2% direto. Mas sem uvas, não tens vinho. Sem trigo, não tens pão. Sem agrofloresta, não tens papel nem cortiça. Tens várias cadeias de valor que desapareceriam ou passariam a custar muito ao consumidor final mais se importasses diretamente toda a matéria-prima.A agricultura contribui com um PIB de 2%, e esse emprego não interessa para nada até porque estás a trazer pessoas que não acrescentam nada e que não viriam. Haveria uma seleção do que poderia existir e o que fosse relevante teria que elevar o nivel e tecnologia.
Eu tenho essa noção, mas quando tu estás a vender a necessidade do país fazer esta aposta, podias dizer quem é que vai beneficiar, e quem é que vai prejudicar, a transformação que estás a fazer. Porque o que mais se vê é malta que defendeu esta aposta e se esquece de dizer que a aposta tem como resultado acabar com a social democracia e passar para um sistema capitalista, destruindo, saúde educação segurança, habitação, e coesão social.
Eu tenho terrenos em pousio e não tenho nenhuma penalização. Haverá muitas razões, e conheço muitas situações e estou nessa mesma situação que é o valor sentimental, nem toda a gente vive a vida só com os olhos no dinheiro.
Alem disso há todo um mundo que se pode importar para Portugal e esgotar essas casas rapidamente.. Basta ir ao algarve para veres isso.
E essa dependência externa na alimentação leva-te a outro problema que é a exposição total aos preços do mercado global. Portugal tem uma posição geográfica privilegiada que permite produzir tudo em alguma quantidade. Vens mais para norte e encontras abacates a 3€ a unidade ou cerejas a 40€ ao quilo num supermercado.
A agricultura é dos setores mais subsidiados do mundo, pela lógica da segurança alimentar. Se o argumento para manter salários baixos na agricultura é também garantir preços acessíveis e segurança alimentar, pela tua lógica mais vale fazer o contrário: começas a pagar bons salários na agricultura, e o consumidor final paga a fatura à mesma, sem abdicar da agricultura. Já a ia pagar à mesma pela importação. Convém é perguntar aos 10 milhões se estão disponíveis para gastar no supermercado o triplo do que gastam atualmente.
As penalizações recaem sobre terrenos identificados. Quando comprei a herdade em Évora, uma das razões que levou o proprietário anterior a vender foi precisamente ter o terreno identificado e a pagar o triplo do IMI que estava a pagar antes. A lei existe, o problema, como sempre, é a sua aplicação.
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