Depois há também um outro problema, vamos supor que os israelitas destroem o Hamas em Gaza, é quase como decapitar uma das cabeças do monstro, só que depois nascem mais duas. A ideologia do Hamas é a mesma de outras organizações terroristas que proliferam nos países do médio oriente. Para além de existirem outros grupos terroristas mais violentos que o Hamas dentro da Palestina, como a Jihad Islâmica. O Hamas desaparece, mas vai certamente aparecer outro, financiado pelas mesmas estruturas, como o regime Iraniano, por exemplo, e que se alimenta da desgraça e do sofrimento daquela gente. É terreno fértil para o extremismo. Crianças a perder pais, pais a perder filhos, vidas completamente destruídas.
É claro que falar é fácil, mas eu não vejo como é que esmagar o Hamas ao mesmo tempo que se acaba com milhares de vidas inocentes na Palestina possa trazer o que quer que seja de bom.
Mais do que procurar vingança pelos acontecimentos horríveis levados a cabo pelo Hamas, o estado de Israel devia era pedir desculpa pelas falhas de segurança que levaram à morte de tanta gente e procurar respostas e responsáveis para o sucedido. Afinal de contas, o Netanyahu gabava-se de ser o único capaz de trazer segurança ao povo de Israel.
Israel tem poderio militar e tecnológico para assassinar um a um todos os quadros do Hamas, óbvio que ia levar tempo, mas têm essa capacidade e só não o fazem se não quiserem, em vez de acabarem com tudo e mais não sei quantos milhares de inocentes de uma vez.
Aproveitem também para fazer cair o governo israelita e a sua ala ultra-ortodoxa com as suas políticas expansionistas de cada vez mais assentamentos na Cisjordânia e o desejo de acabar com os palestinianos.
Apesar de tudo, há cada vez mais contestação contra o Netanyahu, mesmo com a formação do governo de unidade nacional, o BB está a perder força.