Para os negacionistas e relativistas (é dos nossos, médico que confirma que o coração é azul e branco)
E olhem que para assustar o Carona não é com qualquer treta.
Para os negacionistas e relativistas (é dos nossos, médico que confirma que o coração é azul e branco)
Caro colega, duas notas prévias.Estás quase lá. Só falta completares o exercício de raciocínio e rebentas a bolha de negação.
Realmente a sociedade está doente e realmente a pandemia do COVID vai agravar muito os índices de desenvolvimento económico-social de muitos países e, por consequência direta disso mesmo, vai piorar os efeitos da pobreza por esse mundo fora. Estamos de acordo.
O que fazer em relação a isso?
Ignorar a pandemia? Fazer de conta que não se passa nada? Olhar para o outro lado quando temos um problema agudo a bater-nos de frente porque temos problemas crónicos ainda por resolver? Precisava de saber onde apuraste as tuas aptidões de gestão, porque estou genuinamente curioso para saber em que mundo vivem aqueles que acham que um bom planeamento, seja ele em relação ao que seja, começa por abordar problemas sistemas crónicos ignorando o desenvolvimento de problemas sistémicos de foro agudo. Da medicina à economia de empresas, pf diz-me qual a área é que abordada dessa forma?
Para não falar de que o problema da pandemia está na sobrecarga que tem sobre todas as instituições - o sistema vai colapsar se nao for feito nada a montante. Sem sistema, como combates esses problemas que abordas? Achas que ficas mais perto de combater o problema da fome se decidires condenar à morte as nossas mais prezadas instituições? O problema de cair nesse culto do whataboutism é que depois tentam particularizar abordagens a seu bel prazer, esquecendo-se que mudanças sistémicas são feitas com abordagens sistémicas. Esse cinismo é o fim da linha do pragmatismo e o maior entrave ao desenvolvimento, e essa linha de pensamento é explorada por agentes do caos que so sobrevivem à custa da desinformação e de instabilidade, que precisam desse ambiente para validar a sua existência - a doença da nossa sociedade passa muito por aí.
Portanto sim, "cada vida humana tem o seu valor".
Portanto sim, é possível que "alguns casos de países que entraram em casos de fome mais grave resultam exatamente de algumas medidas para prevenir a Covid".
Portanto sim, é "a sociedade doente em que vivemos".
E então, o que concluis?
Completa o raciocínio. Explica então a estratégia alternativa.
Qual achas que será o desfecho se decidirmos coletivamente ignorar o que se passa nos nossos hospitais? Qual achas que será o desfecho se deixar de haver notícias, se deixarmos de impor medidas restritivas a propagação da pandemia, se deixarmos de trabalhar a montante para resolver o problema da pandemia e transferirmos completamente a responsabilidade de lidar com a mesma para as nossas instituições a jusante: o SNS e associados? Menos fome, é isso?
Completa: diz que se deixarmos de falar tanto da COVID, podemos reduzir a fome. É isso que insinuas não é? Se não é, então estas a misturar assuntos só porque sim, sem objetivo nenhum para além do "fazer barulho". Tenta concretizar mais vezes, porque talvez se em vez de deixares só no ar meia dúzia de factos soltos, se te forçares a interligares com lógica as tuas premissas, percebes que não fazem sentido nenhum e assim contribuis tu também para uma sociedade menos doente e mais informada.
Podia não o fazer, mas vou responder, porque, efetivamente, como apaixonado que sou por surf, também fui ver ondas.Alguém que me explique a puta da racionalidade desta merda:
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Eu estou há semanas a ver "de fugida" a minha noiva porque como enfermeira, está mais do que exposta ao vírus mesmo não estando na ala covid, já para não falar nos intermináveis turnos de 12/14h, chegámos à fase em que se calhar teremos de escolher quem vai ou não ao nosso casamento, no entanto, existem centenas de chalupas que acordaram de manhã e pensaram "vou fazer algo de útil para a sociedade, vou ver ondas!!"
Pá perdoem-me a linguagem, mas vão para o caralho que vos fodam.
Parece que cada freguesia tem o poder de decidir. Eu digo isto porque aqui à minha volta há freguesias que vão fechar e outras não.Uma curiosidade: os cemitérios vão ser encerrados?
