Actualidade Nacional

LuisFreitas

Tribuna
24 Maio 2008
3,460
2,827
Vila Nova de Gaia, 1981
olhando para o cadastro do Odair não tinha histórico de ser violento com a polícia.
Tinha estado preso por roubo e por recepção e mais tarde por conduzir sobre o efeito de alcool e estupefacientes.
Parecia estar limpo desde 2016. Olhando para o cadastro e para os testemunhos dos vizinhos, parecia ser um ex-preso em recuperação, integrado, com uma vida normal.

Se calhar isso explica a razão de ter fugido da polícia. Vem de uma festa às 5:30, passa uma linha continua, a polícia topa, já tinha bebido uns copos, já tinha estado preso por causa disso, não quer passa de novo pelo mesmo por causa de uma merdice de uma linha continua, entra em pânico, foge e o resto é estupidez de quem se calhar não estava muito sóbrio para tomar a melhor decisão. Isto não é uma justificação mas parece ser uma causa plausível.
Eu aceito o diálogo, o contraditório, e até gosto muito de ler o que outros que pensam diferente de mim escrevem.

Posto isso, e entrando no campo da possivel especulacao descrita em cima, dizer que se calhar bebeu e passou uma continua e dizer que é uma merdice..vocês tem noção de quanta gente morre na estrada por" merdices"??

Se foi isso e repito se, bebia agua del cano que os cães também bebem e correm de caralho
 

MiguelDeco

Tribuna Presidencial
2 Setembro 2013
39,562
28,714
Conquistas
12
  • Hulk
  • Alfredo Quintana

É ler a caixa de comentários para se entender o caminho para que esta sociedade vai.. e isto num jornal, claramente, de direita.. fará no resto.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
8,612
10,999
Esmoriz

É ler a caixa de comentários para se entender o caminho para que esta sociedade vai.. e isto num jornal, claramente, de direita.. fará no resto.
Mas é preciso ver que só na esquerda é que há mimados a falar do alto da burra.
 
  • Like
Reações: MiguelDeco e Vlk

Cheue

12 Maio 2016
23,575
37,446
Conquistas
7
108

É ler a caixa de comentários para se entender o caminho para que esta sociedade vai.. e isto num jornal, claramente, de direita.. fará no resto.


Moradores da Cova da Moura estiveram à janela desde o momento em que Odair bateu com o carro até o seu corpo ser levado pela ambulância

Cova da Moura. A história da morte de Odair contada por quem estava à janela

Moradores da Rua Principal da Cova da Moura acordaram com carro de Odair a embater noutro. Da janela, dizem ter assistido ao momento em que foi baleado por um agente da PSP. "Foi muito perto."

A manhã desta segunda-feira começou mais cedo do que o habitual para algumas das pessoas que vivem na Cova da Moura. Passavam poucos minutos das cinco e meia da manhã quando os moradores da Rua Principal acordaram com um barulho. “Percebi logo que um carro tinha batido aqui à porta e fui à janela ver o que se passava”, relatou ao Observador uma das moradoras do bairro, que não quis ser identificada.

Esta mulher não foi, no entanto, a única a levantar a persiana para espreitar, até porque não era a primeira vez que um carro embatia contra outros estacionados por ali. Apesar de a estrada ter dois sentidos naquele local, os carros parados de um e do outro lado da rua tornam-na demasiado estreita para a passagem a uma velocidade maior do que o habitual. “Já bateram no carro da minha filha, porque passam muito rápido. Pensei que era isso”, continua a contar a mesma moradora.

“A polícia tem de usar mais as armas em Portugal e tem medo de as usar”: Ventura diz concordar com declarações de Pedro Pinto

Não era. Pelo menos, não era apenas isso. Não era só um episódio que acabaria com uma porta amolgada ou uma traseira destruída. Ao volante estava Odair Moniz, que embateu no carro estacionado mesmo à frente do local onde acabaria por ser baleado por um agente da PSP.

