Eu não creio que tenha sido por causa do valor do Pepe que a equipa se ressentiu, mas sim pelas mexidas que foram feitas na linha defensiva para o tentar incluir.
Até à vinda do Pepe, o Militão tinha-se imposto com naturalidade como patrão da defesa, sereno, varria bem a zona, impunha-se, dava equilíbrio e transmitia confiança e serenidade. Com a entrada de Pepe, a defesa adoptou um estilo mais nervoso a defender, mais raçudo (com Felipe ao lado de Pepe), mais duro. Militão foi destituído do seu posto de General no eixo, um Líder da defesa, para ser remetido à lateral a fazer um papel secundário de soldado raso.
Esta mudança teve reflexo no jogo defensivo da equipa. Uma dupla de centrais que jogava mais à queima, mais nervosa, mais impetuosa, menos tranquila, menos serena.
Pepe no seu tempo foi talvez o melhor central do mundo, e o Pepe de hoje ainda tem resquícios da qualidade que já teve, mas também traz ainda muito da impetuosidade do seu lado mau que mostrou em Madrid. Não gosto quando entra de forma gratuita a um adversário, põe em cheque a equipa, arrisca-se ao cartão e à expulsão de forma irresponsável.
Militão está muitos patamares acima disso. Serenidade. Qualidade. Transmite confiança aos parceiros de jogo. O Porto perdeu isso quando Sérgio destituiu o General do seu posto.