Manter a aposta. Adoro o Marchesín e para mim foi o melhor guarda-redes que tivemos pós-Baía (Iker nos grandes jogos era outro nível, mas o nível basal do Marche penso que comparativamente ao Iker do FCPorto, é um pouco melhor mas é discutível), mas o Diogo é o futuro do FC Porto e nada que pudesse fazer no jogo de ontem iria mudar a minha opinião de que pode vir a ser um guarda redes de classe mundial. Tem 22 anos acabados de fazer, para guarda redes é um bebé, e meia dúzia de jogos feitos (com sucesso) no FC Porto.
Como já disseram aqui, ontem notaram-se claras dores de crescimento, mas acredito que é neste tipo de jogos que os jogadores do nível dele crescem com os (muitos) erros que cometem. Estou certo que se hoje houvesse repetição do jogo, iria ser possivelmente o melhor em campo.
O nervosismo, o avolumar do resultado, a noção que tem à sua frente uma defesa com Zaidu, Marcano e um caloiro Fábio Cardoso, e do outro lado executantes da nata do futebol...
Não de vai tapar o sol com a peneira, ontem foi mau demais, e se fosse um José Sá nunca mais calçaria. Mas o Diogo com 21 anos é o quadruplo do jogador que era o Sá com 25. Há que ter paciência para quem realmente tem qualidade para ser diferente. Diogos, Vítors, Fábios, Chicos podem na teoria errar mais que os outros.
É injusto? Não, é lógico.
No início de Junho defendi que a decisão mais urgente que havia a fazer antes de todas as outras era emprestar o Diogo para que pudesse jogar. Marche era e é melhor do que ele no presente momento, e nunca imaginei que fosse sentar.
Agora que o passo de dar a titularidade ao Diogo foi tomado, apenas peço que mantenham a confiança nele, e que percebam que a vertente mental num guarda redes é possivelmente dos maiores fatores diferenciadores que existe, mesmo comparado aos jogadores de campo.
Incluo-me nos que lhe vêm capacidade para vir a ser o herdeiro do Baía, e vai errar muito nesta fase, tal como o Baía errava - oh, se errava.. - mas o essencial é manter a confiança nele. Ontem perderíamos pesado na mesma com Marche na baliza, ponto. Que haja noções, uma vez mais, que jogadores "diferentes", têm que ter um tratamento diferente.