Alertados pelo estrondo e pelas vozes na rua, já à janela, alguns moradores começaram a tentar perceber o que estava a acontecer. Olharam para a direita e o carro de Odair Moniz — era seu e não roubado, como inicialmente chegou a ser avançado — e, a cerca de 30 metros do sítio onde se tinha dado o embate, o carro de Odair estava mesmo à frente do café Couqueirinho, onde se juntam habitualmente muitos moradores ao final do dia, depois do trabalho.

Logo atrás de Odair parou um carro da PSP, contou ao Observador outro dos moradores do bairro da Cova da Moura, que assistiu a tudo o que se seguiu a partir da janela da sua casa.

Foi usada arma branca? Quantos disparos foram feitos? E o carro era roubado? Cinco pontos em aberto sobre a morte de Odair Moniz

Odair bateu num carro, parou 30 metros à frente e terá saído do carro com as mãos no ar
Odair Moniz terá saído do carro por volta das 5h40. O comunicado divulgado pela PSP esta segunda-feira é mais preciso: aponta as 5h43 como a hora dos acontecimentos que levaram à morte do homem que vivia no bairro do Zambujal. É das poucas informações que coincidem, quando se cruzam as versões dos moradores da Cova da Moura com a das autoridades.

“Saiu do carro com as mãos para cima. Não sei se o carro não andou mais por ter batido ou se parou porque quis”, relatou um dos homens que assistiu ao que aconteceu. “Ele só gritava ‘não me toquem, não me toquem, não me toquem’”, acrescentou. “E os polícias foram logo atrás dele.” Odair, que morava no bairro do Zambujal, a cerca de 1,5km dali, tinha descido a rua de carro e começou a voltar para trás, já a pé. Os testemunhos de quem assistiu àqueles momentos referem que o homem caminhava em passo normal, nunca em corrida.

Nesse momento, relatam também os moradores, um dos agentes da PSP terá disparado dois tiros para o ar assim que sai do carro. Alguns dos moradores, com medo, esconderam-se. Outros, que ficaram para ver o que se seguia, garantem que ainda ouviram um terceiro tiro disparado também para o ar.

“Dizem que não vão parar até matarem um polícia.” A segunda noite de violência nas ruas do Bairro do Zambujal

Os três — Odair e os dois agentes da PSP — acabariam por parar praticamente à frente do carro contra o qual Odair tinha embatido, mas do outro lado da rua, junto a outro carro vermelho, estacionado mesmo ao lado do portão de uma das casas. O carro continua por ali, exatamente no mesmo local, quatro dias depois.

E aqui os testemunhos dos que assistiram a tudo divergem ligeiramente. Uns relatam que Odair terá ficado encurralado entre os dois agentes, à frente do carro. “Ele ficou entre o carro e o muro da casa, não conseguia mexer-se”, disse um dos moradores ao Observador. Já outra mulher, que estava também à janela, conta que, antes dos disparos, os dois polícias “encostaram-no ao carro e estavam em cima dele, numa confusão”. “Eles ainda se envolveram em confusão em cima do carro, mas o Odair tinha sempre as mãos para cima”, acrescentou.

“Encostaram-no ao carro e estavam em cima dele, numa confusão”. “Eles ainda se envolveram em confusão em cima do carro, mas o Odair tinha sempre as mãos para cima”, disse vizinha.
É neste momento que surge uma das dúvidas deste caso. O comunicado enviado pela PSP esta segunda-feira assegurava que Odair tentou agredir os dois agentes “com recurso a arma branca”, sugerindo que o homem de 43 anos tinha uma faca consigo e que terá utilizado essa faca para ameaçar os agentes. Os moradores, por outro lado, asseguram que não existia qualquer faca. “Ele não tinha nada na mão, ele tinha as mãos para cima, como é que ele conseguia usar a faca?”, questiona outra moradora do bairro ouvida pelo Observador.

Agentes da PSP terão admitido que não foram ameaçados diretamente com uma arma branca em punho por Odair Moniz

Certo é que os relatos destas testemunhas seguem a linha da investigação da Polícia Judiciária, como foi revelado esta quarta-feira pela CNN e pela RTP. A PJ teve acesso às imagens de vigilância do bairro — a Amadora tem aumentado o número de câmaras espalhadas pelas ruas desde 2017 —, que, segundo as notícias dos últimos dias, mostram que não existiu qualquer ameaça com arma branca, confirmando apenas um confronto físico entre Odair e os dois agentes por este ter alegadamente resistido à detenção.

