Um apuramento profundamente português.
Fez-se melhor no jogo decisivo contra uma selecção que, embora apurada, não fez qualquer frete. Longe de brilhante, o desempenho aproximou-se das exibições que Portugal fez no último europeu. Mais entreajuda, mais rigor (... e por vezes mais vontade que clarividência), mais solidez... Hoje vimos Bernardo Silva e Jota emparelhados com os laterais, assumindo as funções defensivas e um meio campo com capacidade superior de reter e trocar a bola. Não foi brilhante, longe disso, vacilou-se em vários momentos, mas é algo melhor, uma resposta que poderá auxiliar o seleccionador no próximo jogo.
São Patrício, o homem dos grandes palcos. Que defesa mastodôntica, que coisa monumental. E logo de seguida realizou outra boa intervenção. Muito bem.
Nota positiva para Renato Sanches. Transporta uma energia incomum, anárquica, uma força indisciplinada, sendo contudo capaz de levar a equipa para a frente, proteger a bola, progredir com ela, participar na circulação... Precisa de um treinador que o ajude a apurar o talento que tem.
Quanto ao companheiro do lado, João Moutinho... apenas se lamenta a veterania. Reapareceu no onze para conferir outro critério ao jogo da equipa.
Notas positivas para o corajoso Danilo (eventualmente demasiado corajoso ao ter regressado ao relvado), para as entradas de Palhinha e Dalot, este em estreia absoluta. Das férias interrompidas para o jogo do tudo ou nada da selecção. Muito bem. Palhinha teve um momento suspeito no lance em que Pogba atira para a extraordinário defesa de Patrício, talvez um excesso de vontade na abordagem... mas bem noutras ocasiões. Apreciei o esforço de Bernardo Silva (e de Jota). E Ronaldo infalível na marcação das grandes penalidades. Afinal parece que não serão necessários encontros amigáveis com as andorras. E de grande penalidade também conta.
Pela negativa... a permeabilidade defensiva. Continuamos com dificuldade em controlar o espaço nas costas da defesa. Segue-se Lukaku no próximo jogo. E uma Bélgica a jogar numa fórmula aproximada à alemã!... A defesa terá de se apresentar como ainda não a vimos.
Arbitragem francamente infeliz, possivelmente a pior do europeu. Grande penalidade muito forçada para a França, contrariando o critério que temos visto nos outros jogos. A França também terá as suas reclamações, mormente pelo último lance de perigo que envolveu uma acção bizarra de Bruno Fernandes. Entre defender mal e fazer aquilo... enfim.
Veremos se ainda vamos a tempo de surpreender.
Uma última palavra para a surpreendente e muito positiva prestação da Hungria no grupo da morte. Morreu na praia.