maisliberdade.pt
.
Atenão que isto aqui é importante.
Ou seja a nos Portugues custoa nos mais ter 36% de vcarga fiscal do que os dinamarqueses que tem 1 carga fiscal de 47%...
Será que custa perceber...que a nos doi nos mais que aos dinamrqueses? e que nos doi cada vez mais?
Sim, dói.
Aquilo a que eu chamei a atenção é para o conceito de "carga fiscal", que foi lançado para a ribalta, se não estou em erro pelo PSD ainda com o Rio, com o intuito de enganar parolos.
A carga fiscal em si não é prejudicial. Uma alta carga fiscal pode até ser indicador de uma economia altamente evoluída virada para os serviços, e a verdade é que nesse aspeto Portugal tem ganho muito terreno para outras economias. Aliás, o próprio +Liberdade noticiou o avanço dos serviços na economia portuguesa, mas como é um portal afeto à IL, fê-lo como "setores primários e secundários perdem força", algo do género, tentando passar uma mensagem negativa há alguns meses atrás.
O problema de Portugal é ter uma produtividade ridícula. A produtividade tem impacto direto nos salários, na medida em que não se podem aumentar salários para lá daquilo que (sendo rigoroso, uma percentagem do que) se produz, caso contrário qualquer empresa iria à falência só para pagar trabalhadores.
Quando se fala na questão salarial, tendemos a colocar as empresas como as más da fita, mas a verdade é que esses valores estão definidos em parâmetros económicos e qualquer empresa responsável e com competência técnica sabe até onde pode ir. Aqui a responsabilidade que pode ser imputada às empresas é efetivamente não saberem alavancar a sua própria produtividade e, alguns, pagarem o mínimo possível e não o adequado (ou ainda pior, por baixo da mesa).
Voltando à carga fiscal: os impostos acabam por ser o mal menor. Eu prefiro pagar 30% de 5000€ (1600€) do que pagar 20% de 2000€ (400€), porque sobra-me muito mais dinheiro para o resto do mês e nem o custo de vida mais caro me afeta tanto, porque uma casa de 1000€ em Lisboa ou uma casa de 1000€ em Amesterdão terão um peso relativo inferior. Aí entra o tal esforço fiscal, porque o português está sempre no limite do seu rendimento, enquanto as economias mais ricas têm normalmente muito mais folga para poupar, e o dinheiro que é poupado não paga imposto.
Países como a Alemanha, onde estou, ou os Países Baixos que conheço bem e que é normalmente apontado como um paraíso liberal pela IL, pagam taxas mais elevadas que em Portugal. Mas essas pessoas gastam uma parte inferior do rendimento que auferem do que em Portugal, Espanha, França, etc. Para além disso, há um outro fator que existe em Portugal que contribui para o conceito fiscal, que é disfarçado cá: a contribuição social sobre o rendimento assume uma vertente de seguro, para além da contribuição pública. Ou seja, a percentagem global é superior aos 11% que o português paga, mas não é toda considerada como imposto. Traz outro tipo de vantagens, mas não deixa de ser um encargo obrigatório e que, se quiséssemos ser rigorosos na comparação, teria de ser incluída.
Mas em Portugal, não interessa fazer boa política. O importante é desgastar a imagem dos adversários políticos para que chegue a nossa vez de governar. É o problema das democracias imaturas que infelizmente pupulam pelo sul da Europa.