É bom voltar a amar Pinto da Costa, não é?
Quis muito, como praticamente todos vocês, que AVB saísse vencedor inequívoco destas eleições. Precisávamos e merecíamos uma equipa que servisse o FC Porto e não se servisse do FC Porto, como a de Pinto da Costa fez durante o tempo necessário para delapidar património, capacidade competitiva, financeira e imaterial, pois beliscou a nossa dignidade demasiadas vezes.
Contudo, antes de me deitar - já esperava algo assim, mas não me preparei para a magnitude desta dor -, cheguei a pensar que não dormiria tal era a tristeza de ver a maior figura da nossa história humilhada, vergada e até esmagada por 80% dos votantes. Foi Pinto da Costa que pediu isto; foi Pinto da Costa que causou isto; foi, sobretudo, Pinto da Costa que permitiu que isto terminasse assim. E a nossa consciência deve permanecer incólume. Deu guarida a criminosos (Madureira, Orelhas, Pidá...) e apoiou-se neles. Distribuiu dinheiro, tachos e bilhetes por personalidades sinistras, enquanto se feria o FC Porto como um touro numa arena. Humilhou-nos. Sentia-me humilhado sempre que bajulava pessoas como Fernando Madureira e depois, cá fora, os lacaios dele vendiam os bilhetes outrora oferecidos pelo clube, prejudicando continuamente a saúde deste. Pinto da Costa feriu o nosso amor ao FC Porto. Presidente, ontem teve mesmo de ser assim.
Foi triste vê-lo sair pela porta pequena, com 50 grunhos à espera. Muito triste mesmo. Mas agora, finalmente, Pinto da Costa poderá voltar a nós e ao estatuto de Deus que tinha, e voltará a ter, no seio do FC Porto e da nossa cidade. Já não tem bilhetes para os grunhos, já não tem tachos para os Baías e já não tem comissões para os Pinhos. Poderia ficar mais só... mas vai ser ao contrário. Terá a nação azul e branca, que infelizmente desvalorizou em detrimento de quem nos fazia mal, novamente a carregá-lo nos ombros. É o melhor de sempre. Será sempre o melhor de sempre. Será sempre o maior nome da história do FC Porto.
Gosto de recordar a paz que me transmitia saber que era o nosso presidente. Quando perdemos com o Barcelona na final da Liga dos Campeões de hóquei em patins, no Rosa Mota, e os adeptos destruíram o pavilhão, eu era um miúdo e fiquei de rastos. Tristíssimo com tudo aquilo. De repente, Pinto da Costa sai, de carro, e acena aos adeptos que estavam cá fora. Porra! Senti-me seguro e com toda a certeza de que um dia daríamos a volta e venceríamos esse troféu; que aquele pesadelo morreria no passado. Assim foi. Este ano, ironia das ironias, a competição voltará ao Rosa Mota e o troféu já o vencemos ao fim de muitos anos. Tínhamos o melhor presidente do mundo e isso enchia-me de paz e orgulho.
Pensei sempre que os outros poderiam ter tudo que nós tínhamos Pinto da Costa. Isso encheu-me de vaidade e orgulho durante toda a minha vida de portista. Poderiam sair o Domingos, o Jardel, o Deco e o Lucho, que nós teríamos Jorge Nuno Pinto da Costa e, no final, ele arranjaria sempre uma forma de conseguirmos vencer. E ai de quem ousasse atacá-lo. Assistimos agora com Varandas e os "40 anos disto". Já com muitos críticos, ninguém permitiu que atacassem o nosso enorme presidente, o verdadeiro Deus do FC Porto. Por ele tornamo-nos inquebráveis, ousados e destemidos. O único medo, na realidade, era de o perder a ele - e já o estávamos a perder, presidente...
Hoje, amanhã e depois, merece o maior dos carinhos, das homenagens e das gratidões. Por tudo, por tanto...
Bom regresso ao Olimpo, presidente. Pese embora a nostalgia que nos invade a um ritmo frenético, e que magoa, é bom voltar a amá-lo outra vez.