Quando me falas em restringir liberdades… desculpa, não consigo acompanhar mais.
Tu continuas a achar que por pagares mais impostos eles servem para o que tu defendes.
Eu não acredito nisso. Porque o problema que temos de corrupção é transversal.
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Restringir liberdades é um pressuposto básico da vida colectiva, quer se acompanhe quer não. Isso é irrelevante. As liberdades são limitadas por opção das próprias pessoas ao viverem em comunidade. Ou seja, é a uma fatalidade (pelo menos num sistema democrático). São as regras que permitem o grau variável de liberdade que temos. A política é em boa medida uma gestão do alcance das várias liberdades, através das regras, com intuito de se alcançar a melhor configuração possível. Ou somente a mais popular. O combate à corrupção é uma questão de restrição de liberdades, de colocarmos determinados comportamentos na esfera do imoral ou do ilegal. Mais uma razão para os cidadãos se debruçarem mais sobre as questões da moral e da ética, para assim definirem padrões rigorosos do que é ou não possível fazer, do alcance das liberdades individuais.
Cada pessoa tem as suas crenças e visões, é natural. Há uma sistema de saúde público, de ensino público, uma rede social de apoios, ... nem todos os impostos são desbaratados, seria um populismo adoptar esse discurso. Deveriam ser melhor geridos, isso sim, sobretudo de acordo com uma visão de longo prazo e partilhada para a sociedade. E a batalha é pela melhor gestão da coisa comum, não pelo redução do Estado. O Estado sou eu, como diria Luís XIV. Falta reivindicá-lo e trasformá-lo em algo melhor. Para melhor gerir os impostos, há que capacitar os cidadãos, melhorar as práticas, moralizar a sociedade e aplicar a lei, ou aplicar uma nova lei, se preciso for. Princípios que seriam válidos para qualquer ideologia política e carga fiscal, quero acreditar.
Cada pessoa é um partido, resta-nos votar por aproximação.
Atente-se à posição de Adolfo Mesquita Nunes ao manifestar apoio à IL. Afirmou algo como: é necessário criar riqueza e depois discutir a forma de como a distribuir. Sim e não. Não é uma declaração totalmente séria, embora possa ilustrar a acção partidária das forças liberais. De facto é necessário criar riqueza para podermos distribui-la. Mas não é honesto propor a discussão sobre a distribuição da riqueza para data incerta. Se se quer plasmar na lei um determinado enquadramento fiscal e de funcionamento da economia, deve-se de igualmente indicar o que fazer quanto à riqueza gerada. Por seriedade, preocupação social e respeito pelo contrato firmado entre o Estado e os cidadãos. Até porque há riqueza e muitas empresas a gerar lucros, coisa que tende a ser esquecida em afirmações do género. Muito bem, baixa-se o IRC aquela cadeia de hipermercados, àquele grupo de distribuição... obriga-se também essas empresas a distribuir x% dos lucros pelos trabalhadores? Obrigar por lei, entenda-se. Se isto não é assim, trata-se de uma visão incompleta da realidade. Creio que se torna necessário fazer essa ligação de uma forma clara. Vivemos num planeta dominado por um modelo económico liberal, quer governem partidos de direita ou de esquerda, e com níveis de desigualdade crescentes. Se fosse líder de um partido liberal sentiria necessidade em incluir estas questões no discurso e no programa política.
Enfim, convicções à parte, ide todos votar, bem protegidos e que tudo corra bem, fica o desejo.