crimes desalinhado com a realidade. O verdadeiro problema não está na escolha do intervalo, mas na forma como os media distorcem a perceção pública com capas sensacionalistas. É isso que a manchete denuncia — com razão.