Confrontados, os dois agentes relataram aos inspetores da PJ responsáveis pela investigação que, afinal, não foram ameaçados com uma faca, ao contrário daquilo que consta nos autos e na versão dada pela PSP logo na manhã após o incidente. Questionada pelo Observador sobre a ameaça com recurso a faca e sobre a existência ou não de uma faca, a Direção Nacional da PSP remete para a versão inicial que está nos autos: “Cumpre-nos informar que a Polícia de Segurança Pública reitera o difundido no comunicado de 21 de outubro”.

Ao Observador, a PSP explica que a informação de que dispõe é a que “está no auto de notícia e, neste, o agente relatou que foi atacado com uma faca e que se defendeu”. A investigação passou depois para a PJ e, a partir daí, diz a PSP, esta polícia ficou sem acesso a novas informações oficiais por parte do agente que baleou Odair.

A este respeito, o primeiro comunicado da PSP referia que, “na Rua Principal do referido bairro, quando os polícias procediam à abordagem do suspeito, o mesmo terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca, tendo um dos polícias, esgotados outros meios e esforços, recorrido à arma de fogo e atingido o suspeito, em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar”.

O tiro “foi muito perto”
Os vizinhos continuavam à janela. E Odair e os dois agentes continuavam junto ao carro vermelho. “Foi tudo muito, muito, muito rápido. Ouvimos dois tiros. O polícia que tinha a arma na mão atirou nele”, contou um dos moradores. “Foi muito perto”, acrescentou, referindo-se à distância a que foi disparada a arma da PSP. “Um metro, foi muito perto”, repetiu, à medida que colocava à sua frente um amigo, para mostrar que estavam todos — Odair e os dois agentes — muito próximos quando aconteceram os disparos.

Odair Moniz caiu no chão depois de ser atingido pelos disparos. E o que aconteceu logo a seguir ficou registado em vídeos gravados pelos vizinhos que ali estavam e que mostram a conversa entre quem assistia àqueles momentos e um dos agentes:

— “Vê se ele está acordado”, disse um dos moradores.

— “Está, está. Está a respirar. Já chamámos a ambulância”, respondeu o agente.

— “Mas veja se foi na perna mesmo”, disse o morador.

— “Não, parece que foi na barriga”, responde outro vizinho.

— “Eu acho que não, foi na perna”, acrescenta outro.

— “Estava muito próximo”, diz ainda outro.

Sem resposta dos agentes, ouve-se mais um pedido: “Veja se foi na barriga.” E ouve-se também, praticamente ao mesmo tempo, uma voz vinda do rádio de comunicações da PSP de um dos agentes, que dá uma ordem: “Vê se tem pulso.” Só nesse momento é que o polícia que segurava a arma tocou no pulso esquerdo de Odair e, logo a seguir, fez o mesmo no pescoço. Não se ouve a resposta.

A perseguição policial, a falsa história do carro roubado e contradições da arma branca. O que se sabe e falta saber sobre a morte de Odair


Os vizinhos continuaram a insistir, o agente levantou a camisola de Odair, olhou para cima, em direção às janelas onde estavam os moradores e, finalmente, deu outra resposta:

– Não, é da cintura para baixo.

– Na virilha é preocupante.

– Eu sei, mas é da cintura para baixo.

O agente continuou a tentar perceber se Odair ainda tinha pulso e, antes da chegada da ambulância, juntam-se reforços desta polícia, incluindo membros da investigação criminal. Entre conversas, percebe-se que um dos agentes refere que “saiu do carro e tentou agredir os policiais”.

A bolsa foi retirada e o agente que anteriormente tinha visto o pulso de Odair, abriu-a, olhou para o seu interior durante algum tempo e mostrou o conteúdo à inspetora que estava no local.
As imagens — algumas circulam pelas redes sociais, outras foram obtidas pelo Observador — mostram ainda um dos elementos da polícia a mexer no telemóvel de um morador que estava a filmar o que estava a acontecer. “Apagaram tudo”, relatou um dos vizinhos. O Observador confrontou a PSP com esta questão (elementos da investigação criminal a apagar eventuais provas daquele momento?), mas não obteve qualquer resposta. Os vídeos que têm sido partilhados nas redes sociais mostram ainda um dos agentes a apontar para uma das janelas e a dizer que não pode filmar.


