O problema é que essa não é uma medida pensada do ponto de vista estratégico. Se fosse não via absolutamente problema nenhum. Mas a verdade é que nas últimas décadas quando Pinto da Costa corria sozinho já não havia problema em marcar eleições para março/abril e de criar instabilidade competitiva na equipa.
Agora que existe uma oposição forte (e repara que até ver é fantasma visto que ainda nem sequer foi assumida), escolher adiar as eleições com a desculpa da época desportiva em andamento parece ser só a atual direção a querer dar a hipótese a si própria de ir a eleições em cima de um possível campeonato ganho.
O futebol continua a ser um setor muito emocional e fortemente dependente dos resultados. PdC sabe perfeitamente que caso o título nacional caia do céu este ano, terá o próximo mandato garantido.
Só quero acrescentar aqui uma coisa que ainda não vi ninguém a falar...
As propostas de alterações ao Art.º 51... temos falado imenso do nº 1, mas o nº 2 também é importante:
Artigo 51.º
(Período eleitoral)
1. Sem prejuízo da realização de eleições antecipadas ou intercalares, as eleições para os órgãos sociais do Futebol Clube do Porto decorrem até ao mês de Junho dos anos em que devam ter lugar, nos termos dos Estatutos, devendo a sua data ser publicitada pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral com uma antecedência mínima de sessenta dias.
2. Em derrogação do número anterior, e
quando graves razões determinem a impossibilidade da realização de eleições no período normal, o Presidente da Mesa da Assembleia Geral poderá, obtido o parecer favorável do Conselho Superior e do Conselho Fiscal e Disciplinar, propor novo calendário eleitoral,
para prazo não superior a três meses, com a consequente extensão dos mandatos em curso.
Quem é que determina o que é uma grave razão? Pelo que depreendo do que leio, a atual administração poderá continuar em funções até Setembro, bastando para isso o OK dos outros órgãos sociais eleitos pela mesma lista da atual administração.