Foi exatamente aí que ele disse que não haveria acordo. E intencionalmente, diria eu. O próprio artigo refere que foi a Rússia a colocar no acordo medidas que sabia que a Ucrânia não iria aceitar, como a neutralidade diplomática, reversões legislativas e cedência territorial.Na Turquia quase se chegou a um acordo, ambas as partes estavam prestes a acordar um acordo de paz que incluía a Rússia comprometer-se a retirar-se de território ucraniano (embora não se sabe detalhes sobre se era da totalidade ou se manteria algum controlo sobre algum território), a Ucrânia comprometer-se a não se juntar à NATO, a colocar limites à sua capacidade militar e ser uma zona neutro. Não se chegou à acordo porque os parceiros ocidentais teriam sido excluídos das conversações, o que vai de encontro ao que o professor John Mearsheimer e outras figuras dizem sobre estas negociações, o Boris Johnson, a pedido dos americanos pressionou o Zelinsky a não aceitar o acordo.
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Fresh evidence suggests that the April 2022 Istanbul peace deal to end the war in Ukraine was stillborn
Fresh evidence has indicated that a peace deal thrashed out between Russia and Ukraine in April 2022 that could have ended the war only months ...www.intellinews.com
Agora, qualquer acordo que se faça no futuro será sempre sempre pior para os ucranianos, já que naquela altura as condições eram incomparavelmente mais favoráveis.
Vamos lá ver uma coisa: O Putin não é tonto e sabe que no momento em que carregar no botão vermelho, todos os russos do mundo morrem. E os líderes mundiais também sabem que a afinidade que ele tem com as antigas fronteiras soviéticas não irá desaparecer de repente. E ele fá-lo, quer através de pressão militar (Crimeia, Geórgia, Ucrânia, Moldávia), com puppets (Bielorrússia) ou com campanhas de desinformação pró-russa para garantir mais poder diplomático e com o financiamento de grupos revivalistas dentro dos países vizinhos para movimentar cidadãos para esse objetivo.
A NATO sabe disso. E sabe que se ceder agora o sul da Ucrânia, amanhã ele está na Moldávia a fazer o mesmo com as tropas que já lá estão estacionadas há 20 anos na zona separatista. E que se lhe der na pinha que a Arménia já não é útil e decidir suportar em definitivo o Azerbaijão, expande fronteiras até a Turquia. Aqui o que está em questão não é lhe dares um dedo, mas sim dar-lhe forma de puxar o braço. O timing do conflito com a Ucrânia é esse mesmo. Mais um ano de estabilidade e sabe que iria ter de lidar com a NATO, que é algo que não quer nem consegue fazer.
Querem ceder alguma coisa? Ofereçam a Hungria. Não faz cá falta nenhuma e o governo húngaro saltaria de felicidade. Ou não...