Mas isso até é compreensível. Os palestinianos tinham o território deles e de repente queriam força-los a assinar um plano de 2 estados, um judeu e um árabe, de partilha da palestina. Olhando para os dias de hoje, provavelmente foi um erro, mas naquela altura tinha todo o sentido os palestinianos não quererem ceder os seus territórios aos judeus, eram os territórios deles desde 70 D.C. A insatisfação tinha todo o sentido, enquanto que os judeus aceitaram porque queriam o seu próprio estado, embora aquilo que pretendessem era ficar com todo o território sob o controlo deles. A partir daí estava tudo perfeitamente delineado para haver conflito. E foi o que aconteceu. Guerra. Israel ganhou e foi sufocando os palestinianos, ganharam cada vez mais controlo sob o território e foram empurrando os palestinianos para territórios cada vez mais pequenos e fragmentados, impedido o seu livre movimento entre territórios palestinianos. Isso obviamente acabou por culminar na criação do Hamas, que é culpa das políticas dos governos do Netanyahu e dos seus aliados. É algo que tinha tudo para dar merda desde 1947 e deu merda.
Agora, por muito que se defenda e compreenda a causa palestina, é impossível celebrar e defender os atos terroristas perpetrados pelo Hamas. Na guerra há sempre atrocidades, seja de que lado for, seja um estado democrático contra um autocrático, é inevitável. Não se pode é defender a barbárie absoluta, matar indiscriminadamente civis a sangue frio, exibir os corpos de mulheres, idosos e crianças em demonstrações pelas ruas da palestina, isto é indefensável. A diferença entre um estado como Israel que apesar de tudo ainda é uma democracia, é que os seus atos contra os palestinianos são alvo de escrutínio por parte das sociedades ocidentais. Podemos discutir que devia causar mais indignação e ter outro tipo de destaque nos media tradicionais, mas pelo menos ainda existe liberdade para se escrutinar as ações de Israel. Do outro lado isso não existe, não estou a falar do povo palestiniano, estou a falar nos países muçulmanos autocráticos e fundamentalistas que celebram estes atos de absoluta barbárie do Hamas.