Nascida da cisão da Portocomercial, caberá à recente criada Porto Stadco explorar os negócios em torno do Estádio do Dragão, como o 'naming' e a bilhética. 30% do capital é da Ithaka.
eco.sapo.pt
Nascida da cisão da Portocomercial, caberá à recente criada Porto Stadco explorar os negócios em torno do Estádio do Dragão, como o 'naming' e a bilhética. 30% do capital é da Ithaka.
A empresa que vai explorar os negócios do Estádio do Dragão, como os direitos de
naming, a bilhética e ‘hospitality’, foi fundada por via de uma operação de cisão simples da Portocomercial a 26 de junho, de acordo com informação obtida pelo ECO. “
A nova sociedade adotará o nome de Porto Stadco, S.A. ou outra denominação que venha a ser aprovada pelo registo nacional de pessoas coletivas”, revela o documento a que o ECO teve acesso, notando ainda que esta nova empresa tem um
capital social de 100 mil euros representado por 100 mil ações ordinárias, nominativas e tituladas como valor nominal de 1 euro.
Através desta operação, a Portocomercial ficará responsável por apenas duas das três unidades de negócio que detinha até então, deixando a terceira unidade do negócio, que inclui os direitos do
naming do estádio a gestão e exploração das áreas VIP do Estádio do Dragão, para a nova empresa.
Desta forma, ficará a cargo da Portocomercial:
- Comércio de merchadising oficial do Futebol Clube do Porto através de uma rede de lojas físicas de retalho, bem como por via da loja online oficial do clube e pelo licenciamento de direitos de propriedade industrial;
- Exploração da marca Futebol Clube do Porto e dos seus principais suportes publicitários, designadamente pela negociação dos grandes contratos de sponsorização.
Ao cuidado da Porto Stadco ficarão todas as atividades relacionadas com a gestão dos direitos de naming relacionados com a infraestrutura Estádio do Dragão, o museu do clube e
tours ou visitas guiadas ao Estádio do Dragão, eventos, concertos e outros espetáculos públicos, catering e fornecimento de alimentos e bebidas, bem como outros patrocínios/sponsorização, e ainda a gestão e exploração das áreas VIP do Estádio do Dragão que incluem o
corporate e ofertas inerentes a essa atividade (lugares e espaços, certos direitos a colocação de publicidade em determinados jogos, bilhetes de acesso e viagens com a equipa principal de futebol profissional aquando de deslocações ao estrangeiro para disputa de competições internacionais).
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O FC Porto justifica esta operação financeira e, particularmente,
a criação e a autonomização da Porto Stadco para “potenciar eventuais parcerias com entidades terceiras” que potenciem essa gestão profissional e orientada, ao mesmo tempo que se autonomiza a um centro de responsabilidade com aferição de resultados individuais.”
A cisão da Portocomercial e
a criação da Porto Stadco vem no seguimento de uma acordo estabelecido pela SAD azul e branca com a Ithaka em abril, na altura firmado pela administração de Pinto da Costa, que estabelecia o investimento de 65 milhões de euros desta sociedade de investimento com sede em Espanha no FC Porto. Agora com André Villas-Boas, a SAD do FC Porto está a tentar renegociar os termos do acordo que, para ser rasgado, exige o pagamento de uma indemnização àquela empresa internacional. Mas, até ao momento, não há informação sobre qualquer tipo de desenvolvimento ao acordo fechado pouco antes das eleições que ditaram a derrota do histórico presidente.
Num comunicado
enviado à CMVM datado de 18 de abril,
a SAD do FC Porto revelava que “a Ithaka terá direito, durante os próximos 25 anos, a 30% dos direitos económicos de uma nova sociedade (a incorporar no Grupo FC Porto), a qual dedicar-se-á a incrementar o potencial comercial do Estádio do Dragão, nomeadamente, nas dimensões referentes ao corporate hospitality, ao
sponsorship, à bilhética, aos
naming rights do Estádio do Dragão, ao Museu do Futebol Clube do Porto, às visitas ao Estádio do Dragão, à organização de eventos não desportivos e de concertos, bem como de outras receitas, presentes ou futuras, relacionada com o Estádio do Dragão.”
Os documentos consultados pelo ECO revelam ainda que
o património da Porto Stadco não terá bens imóveis, “mas os bens em espécie a serem transmitidos pela Portocomercial para a nova empresa serão avaliados e verificados por um revisor oficial por contas sem interesses na Portocomercial.”
A mais recente empresa do clube do dragão tem quase 11 milhões de euros de ativos e um passivo de 10,5 milhões de euros, que se traduz num valor contabilístico de 462 mil euros.
Até à entrada do investimento da Ithaka, a estrutura acionista da Porto Stadco é composta por uma participação e 93,5% da FC Porto SAD, 5% do clube FC Porto e o restante 1,5% do capital é partilhado em tranches iguais pela Porto Estádio, FCP Media e Euroantas.
O ECO questionou o FC Porto SAD sobre esta operação, mas até à hora de publicação do texto não obteve resposta.