Não há como fugir que o plantel que o Anselmi encontrou é tenebroso e ficou pior com as saídas logo que entrou.
Mas também não há como fugir que:
i. não se apercebeu ou não se quis aperceber que não tinha jogadores para o modelo que queria implementar;
ii. não tinha ou não queria ter um plano B;
iii. foram-lhe dados dois jogadores que foram, muito residualmente, utilizados (se calhar não prestam, mas quando utilizados, pareceram dar sinais de qualidade);
iv. existiam alguns jogadores a dar sinais de produtividade na equipa B que não contaram sequer para o totobola;
v. teve um ratio de vitórias tenebroso, ótimo para o Moreirense desta vida, mas claramente insuficiente para a realidade do Porto, mesmo que fragilizado.
Ponto prévio: O que agora vou escrever, não tenho a certeza que seja possível, legalmente prever, no ato da assinatura do contrato com um profissional (treinador). Ainda assim, partilho que, acho difícil de compreender que uma estrutura altamente profissional como o nosso Clube, não consiga prever no ato de contratação de um treinador, um conjunto de métricas mínimas, as quais, não sendo atingidas, poderiam dar, ou não, espaço para a rescisão unilateral do contrato.
Quando digo que poderia não dar azo à rescisão seria, por exemplo, a estrutura do Clube entender que os resultados mais fracos não poderiam ser totalmente imputados aos treinador ou acreditar que, para além dos resultados, existiam variáveis de jogo nas quais se notava algum tipo de evolução.
Ora o que se vê no período de treino do senhor Anselmi é uma perspectiva unidimensional do jogo e do plantel, totalmente desfasada das características dos jogadores que o compõem, das características do campeonato em que está a competir e ainda mais grave da história e ADN do clube onde está inserido.