Portugal deixou de ter quaisquer condições para montar um campeonato de primeira divisão com 18 equipas.
No ano passado acabou-se a época com 5 pontos de diferença entre o meio de tabela e a linha de água. CINCO pontos.
Uma coisa dessas é impensável em Espanha, Inglaterra ou Itália, onde a diferença do meio de tabela para a linha de água anda pelos 15-20 pontos. Em França ou na Alemanha é a mesma coisa, também existe um fosso grande entre os candidatos ao título e os restantes (Bayern/PSG), mas o resto do campeonato é muito competitivo e as equipas fracas são fáceis de distinguir na tabela classificativa. Mas aqui não, a diferença entre uma equipa que luta para não descer e uma que está no meio de tabela é apenas uma única jornada onde as coisas correm melhor ou pior.
Nós não temos a quantidade de dinheiro a circular na liga que têm esses países ricos, e o nosso número de habitantes é 4 a 5 vezes inferior. Porque raio é que formamos uma primeira liga com quase tantas equipas como eles?
Neste momento há demasiados clubes em Portugal cujo objetivo da época é apenas não descer. Quando essas equipas jogam contra adversários mais fortes viram carne para canhão.
Em termos de competitividade só tínhamos a ganhar com o regresso às 16 equipas / 30 jornadas, mas qualquer candidato a presidente da Liga que queira ir a votos com essa proposta nos braços nunca vai ser eleito. Assim vamos continuar nivelados por baixo, cada vez mais a chafurdar na mediocridade.