Segundo os moradores da Cova da Moura, que dizem ainda não ter sido interrogados pela Polícia Judiciária no âmbito da investigação, a ambulância chegou já depois das seis da manhã. “Foi às 6h18, vi as horas”, relatou uma das mulheres que falou com o Observador.

Quando chegou a assistência médica — e esta parte é também visível nas imagens —, Odair ainda tinha uma bolsa presa à cintura. Só vários minutos mais tarde, a bolsa foi retirada e o mesmo agente que, anteriormente, tinha verificado o pulso de Odair, abriu-a, olhou para o seu interior durante algum tempo e mostrou o conteúdo à inspetora que estava no local. Noutro dos vídeos, captado num outro momento, é possível ver um agente da PSP, agachado atrás de um carro estacionado ali perto, a remexer o conteúdo da bolsa.

Segundo a CNN, a arma branca referida pela PSP no comunicado divulgado na segunda-feira estaria dentro dessa bolsa, que Odair usava quando saiu, segundo os moradores, de uma festa que tinha decorrido ali mesmo, na Cova da Moura.
 
  • Like
Reações: MiguelDeco e Vlk

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
8,612
10,999
Esmoriz
Eu aceito o diálogo, o contraditório, e até gosto muito de ler o que outros que pensam diferente de mim escrevem.

Posto isso, e entrando no campo da possivel especulacao descrita em cima, dizer que se calhar bebeu e passou uma continua e dizer que é uma merdice..vocês tem noção de quanta gente morre na estrada por" merdices"??

Se foi isso e repito se, bebia agua del cano que os cães também bebem e correm de caralho
eu disse que não era uma justificação, e que parecia ser uma causa plausível. De certeza mais plausível do que o passado ligado à violência contra polícias, da qual não há nenhum registo.

Que o rapaz fez merda, acho que é óbvio para todos.
 
  • Like
Reações: LuisFreitas

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
8,612
10,999
Esmoriz
Mas tem mesmo de se dizer. Os Juízes analisam os precedentes ou cadastros, para saber que tipo de pessoa têm á frente. Pode pesar em sentenças futuras. Como te dizia, alguém que faz uso de armas em assaltos, diz muito sobre a pessoa.
Não percebi sequer qual é o teu ponto. Estou num tribunal a testemunhar?

Estou num fórum da net, sem qualquer influência na sentença de um juiz.
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
8,612
10,999
Esmoriz
Moradores da Cova da Moura estiveram à janela desde o momento em que Odair bateu com o carro até o seu corpo ser levado pela ambulância

Cova da Moura. A história da morte de Odair contada por quem estava à janela

Moradores da Rua Principal da Cova da Moura acordaram com carro de Odair a embater noutro. Da janela, dizem ter assistido ao momento em que foi baleado por um agente da PSP. "Foi muito perto."

A manhã desta segunda-feira começou mais cedo do que o habitual para algumas das pessoas que vivem na Cova da Moura. Passavam poucos minutos das cinco e meia da manhã quando os moradores da Rua Principal acordaram com um barulho. “Percebi logo que um carro tinha batido aqui à porta e fui à janela ver o que se passava”, relatou ao Observador uma das moradoras do bairro, que não quis ser identificada.

Esta mulher não foi, no entanto, a única a levantar a persiana para espreitar, até porque não era a primeira vez que um carro embatia contra outros estacionados por ali. Apesar de a estrada ter dois sentidos naquele local, os carros parados de um e do outro lado da rua tornam-na demasiado estreita para a passagem a uma velocidade maior do que o habitual. “Já bateram no carro da minha filha, porque passam muito rápido. Pensei que era isso”, continua a contar a mesma moradora.

