É engraçado que ele extravasa esse papel quando, por exemplo, acha que certas coisas não funcionam bem no clube, como "os departamentos" ou não tem as contratações que quer. Aí já ele não morde a língua. Aí já não é só treinador nem funcionário do clube e comenta e dispara sobre outros empregados do clube e sobre o seu trabalho.
É interessante ver esta dualidade de opiniões e não opiniões consoante o contexto. Na minha opinião podia ter ido muito mais além no repúdio da violência e no espetáculo degradante que vimos ser feito pelo Dr. Madureira e restantes capangas. Compreendo que não comente a entrevista do seu presidente mas no resto, a meu ver, foi politicamente correto demais.
Por exemplo, não se conteve a dar a bicada ao seu colega de profissão espanhol em relação ao trabalho com o João Mário, que veio "um bocadinho a dormir"...
Percebo o que dizes, também não partilho a 100 % o contentamento pelas mensagens subliminares/indirectas/para bom entendedor basta, etc, de que não é trunfo eleitoral..vejo aí uma boa margem de projeção de cada um que assim seja, o que entendo.
Mas sinceramente, acho que também era pedir/esperar demasiado querer que fosse o treinador agora a fazer o que todos quiséssemos que outras figuras, que as principais figuras, diretivas, do clube, fizessem.
Num mundo ideal o SC hoje comentaria ponto a ponto, desde a pouca vergonha da AG, da marcação do sítio inicial num espaço onde já se sabia que não ia caber toda a gente, à intimidação/coação de membros da claque a outros sócios, da violência praticada, da incapacidade de quem dirigia os trabalhos da AG em parar com aquela farsa, dos membros da direção do clube a assistirem impávido e serenos ao que se passava sem mexerem uma palha, ao posterior cancelamento da AG e retirada dos pontos sem uma explicação digna do clube, ao culminar com aquela espécie de entrevista do presidente, com a parte que mais o interessava a ele pessoalmente, o ser usado e acenado como trunfo eleitoral e depois os actos de vandalismo na casa do AVB e as agressões ao segurança.
O que acabei de escrever no último parágrafo só aconteceria num mundo de fantasia; é irreal pensar que seria o treinador do clube, neste caso o SC mas podia ser outro qualquer, a fazer isto tudo, quando, repito, ninguém do clube com muitas mais responsabilidades, o fizeram.
Condenou em termos gerais o que se passou, a violência, como eu defendi na altura, que o treinador, apesar de se dever concentrar no seu papel de treinar a equipa, apesar disso, se lhe fosse perguntado/pedido um comentário ao que se passou, teria todas as possibilidades de criticar o sucedido, não seria nenhum acto do outro mundo ou fora das suas competências, tendo em conta a sua posição de poder dentro do clube, como alguns pareceram achar, lendo o que escreveram na altura.