Não vi o último jogo de forma contínua. Tendo visto um pouco mais da 2ª parte do que da 1ª parte. Também não vi alguns jogos do início da época.
Ainda assim, acho que por aqui vai um exagero tremendo.
Matematicamente, a equipa está duas vitórias do topo da tabela. Futebolisticamente, a equipa já apresentou bom futebol, perante equipas montadas para a subida de divisão e não tem tido, para ser benevolente, a complacência dos padres e acólitos da APAF vermelha.
Há pontos onde julgo que há coisas a apontar ao Brandão:
- O Processo - nesta nova metalinguagem do futebolês, o processo é aquilo que treino, que julgo que os jogadores aprendem e que supera tudo o resto. Aqui, a crítica é igual ao Brandão como o Vítor Bruno. Exemplo do processo. O Toni Martínez treinou desde o 1º dia da pré-época. O Toni Martínez foi ao estágio da Austria. Ontem, chegou o Samu. Quem vai ser titular amanhã? Para os dogmáticos do processo, Toni Martínez. Para os pragmáticos, Samu. O Toni Martínez poderia fazer pré-épocas durante uma década com o FC Porto, que se amanhã chega o Samu, o Jackson Martínez, o Falcao, o Licha, o Benny, o Jardel, o Gomes, o Mingos, o Kosta, etc...senta no banco, ponto final. Cabe ao Brandão, tal como ao VB, saber usar o processo em jogadores de valia semelhante. Ou não ostensivamente de categorias bem diferentes. João Mário e Martim (de hoje)? Aceito o processo. Eustáquio e Vasco? Aceito o processo. Zaidu e Moura? Processo? Brincamos? Aponto ao Brandão algumas escolhas mais filhas do processo que na seleção óbvia do talento.
- Alteração do modelo táctico - Muito giro, numa fase avançada. Muito escorregadio, na fase de construção de uma equipa, ainda por cima, com tanta malta jovem. Assentar num 4-3-3 e dar uma referência de ataque à equipa - ANHA CANDÉ. O FC Porto B precisa de uma referência para esticar o seu jogo. Coisa simples, vulgar e básica. Qual é o melhor PdL do plantel? Anha. Se assim é, mesmo que o processo diga Mota ou a devaneio tático diga Gonçalo Sousa ou coisa que o valha, é de salutar sapiência manter as coisas simples. Joga o melhor. E o melhor é Anha.
- Quanto aos 3 centrais, fazem a equipa perder um elemento de criatividade a meio campo. Acho que a equipa defende melhor se obrigar o adversário a ter que defender um criativo a meio campo. Colocar 3 centrais é convidar o adversário a subir e tomar conta do meio campo. Eu percebo a tendência das modas. Olhar para os calimeros do amorim e ver que aquilo resulta. Pois sim, com Gyo a atacar a profundidade criada pela subida do meio campo adversário. Ora, Anha não é Gyo. Muito menos é Gonçalo Sousa e demais. E anedótico seria meter o Mota, mesmo sendo uma mera hipótese académica (processo!). Não há quem ataque o profundidade com aquela contundência, logo, é melhor para a equipa ter um elemento criativo a meio campo. Mora, Gil, Meireles...alguém.
- Não sei se é só responsabilidade do Brandão. Mas a insistência em jogadores como Rodrigo Fernandes e Marcus, porventura na esperança de dar alguma montra e negociar em Janeiro, causa alguma disrupção na equipa. São jogadores contrariados.
- Está a dar demasiado espaço a jogadores com talento limitado (Rui Monteiro, António Ribeiro, Luís Mota)...
Apoio o Brandão em algumas decisões:
- Apoio a rotação na baliza. Não é benéfica, mas numa b, com dois GRs de valia semelhante, é para mim positivo.
- Sem Martim Cunha e Cassamá, a ida a jogo do Dinis a defesa esquerdo é lógica e consistente com um passado onde já fez a posição. Quanto Kaio, nem na B, nem nos s19. Até ver, na dúvida, jogou pelo seguro. Acho bem.
- Acho que o Castro dá qualidade à equipa. Não pode é faltar o médio mais criativo.
- Embora pudesse ser mais ambicioso, acho que temos visto muito jovem jogador a meter o pé na equipa.
Creio que ainda é prematuro fazer a folha ao Brandão. Mas é verdade que tem que mostrar evolução. Esta equipa tem tido azar em alguns jogos, onde poderia ter marcado primeiro, o que mudaria o cariz do jogo, ou não sofrer tanto. A isto soma-se a habitual vontade de apitar contra o FC Porto.
Por fim, a minha visão do plantel. Divido em 4 grupos.
Usar muitas vezes:
G. Ribeiro, D. Fernandes, Dinis, Felipe Silva, Gabi, Martim Cunha, Domingos, Castro, Mora, Meireles, Anha, G. Sousa
Usar sempre que preciso (divido em 2 grupos - Potencial e Rendimento):
P - F. Sousa, Luís Gomes, Gil, A. Oliveira, J. Teixeira, T. Andrade
R - Adramane, R. Fernandes, Marcus
Usar em último caso:
Vinhas, Eric, A. Ribeiro, A. Leite, R. Monteiro, Alfa, Mota
Incógnitas:
Caicedo e Kaio. Destes nada vi. Alarcón, ainda dou o benefício da dúvida, mas a parca amostra está mais para "usar em último caso" do que para algum grupo acima. Djaló, não por não saber o que vale, mas porque não sei ainda se, de facto, está no plantel.