Os qualificadores não foram dirigidos ao colega, como poderá confirmar ao ler o que escrevi. Longe de mim. Não mais fiz que usar a pergunta típica das guerras culturais e do tribalismo cibernético que me endereçou para ilustrar o meu pensamento sobre a questão. Repare até que usei um plural que me abrange quanto à estupidez humana. E a boçalidade referia-se, como também me parece compreensível, a uma resposta simplória à pergunta que colocou. A prosa, no sentido de pensamento complexo, e a incerteza são mais importantes do que a resposta superficial e a certeza imediata. Não tenho respostas para tudo, mas sei que valores devo defender. Achará o colega que um qualquer ser humano deve ser proibido de praticar desporto e competir? Espero que não, seria inconcebível. É preciso pensar em soluções.Revelo-me como ? Por acaso assumi alguma posição em relação ao tema ? Ofendi alguém de forma a justificar os teus termos amigáveis como "estupidez" ou "boçalidade" ?
Não gostaste da pergunta porque com uma simples questão, pertinente para o tema, desmontei todo o teu texto. Dizes que defendes o debate mas depois partes logo para a ofensa devido a uma simples pergunta.
As pessoas revelam a sua ideologia, a sua paisagem mental, pela forma como, por exemplo, escrevem. Pelos temas que tratam. Mais ainda pela forma de como os tratam. Pelas pessoas que citam, e isto é já um clássico dos dias de hoje. Se alguém cita frequentemente uma figura duvidosa, pertencente a determinada família política, é porque, muitas vezes, haverá alguma afinidade de pensamento. Expõe também as fontes que usa, o meio digital em que se move. Há temas recorrentes que caracterizam determinadas correntes políticas. Não é por acaso que Putin reprime quem diverge de um certo entendimento de sexualidade. Não é por acaso que se refere ao género como algo negativo. Não é por acaso que muitos dos seus apaniguados seguem a mesma linha. A imposição de um padrão familiar, sexual, político, ... não mais é que uma forma de limitar a liberdade e impor um poder intolerável a qualquer democrata. Estranho que me impute uma barricada e pretenda desmontar o meu entendimento com uma pergunta. A minha barricada é a do ser humano, antes de qualquer filiação política ou partidária. E para desmontar o que penso... bem, será necessário muito mais do que uma pergunta, pois não tenho qualquer problema em prosar longamente. A própria lógica de confronto não me agrada; tende a revelar algo negativo.
Pessoalmente, parecem-me bizarros os comentários que o presidente russo e o patriarca da Igreja Ortodoxa fizeram em tempo de guerra. Bizarros mas não totalmente surpreendentes. Revelam a dimensão cultural e moral do conflito, quando Putin para ele arrasta as sociedades do ocidente. Putin não nos pretende alertar para os "perigos" dos atletas transgénero. Tenta minar e desacreditar os nossos valores liberais e progressistas, apresenta as sociedades em que vivemos como qualquer coisa de indesejável. Também neste tabuleiro devemos ponderar que valores defendemos quando expressamos uma determinada posição.
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