Chego agora a casa. Chego triste. Desiludida. Por tudo e mais alguma coisa.
Ainda antes do jogo, um idiota qualquer achou por bem interromper a execução do hino com foguetes, fogueirinhas e fumos para cima das pessoas. Ou seja, o que devia ser um momento solene, de portismo, foi gratuitamente profanado, ainda por cima com recurso a combustíveis fósseis. Uma vergonha para estes supostos cavaleiros da ecologia.
Depois, o jogo. Ou a ausência dele. São sinais dos tempos. No velho estádio das Antas, que frequentei durante 34 anos, ai da equipa que deixasse de jogar quando se apanhasse a ganhar 2-0 contra os Rio Aves desta vida e que estivesse quase um hora sem marcar qualquer golo a jogar contra dez. O estádio ia abaixo. Mas isso era com a geração de portistas que construiu o NGC. Agora, tudo é bem diferente.
Agora, os portistas de agora vão ao estádio para tirar selfies. E nem o jogo enxergam. Passam o tempo todo a olhar para o e-coiso e não acompanham duas jogadas seguidas. O desinteresse estende-se ao relvado, onde um grupo de rapazes, por autorecriação ou ordem técnica superior, acha que jogar futebol é andar a trocar bolinhas entre os defesas e os guarda-redes, sem qualquer objetividade, com o único fito de cumprir o frete. Façam assim sempre e verão com ficam com o estádio às moscas num repente, embora isso também não preocupe minimamente os jogadores, os técnicos e os dirigentes.
É este o caldinho de cultura que se instalou no NGC e que levará muito anos a erradicar. E não me venham dizer que são tempos difíceis e que não temos equipa para mais. Isso é mentira. Temos equipa para muito mais, assim se recupere a mentalidade certa para quem enverga a camisola do NGC. É que pior do que falhar golos a eito é não os querer marcar, ser negligente e achar que está tudo bem. Valha-nos o Samu e turco sueco.
PS: peço perdão pela estafa.