Pronto ao menos explicaste o que te agrada de forma específica, há muita coisa coisa que não faz sentido absolutamente nenhum na minha óptica, como por exemplo o jogo posicional da equipa, que jogo posicional é esse?
O FC Porto não tem um jogo posicional, a não ser que estejas a falar numa mera tentativa de jogo posicional quando a bola começa a rolar a partir de um pontapé de baliza, de outra forma qualquer o FC Porto só tem uma forma de jogar com Martin Anselmi que é em ataques rápidos.
Outra coisa é falares no jogo interior do FC Porto, como é que podes falar num jogo interior do FC Porto quando estamos constantemente em inferioridade numérica no meio campo em que os dois avançados interiores de apoio ao avançado não sabem se devem recuar ou fazer uma pressão alta, o tal líbero que faz aquele papel de 2+1 que ninguém usa no mundo do futebol numa defesa a 3 e por alguma razão em que vês ele a juntar-se a um meio campo quando avançamos um pouquinho que seja, mas depois quando o FC Porto perde a bola é um deus Maria de correrias para trás, deixando um buraco enorme naquela zona central da defesa.
Ou seja, uma anarquia total o atual FC Porto de MA, e isto é as coisas que ele pode e devia controlar independentemente dos jogadores que tem.
O meu problema com MA não é nem nunca foi a tática dos 3, centrais, porque mesmo que preferisse uma táctica em 4x3x3, isso não deixa de ser uma preferência pessoal. Agora não sou burro ao ponto de deixar de entender que é possível ganhar com praticamente qualquer táctica no mundo do futebol hoje em dia.
Não se pode é ganhar com muitas das variantes que ele usa nessa mesma táctica, isso não. E muito menos se pode ganhar num contexto tugão, numa equipa como o FC Porto, sem um jogo posicional que esta equipa não tem, de todo.
Há muito quem fale do “jogo posicional” de Anselmi como se isso, por si só, justificasse tudo: o sistema de três centrais, a saída a 3, a ocupação do corredor central. Fala-se de intenções, de perfil, de modernidade.
Mas quem olha para o que se passa dentro de campo com olhos de ver, percebe que isso não passa de teoria mal executada — ou nem sequer executada.
O FC Porto atual não tem jogo posicional.
Tem uma ideia completamente desconectada do contexto competitivo em que se insere.
Chamar “jogo posicional” a uma equipa que só tenta ligar dois passes a partir de um pontapé de baliza, mas depois vive de ataques rápidos sem critério, é esticar o conceito.
Não há ocupação racional dos espaços.
Não há apoios interiores.
Não há zonas de criação bem definidas.
Há sim: bolas perdidas, meio-campo constantemente em inferioridade, jogadores que não sabem se devem pressionar ou recuar, e um líbero que sobe para o meio...e depois "meu deus" que a equipa perdeu posse.
E quando se perde a bola — o que acontece frequentemente — o que se vê é um campo partido, sem coberturas, sem reação à perda, com jogadores a correr descoordenadamente para trás.
Isto não é um modelo — é uma armadilha tática montada por quem não percebeu o que o seu grupo consegue (ou não) fazer.
Não se trata de dizer que o sistema de 3 centrais é mau.
Claro que se pode ganhar com 3, 4 ou 5 atrás.
Como também se ganhava no tempo do Stoke City do Tony Pulis, que com os lançamentos do Rory Delap, duelos e bolas paradas, fazia tremer adversários superiores no papel.
O que importa é treinar bem, perceber o grupo, e construir a partir do que se tem.
Não é fingir que se joga à moderna só porque se mete um lateral por dentro e o central a abrir.
O futebol não se ganha por perfil.
Ganha-se por competência.
E o FC Porto, neste momento, não está a ser competente em absolutamente nada que esteja sob controlo do treinador.