pode ser o regresso ao tempo das trevas dos governos de direita, de coelhos e cavacos
Nem me fale amigo, ainda me lembro desses tempos, de ter uma côdea de pão para comer a semana toda, de ver pessoas, às grosas, nos caixotes do lixo dos ricos, do meu vizinho do R/C o Armindo que tinha um gatinho, o Tico, e o gajo do 3º direito do prédio em frente apanhou o bichano, que era quase só ossos coitadito, a apanhar sol na janela e fez com ele um assado.
Lembro-me de ver a chavalada nos Jardins da Avenida e no Parque da cidade, a arrancarem mãos cheias de erva para saciar a fome, e a beber água do Lago dos Patos.
As filas de rostos esquálidos e sem esperança nas ruas.
A pancada, muito tosca pela falta de forças, entre vários cidadãos por um mero ratburger, feito com o camundongo apanhado no campo, a ratazana apanhada astutamente num boeiro ou o hamster do Nelinho.
Dias absolutamente de trevas, uma descida que parecia sem fim ao Hades da democracia.
Faltou comida, liberdade, saúde, felicidade, alegria, amor.
Tudo castrado por essa corja.
E o Tico, nunca me hei de esquecer dos olhinhos do Tico, quando eu passava à porta do Armindo e lhe fazia uma festinha.
Nem do Armindo, que se matou com a depressão da falta do Tico, deixando uma nota, escrita em letra grande que lia assim:
"A CULPA É DO COELHO"
A policia, e as pessoas no geral, pensaram que ele se referia ao soturno e inefável primeiro-ministro.
Mas não, na verdade a culpa era do coelho que o gajo do 3º direito tinha conseguido apanhar mas que fugiu, e foi por isso que com a fome negra, teve de comer o gato do Armindo.
Nunca esquecer.
Dia 30, votem pelo Tico