O problema das Capas de Jornais é mesmo esse.
Esta capa também é enganadora ....eu explico transcrevendo o que vem na noticia :
"Em 25 anos, criminalidade caiu 1,3%, capas com crimes subiram 130%"
Em 25 anos ???? Porque não 5 anos....1 ano...2 anos....
Porque escolher o numero de 25 anos para comparação ????
Vou deixar o chat gpt responder porque quando existem boas ferramentas, não vale a pena perder tempo a explicar o óbvio.
1. Comparações de longo prazo são metodologicamente válidas — e úteis
A escolha de 25 anos permite observar
tendências estruturais e não flutuações de curto prazo. A criminalidade, como fenómeno social, está sujeita a variações anuais por diversos fatores (mudanças económicas, políticas de segurança, eventos sociais, etc.). Comparar apenas com 1, 2 ou 5 anos poderia enviesar a conclusão, dando peso excessivo a acontecimentos excecionais (ex: um pico de crimes num ano específico).
2. A escolha dos 25 anos provavelmente tem justificação empírica
Se a estatística mostra que
a criminalidade caiu 1,3% em 25 anos, e
a quantidade de capas com crimes aumentou 130% no mesmo período, então o objetivo é mostrar uma
divergência de longo prazo entre a realidade e a perceção mediada pelos media. Isso ajuda a denunciar uma possível manipulação ou enviesamento editorial —
isso só se torna evidente numa análise de décadas.
3. A crítica ignora que o problema está na percepção, não na estatística
O autor da crítica parece insinuar que há manipulação na escolha do período — mas ignora que a questão central é:
a cobertura mediática cresceu muito mais do que a criminalidade real. Se os media aumentaram 130% a exposição a crimes nas capas, mesmo com uma descida (ainda que ligeira) da criminalidade, isso já é revelador. Não importa se foram 10, 15 ou 25 anos:
a tendência de desfasamento é clara.
4. Análises de longo prazo são comuns e aceites na ciência social
É perfeitamente normal usar séries temporais longas em estudos sociais e criminais. Organizações como o FBI, Eurostat, INE ou ONU fazem-no com frequência. A ideia é captar
mudanças culturais, estruturais e mediáticas, não apenas estatísticas sazonais.
5. Contra-argumento falacioso: é uma crítica baseada em "cherry-picking"
Perguntar “por que não 1 ou 2 anos?” é uma falácia clássica de enviesamento: o objetivo da pergunta não é construir uma alternativa melhor, mas
gerar dúvida sobre o dado apresentado. No entanto,
não há qualquer razão lógica que invalide a comparação de 25 anos — pelo contrário, ela tende a ser mais robusta.
Conclusão
A escolha de 25 anos não é enganadora — é uma opção válida para analisar tendências a longo prazo. O dado apresentado é relevante porque mostra um crescimento claro da cobertura mediática de crimes
desalinhado com a realidade. O verdadeiro problema não está na escolha do intervalo, mas na forma como os media distorcem a perceção pública com capas sensacionalistas. É isso que a manchete denuncia — com razão.