Salvo erro, o maior importador da Polónia é a Alemanha. Se tivéssemos a Alemanha aqui ao lado, em vez da Espanha, também ajudava.
Nós também temos o nosso atraso para recuperar. O António só se lembrou de industrializar lá para meados dos anos 50. Em 62 veio a guerra e até 74 foi sempre a derreter. Lá se foi a milagrosa recuperação económica dos anos 30.
Se ainda tivéssemos aberto os olhos a tempo, tínhamos tratado da descolonização como devia ser. O JFK até adiantou dinheiro para isso. Era preciso formar uma elite governante nas colónias que pudesse manter as relações económicas connosco após a independência. Uma Commonwealth a tuga.
Assim, andamos 12 ou 13 anos a derreter vidas e escudos para nada. Tivemos ainda a guerra entre vencedores e vencidos do pós 25 de Abril, e depois entramos na CEE. Pegamos na massa e investimos em autoestradas e cusos profissionais que ninguém ligava ("é para burros", dizia-se) enquanto destruíamos a via férrea, a frota pesqueira ou a produção agrícola.
Quando as vacas gordas passaram, aí em meados dos 90, fomos trazendo a casa até aqui. Já tivemos piores e pelo menos a dívida está controlada.
Agora há que criar riqueza, sendo que não podemos ter os ovos todos no turismo (17% do PIB). Era bom que maganos no parlamento se entendessem em sectores estratégicos, mas a visão curta, o sectarismo e o cancro do populismo são fortes entraves.