“A polícia tem de usar mais as armas em Portugal e tem medo de as usar”: Ventura diz concordar com declarações de Pedro Pinto

Não era. Pelo menos, não era apenas isso. Não era só um episódio que acabaria com uma porta amolgada ou uma traseira destruída. Ao volante estava Odair Moniz, que embateu no carro estacionado mesmo à frente do local onde acabaria por ser baleado por um agente da PSP.

Alertados pelo estrondo e pelas vozes na rua, já à janela, alguns moradores começaram a tentar perceber o que estava a acontecer. Olharam para a direita e o carro de Odair Moniz — era seu e não roubado, como inicialmente chegou a ser avançado — e, a cerca de 30 metros do sítio onde se tinha dado o embate, o carro de Odair estava mesmo à frente do café Couqueirinho, onde se juntam habitualmente muitos moradores ao final do dia, depois do trabalho.

Logo atrás de Odair parou um carro da PSP, contou ao Observador outro dos moradores do bairro da Cova da Moura, que assistiu a tudo o que se seguiu a partir da janela da sua casa.

Foi usada arma branca? Quantos disparos foram feitos? E o carro era roubado? Cinco pontos em aberto sobre a morte de Odair Moniz

Odair bateu num carro, parou 30 metros à frente e terá saído do carro com as mãos no ar
Odair Moniz terá saído do carro por volta das 5h40. O comunicado divulgado pela PSP esta segunda-feira é mais preciso: aponta as 5h43 como a hora dos acontecimentos que levaram à morte do homem que vivia no bairro do Zambujal. É das poucas informações que coincidem, quando se cruzam as versões dos moradores da Cova da Moura com a das autoridades.

“Saiu do carro com as mãos para cima. Não sei se o carro não andou mais por ter batido ou se parou porque quis”, relatou um dos homens que assistiu ao que aconteceu. “Ele só gritava ‘não me toquem, não me toquem, não me toquem’”, acrescentou. “E os polícias foram logo atrás dele.” Odair, que morava no bairro do Zambujal, a cerca de 1,5km dali, tinha descido a rua de carro e começou a voltar para trás, já a pé. Os testemunhos de quem assistiu àqueles momentos referem que o homem caminhava em passo normal, nunca em corrida.

Nesse momento, relatam também os moradores, um dos agentes da PSP terá disparado dois tiros para o ar assim que sai do carro. Alguns dos moradores, com medo, esconderam-se. Outros, que ficaram para ver o que se seguia, garantem que ainda ouviram um terceiro tiro disparado também para o ar.

“Dizem que não vão parar até matarem um polícia.” A segunda noite de violência nas ruas do Bairro do Zambujal

Os três — Odair e os dois agentes da PSP — acabariam por parar praticamente à frente do carro contra o qual Odair tinha embatido, mas do outro lado da rua, junto a outro carro vermelho, estacionado mesmo ao lado do portão de uma das casas. O carro continua por ali, exatamente no mesmo local, quatro dias depois.

E aqui os testemunhos dos que assistiram a tudo divergem ligeiramente. Uns relatam que Odair terá ficado encurralado entre os dois agentes, à frente do carro. “Ele ficou entre o carro e o muro da casa, não conseguia mexer-se”, disse um dos moradores ao Observador. Já outra mulher, que estava também à janela, conta que, antes dos disparos, os dois polícias “encostaram-no ao carro e estavam em cima dele, numa confusão”. “Eles ainda se envolveram em confusão em cima do carro, mas o Odair tinha sempre as mãos para cima”, acrescentou.

“Encostaram-no ao carro e estavam em cima dele, numa confusão”. “Eles ainda se envolveram em confusão em cima do carro, mas o Odair tinha sempre as mãos para cima”, disse vizinha.
É neste momento que surge uma das dúvidas deste caso. O comunicado enviado pela PSP esta segunda-feira assegurava que Odair tentou agredir os dois agentes “com recurso a arma branca”, sugerindo que o homem de 43 anos tinha uma faca consigo e que terá utilizado essa faca para ameaçar os agentes. Os moradores, por outro lado, asseguram que não existia qualquer faca. “Ele não tinha nada na mão, ele tinha as mãos para cima, como é que ele conseguia usar a faca?”, questiona outra moradora do bairro ouvida pelo Observador.

