Agradeço as lições táticas das quais nada percebo. Eu vou só discordar disto, se me é permitido.
"O que se pede não é que seja campeão com um plantel curto como este.
Pede-se que organize, que reaja, que evolua.
E ao fim de várias semanas limpas para trabalhar… estamos piores do que no início."
Não há treinador neste clube que vá ser aplaudido ou apoiado por mostrar evolução, só por ganhar. E mesmo ganhar não chega, Vitor Pereira que o diga. E é aí que eu sou mais cético relativamente às mudanças de treinador. Nós temos um plantel francamente curto, e o próximo treinador até pode ser melhor mas com um plantel assim só apresenta resultados se for uma cartada de génio. Portanto, para mim há um risco muito grande de daqui a 2 meses estarmos de volta ao mesmo. O meu problema é que não vejo uma solução fácil para isto.
Estamos a olhar para a coisa de ângulos diferentes.
Não estou a dizer que o FC Porto deve ficar satisfeito “só com evolução” e abdicar de ganhar.
Nós queremos ganhar sempre. É o ADN do clube.
Mas para ganhar, especialmente com um plantel curto como o que temos, tens de evoluir. Tens de ver melhorias, comportamentos, sinais de que o trabalho está a surtir efeito.
Repara.
Mesmo equipas campeãs com futebol mais pragmático — como o FC Porto do Sérgio em 2017/18, ou num outro nível de Mourinho em 2003 — eram equipas com uma ideia de jogo muito clara, com rotinas, com estrutura.
Não eram equipas brilhantes todos os jogos, mas sabiam ao que jogavam.
Sabias como defendiam. Como atacavam. Como reagiam à perda. Como ajustavam ao jogo.
Isso é evolução.
E é isso que nos está a faltar — e não é um luxo. É o mínimo.
Sobre o que dizes do Vítor Pereira: é verdade que foi criticado injustamente em vários momentos.
Mas também é verdade que, mesmo quando os resultados não apareciam, víamos uma equipa a jogar futebol.
Era organizada, dominava jogos, criava oportunidades e congelava jogos — e isso é que o sustentou até os títulos aparecerem.
O problema do Anselmi não é só não ganhar.
É não mostrar progresso.
É repetir erros semana após semana, com semanas limpas de treino e adversários com plantéis inferiores.
É não ajustar, não corrigir, não proteger a equipa.
E tens razão noutra coisa: mudar agora não garante sucesso.
Mas manter quem já provou que não está a conseguir melhorar o que tem também não garante nada.
E pior: alimenta uma espiral onde já ninguém acredita. E acreditar no futebol é muitas vezes a diferença entre ser golo ou o jogador desistir da jogada.