Não era complicado, a escolha mais adequada, aos olhos da altura, foi o Sócrates. Era (e é) um animal político completo, um media darling. À data, não se sabiam os escândalos todos. Além disso:
i) o povo estava insatisfeito com a "traição" do Cherne.
ii) o SL não controlava inteiramente o aparelho partidário; fartou-se de levar com críticas internas, nomeadamente e semanalmente, do atual PR, o Marselfie.
iii) o SL não tem, nem nunca teve, perfil para ser PM
Hoje é fácil dizer que devia ter sido o Santana a ganhar, mas isso é revisionismo; é uma avaliação que podemos fazer com os dados que temos do presente. O JS ganhou com uma maioria absoluta natural, ao contrário da do Costa, artificial (surgiu do papão de uma suposta aliança PSD/Chega).
Sobre a SCM Lisboa: os problemas não começaram com o Santana. Na verdade, os imbróglios iniciaram-se com o regime republicano, sob forte ateísmo, tornando a SCM Lisboa num IP, quando devia ter continuado uma IPSS.
Ao longo dos tempos, foi ganhando os contornos do regime: cunhas; corrupção; despesismo; multiplicidade de agentes a mamar bem. Isso, inclusive, durante o Estado Novo.