Agentes da PSP terão admitido que não foram ameaçados diretamente com uma arma branca em punho por Odair Moniz

Certo é que os relatos destas testemunhas seguem a linha da investigação da Polícia Judiciária, como foi revelado esta quarta-feira pela CNN e pela RTP. A PJ teve acesso às imagens de vigilância do bairro — a Amadora tem aumentado o número de câmaras espalhadas pelas ruas desde 2017 —, que, segundo as notícias dos últimos dias, mostram que não existiu qualquer ameaça com arma branca, confirmando apenas um confronto físico entre Odair e os dois agentes por este ter alegadamente resistido à detenção.

Confrontados, os dois agentes relataram aos inspetores da PJ responsáveis pela investigação que, afinal, não foram ameaçados com uma faca, ao contrário daquilo que consta nos autos e na versão dada pela PSP logo na manhã após o incidente. Questionada pelo Observador sobre a ameaça com recurso a faca e sobre a existência ou não de uma faca, a Direção Nacional da PSP remete para a versão inicial que está nos autos: “Cumpre-nos informar que a Polícia de Segurança Pública reitera o difundido no comunicado de 21 de outubro”.

Ao Observador, a PSP explica que a informação de que dispõe é a que “está no auto de notícia e, neste, o agente relatou que foi atacado com uma faca e que se defendeu”. A investigação passou depois para a PJ e, a partir daí, diz a PSP, esta polícia ficou sem acesso a novas informações oficiais por parte do agente que baleou Odair.

A este respeito, o primeiro comunicado da PSP referia que, “na Rua Principal do referido bairro, quando os polícias procediam à abordagem do suspeito, o mesmo terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca, tendo um dos polícias, esgotados outros meios e esforços, recorrido à arma de fogo e atingido o suspeito, em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar”.

O tiro “foi muito perto”
Os vizinhos continuavam à janela. E Odair e os dois agentes continuavam junto ao carro vermelho. “Foi tudo muito, muito, muito rápido. Ouvimos dois tiros. O polícia que tinha a arma na mão atirou nele”, contou um dos moradores. “Foi muito perto”, acrescentou, referindo-se à distância a que foi disparada a arma da PSP. “Um metro, foi muito perto”, repetiu, à medida que colocava à sua frente um amigo, para mostrar que estavam todos — Odair e os dois agentes — muito próximos quando aconteceram os disparos.

Odair Moniz caiu no chão depois de ser atingido pelos disparos. E o que aconteceu logo a seguir ficou registado em vídeos gravados pelos vizinhos que ali estavam e que mostram a conversa entre quem assistia àqueles momentos e um dos agentes:

— “Vê se ele está acordado”, disse um dos moradores.

— “Está, está. Está a respirar. Já chamámos a ambulância”, respondeu o agente.

— “Mas veja se foi na perna mesmo”, disse o morador.

— “Não, parece que foi na barriga”, responde outro vizinho.

— “Eu acho que não, foi na perna”, acrescenta outro.

— “Estava muito próximo”, diz ainda outro.

Sem resposta dos agentes, ouve-se mais um pedido: “Veja se foi na barriga.” E ouve-se também, praticamente ao mesmo tempo, uma voz vinda do rádio de comunicações da PSP de um dos agentes, que dá uma ordem: “Vê se tem pulso.” Só nesse momento é que o polícia que segurava a arma tocou no pulso esquerdo de Odair e, logo a seguir, fez o mesmo no pescoço. Não se ouve a resposta.

A perseguição policial, a falsa história do carro roubado e contradições da arma branca. O que se sabe e falta saber sobre a morte de Odair


Os vizinhos continuaram a insistir, o agente levantou a camisola de Odair, olhou para cima, em direção às janelas onde estavam os moradores e, finalmente, deu outra resposta:

– Não, é da cintura para baixo.

– Na virilha é preocupante.

– Eu sei, mas é da cintura para baixo.

O agente continuou a tentar perceber se Odair ainda tinha pulso e, antes da chegada da ambulância, juntam-se reforços desta polícia, incluindo membros da investigação criminal. Entre conversas, percebe-se que um dos agentes refere que “saiu do carro e tentou agredir os policiais”.

