"É impossível ignorar que é a Sérgio Conceição que se deve atribuir o mérito maior. Três títulos de campeão, duas Supertaças, três Taças de Portugal, uma Taça da Liga, duas presenças nos quartos de final e três nos oitavos de final da Champions e sete anos depois de ter tomado conta da equipa, não haverá muitas dúvidas de que já deu mais ao clube do que recebeu, mesmo com erros pelo caminho, que os houve, mesmo que venha um presidente dizer que todos os jogadores contratados tiveram o aval do treinador, o que custa muito a acreditar.
Emergiu, nestes sete anos, o trabalho de um treinador sob o constrangimento de uma situação financeira pouco transparente e ainda menos saudável. Houve soluções para os desafios que poderiam fazer vacilar os menos bem preparados e, esta época, num contexto em que o FC Porto esteve mais vulnerável do que nunca, desportiva e politicamente, por haver pela primeira vez alguém que ameaça o poder, Sérgio Conceição transformou, emocional e taticamente, a equipa para não apenas resistir como também reagir a circunstâncias que deitariam abaixo os mais fortes.
Sérgio Conceição casa na perfeição com o FC Porto, partilham as características da mesma natureza de não desistir, de lutar contra as contrariedades, reais ou imaginárias, do trabalho, da dedicação, do amor, da explosão, da franqueza."
In Abolha