Fosse só isso. Vivemos um período de estupidez colectiva. A destruição das estátuas é apenas uma pequeníssima parte, mesmo que representem algo negativo, apagar a história é o primeiro passo para que ela se possa voltar a repetir vão também destruir os todos os museus sobre o Holocausto?
Esta gente só está a complicar a vida às pessoas que realmente lutam pacificamente contra o racismo, se dermos uma breve vista de olhos percebemos que muitos dos que estão envolvidos nos motins, na destruição das estátuas, nas pichagens e pilhagens, são brancos, muitos de classe média que nunca passaram por dificuldades e não passam de putos mimados. São inúmeros os vídeos no meio disto de negros indignados com os brancos a partir montras e a pichar muros.
O problema é que isto ultrapassa o racismo, neste momento, o problema mais grave nos EUA não é o racismo, é a desigualdade de classes, os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, a mobilidade social é extremamente baixa e a tensão é enorme. A morte do George Floyd numa sociedade com menos clivagens não ia ter a repercussão que teve. Numa sociedade com estas fortíssimas clivagens, com um tribalismo político exacerbado, fragmentada e violenta como a dos EUA, qualquer acontecimento deste tipo que afecte minorias, vai despoletar acontecimentos como os que estamos a presenciar e que ultrapassam largamente a luta anti-racista.
Os EUA têm um grave problema de racismo? Têm. Têm um problema de brutalidade policial? Têm. As manifestações anti-racistas após a morte de George Floyd têm toda a legitimidade e foram extremamente necessárias? Absolutamente. O problema é que no meio disto tudo temos os aproveitadores. Anarquistas que procuram apenas semear o caos, pessoas ignorantes sem pensamento crítico que se deixam levar pelas massas, a instrumentalização das massas por parte da esquerda radical que luta por ideais absolutamente depravados e fascistas, querem igualdade de resultados em vez de igualdade de oportunidades, querem apagar a história, querem silenciar o pensamento crítico, querem acabar com a liberdade de expressão, enfim, e se tens uma opinião contrária és um fascista, racista, misógino, transfóbico, etc. Tudo isto faz com que a extrema direita também ganhe força e isto também explica o aparecimento de muitos movimentos que se alimentam disto, Trumps, Bolsonaros, Venturas, não apareceram por acaso. Vivemos num período de absoluta estupidez que se propaga de forma muito mais assustadora que o coronavírus. A esquerda radical quer acabar com a polícia, eu não tenho a menor dúvida que a brutalidade policial é um problema e que muitos negros nos EUA e não só, também muitos brancos e muitas outras etnias, têm medo da polícia, mas pergunto, qual é a lógica disto? Como é que muitas minorias vão viver sem terem a protecção da polícia? Para quem é que vão ligar quando houver um tiroteio numa escola, tão comum nos EUA? Isto seria um inferno para muita gente. Querem também acabar com a academia e retirar todos os fundos à ciência porque dizem que a ciência é racista, seria giro vivermos num mundo sem ciência, ou pelo menos num mundo em que a ciência seria uma subcultura manhosa underground só para alguns sortudos, pelo menos estas ideias parasíticas seriam propagadas com muito maior força isso não há dúvida. Infelizmente, nas redes sociais, muitas empresas do ramo científico já começaram a ceder a estes idiotas e temos pessoas a ser despedidas porque escreveram artigos científicos que ferem susceptibilidades, mesmo que os artigos sejam escritos com base em ciência verdadeira e sob o método científico. Outros andam a ser despedidos porque tweetaram e partilharam estes artigos. Começou a purga.
Só dar um exemplo de ontem, a JK Rowling, que escreveu os livros do Harry Potter, esteve envolvida numa "polémica" sobre pessoas transgénero e que até era amiga de algumas. Basicamente, ela dizia que que era uma estupidez algumas pessoas acreditarem que não existia sexo nem género. Apareceram uns quantos, incluindo pessoas influentes na cultura americana, que trabalham para políticos, um até que trabalha com a Elizabeth Warren, insultaram a JK Rowling do piorio, chamaram-lhe transfóbica, disseram que o sexo não existia, que era uma construção social, que os géneros masculinos e femininos não existiam, que as pessoas não binárias mereciam mais respeito, etc. Chamaram-lhe outros termos manhosos que eu nunca na minha vida tinha ouvido, como TERF, que ao que parece é uma feminista radical que odeia pessoas transgénero. Conclusão, a JK Rowling foi linchada publicamente por estes tipos e acabou a ser apoiada e defendida por várias pessoas transgénero; a ironia eheheheheheh. Este é o tipo de mundo insano em que vivemos, onde a verdade e a ciência estão a ser autenticamente atropeladas.