A bolsa foi retirada e o agente que anteriormente tinha visto o pulso de Odair, abriu-a, olhou para o seu interior durante algum tempo e mostrou o conteúdo à inspetora que estava no local.
As imagens — algumas circulam pelas redes sociais, outras foram obtidas pelo Observador — mostram ainda um dos elementos da polícia a mexer no telemóvel de um morador que estava a filmar o que estava a acontecer. “Apagaram tudo”, relatou um dos vizinhos. O Observador confrontou a PSP com esta questão (elementos da investigação criminal a apagar eventuais provas daquele momento?), mas não obteve qualquer resposta. Os vídeos que têm sido partilhados nas redes sociais mostram ainda um dos agentes a apontar para uma das janelas e a dizer que não pode filmar.


Segundo os moradores da Cova da Moura, que dizem ainda não ter sido interrogados pela Polícia Judiciária no âmbito da investigação, a ambulância chegou já depois das seis da manhã. “Foi às 6h18, vi as horas”, relatou uma das mulheres que falou com o Observador.

Quando chegou a assistência médica — e esta parte é também visível nas imagens —, Odair ainda tinha uma bolsa presa à cintura. Só vários minutos mais tarde, a bolsa foi retirada e o mesmo agente que, anteriormente, tinha verificado o pulso de Odair, abriu-a, olhou para o seu interior durante algum tempo e mostrou o conteúdo à inspetora que estava no local. Noutro dos vídeos, captado num outro momento, é possível ver um agente da PSP, agachado atrás de um carro estacionado ali perto, a remexer o conteúdo da bolsa.

Segundo a CNN, a arma branca referida pela PSP no comunicado divulgado na segunda-feira estaria dentro dessa bolsa, que Odair usava quando saiu, segundo os moradores, de uma festa que tinha decorrido ali mesmo, na Cova da Moura.
é preciso ser-se mesmo uma pessoa de merda para ler isto e concluir "a polícia mata é pouco".
 

sirmister

Tribuna Presidencial
21 Março 2008
71,950
45,508
Conquistas
2
  • Março/22
  • Abril/19
Um cinturão negro de jiu-jitsu não mata ninguém à porrada não porque não saiba mas porque não tem necessidade de fazer isso a sua formação ensinou-lhe isso, em situações de guerra é diferente mas ali não havia guerra.
Já foi admitido por um intendente, e é gravíssimo, que o polícia estava preparado mas não estava tem cerca de 22 anos e a sua experiência com armas é deficiente para dizer nula - nunca podia estar numa operação daquelas e pior estava acompanhado. Em situações muito mais graves, ver França e Inglaterra por exemplo, a atuação tem outros contornos. Temos polícias com experiência de muitos anos que não passam de agentes principais, passar a chefe não compensa financeiramente, e são comandados por polícias, mulheres e homens, que vêm da Academia de Polícia (agora para ir para lá é preciso ter um curso superior e isso não é sinónimo de qualidade, e não percebem nada daquilo, não conhecem o terreno, não têm experiência de combate, dão ordens que envergonham polícias subalternos. O problema está no comando.
Bastava azul.

Para ter uma policia boa tem que se pagar mais para atrair melhor talento, e tens que ter formação obrigatória de umas 5 horas semanais no mínimo e tambem provavelmente deveriam ter que ter psicólogo obrigatório semanalmente.

Mas isto é tudo no reino da utopia, ser um policia atualmente é um trabalho péssimo a todos os níveis, não se pode esperar grande milagres.
 

Devenish

Tribuna Presidencial
11 Outubro 2006
24,822
15,407
Conquistas
2
Porto
  • Reinaldo Teles
  • Março/19
Bastava azul.

Para ter uma policia boa tem que se pagar mais para atrair melhor talento, e tens que ter formação obrigatória de umas 5 horas semanais no mínimo e tambem provavelmente deveriam ter que ter psicólogo obrigatório semanalmente.

Mas isto é tudo no reino da utopia, ser um policia atualmente é um trabalho péssimo a todos os níveis, não se pode esperar grande milagres.
E boa formação de tiro é essencial e não se consegue sem pelo menos 2,3 anos de treino diário em diversas situações de treino. Não é apenas nas polícias especiais que ela tem que existir. Para além disso uma análise psicológica que existe em polícias por esse mundo fora que é essencial - digamos que nem todos têm capacidade para essa função.
 

Cheue

12 Maio 2016
23,575
37,446
Conquistas
7
108
É amanhã as manifestações, não são?
ó...
já estragaram as reportagens à cs

 

Filipe Mendes

Lugar Anual
24 Janeiro 2024
1,426
3,438
ó...
já estragaram as reportagens à cs

Vi na SIC ou por aí que essa da vista justa é por causa do rapaz. Certamente vão lá estar familiares e amigos e deve ser mais calminha.
Mas supostamente vai haver outra que é promovida pela malta que anda a fazer asneiras que dizia que era para fazer explodir Lisboa.

Espero que se cruzem com a do Chega que deve ter pelo meio os 1143 e aqueles Afonsinhos anti imigração.
Fechem um quarteirão e deixem-nos matar-se uns aos outros. Alto favor à humanidade!
 

Cheue

12 Maio 2016
23,575
37,446
Conquistas
7
108
Vi na SIC ou por aí que essa da vista justa é por causa do rapaz. Certamente vão lá estar familiares e amigos e deve ser mais calminha.
Mas supostamente vai haver outra que é promovida pela malta que anda a fazer asneiras que dizia que era para fazer explodir Lisboa.

Espero que se cruzem com a do Chega que deve ter pelo meio os 1143 e aqueles Afonsinhos anti imigração.
Fechem um quarteirão e deixem-nos matar-se uns aos outros. Alto favor à humanidade!
esses 1143 ainda queriam é dar porrada à família e ao pessoal da manifestação pacífica

se levarem com um grupo de chungas/ traficantes já é mais chato, chamam as autoridades...
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
8,612
10,999
Esmoriz
Muita paciência teve ele para o discurso demente da Maria João Marques. Que é um nojo de ser humano, convém salientar
O vídeo está meio fora do contexto.

O contexto é a sic notícias estar a mostrar imagens da polícia a parar uma pessoa que sai do carro, mãos no ar, tira o casaco, tira a bolsa que levava por baixo do casaco, levanta a tshirt, sempre de shotgun apontada.
É atirado ao chão pela polícia, algemado e virado contra o carro.
Comentário da Maria João "é normal, aquilo não teve violência nenhuma".
 
  • Like
Reações: Tails

Filipe Mendes

Lugar Anual
24 Janeiro 2024
1,426
3,438
esses 1143 ainda queriam é dar porrada à família e ao pessoal da manifestação pacífica

se levarem com um grupo de chungas/ traficantes já é mais chato, chamam as autoridades...
Não. Com as pessoas que estarão por boa fé não.
Agora se se pegarem com o xunguedo a polícia que nem se meta. No fim é mandar 2 carros do matadouro para apanhar o lixo para fazer ração pros animais.
 
  • Haha
Reações: Cheue

Tails

Tribuna Presidencial
6 Janeiro 2013
8,485
12,945
Muita paciência teve ele para o discurso demente da Maria João Marques. Que é um nojo de ser humano, convém salientar
Ia dizer algo parecido.

Não vi o vídeo, mas compreendo a reaçao se foi mesmo essa. Não é fácil estar num painel com uma lélé da cuca toda fdd dos cornos.

Ainda há dias, antes dos acontecimentos da morte do homem e dos distúrbios, estava ela num painel a comentar as declarações do adepto da seleção nacional no congresso do C..Psd, e o puto do mortal à retaguarda que ela deu para justificar o tema das aulas de cidadania serem um tema urgente nacional segundo o PM, rapidamente passou para um estado de loucura total em que praticamente disse que as aulas são perigosas porque as criancinhas entram na aula com um pipi ou um pirilau no meio das pernas e no final das aulas começam todas a querer fazer uma conversão total > pole to hole e vice versa..não fosse uma alucinada daquelas ter assento numa estação televisiva com a reputação da sic, era de mijar a rir.