No caso próximo de contágio que tive, as indicações que o meu amigo recebeu foi de todas as pessoas que estiveram com ele nas 48h antes a desenvolver sintomas, deveriam fazer isolamento profilático. Não sei se é norma geral.Mas durante esse período não dá para detectá-lo? Não és contagioso durante esse período, é isso?
Aconteceu-me o mesmo. Saí de isolamento numa segunda e fiz teste na sexta. O que se aconselha é fazer o teste perto do final do período de isolamento, sendo que, em média, o vírus costuma demorar entre 5 - 6 dias a manifestar-se, mas este período pode variar entre 2 a 14 diasEu acabo hoje o isolamento, já que faz 14 dias que estive "em contacto" com um infetado, e fui testado na terça-feira.
E todos os outros doentes internados com outras patologias, vais dar alta a todos só para abrir vaga para doentes covid?Pessoal que argumenta que o SNS está em colpaso, gostaria de saber só 2 coisas:
- quantas camas existem em enfermaria no SNS;
- quantas camas existem para UCI no SNS;
Ventiladores são cerca de 1800. Tendo em conta que temos um país parado no que é extra Covid19, digam-me lá pf, quantas camas dispomos, só para fazer aqui umas contas de merceeiro.
wtf? Agora nós temos de dar dados aos negacionistas?! Se queres enveredar por teorias da conspiração és tu quem tem de justificar.Pessoal que argumenta que o SNS está em colpaso, gostaria de saber só 2 coisas:
- quantas camas existem em enfermaria no SNS;
- quantas camas existem para UCI no SNS;
Ventiladores são cerca de 1800. Tendo em conta que temos um país parado no que é extra Covid19, digam-me lá pf, quantas camas dispomos, só para fazer aqui umas contas de merceeiro.
Não preciso das tuas contas de merceeiro. Nem interessam as minhas contas de merceeiro. Se o médicos e enfermeiros no terreno dizem que estão perto da ruptura por que razão hei-de duvidar? E não falo de responsáveis corporativos mas sim do testemunho de profissionais no terreno.Pessoal que argumenta que o SNS está em colpaso, gostaria de saber só 2 coisas:
- quantas camas existem em enfermaria no SNS;
- quantas camas existem para UCI no SNS;
Ventiladores são cerca de 1800. Tendo em conta que temos um país parado no que é extra Covid19, digam-me lá pf, quantas camas dispomos, só para fazer aqui umas contas de merceeiro.
Tipico de sociedades onde so existem direitos. Obrigacoes nao existemA pandemia fez sobressair o egoísmo doentio de muitos. E isto é, desculpem o termo, nojento.
wtf? Agora nós temos de dar dados aos negacionistas?! Se queres enveredar por teorias da conspiração és tu quem tem de justificar.
Cuidados continuados integrados No final de 2018, o número de camas contratadas em unidades de internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados ascendia às 8.553 camas.
Em relação às tua notas, deixa-me so dizer que o objetivo era opor-me à mensagem e não ao mensageiro, não me leves a mal que isto não foi um ataque pessoal nem pensado com esse intuito. Mas não posso deixar passar essa intenção de defender o vazio que é o whataboutism com uma tentativa de escudar-se o mesmo com o vazio (?) do "politicamente correto", esse fantasma a que tantas vezes se recorre para diluir opiniões contrárias e evitar a auto-crítica. Mas isso fica para outras conversas.Caro colega, duas notas prévias.
1 - Estamos aqui a esgrimir argumentos, não estamos propriamente numa conversa de tasco com laivos de faca na liga. Não é necessário esse tom. (também não sou inocente porque por vezes caio no mesmo erro).
2 - Por cada carta de trunfo de whataboutism que se lança pode receber-se uma carta do politicamente correto inversa que faz o mesmo efeito em termos daquilo que se está a discutir. Ou seja, fica bem, está na moda falar-se disso, mas não acrescenta nada.
Começando pelo início, passe o pleonasmo, nós não estamos de acordo quanto ao facto da pandemia covid ter agravado os indíces de pobreza e de fome. O que veio agravar estes índices foi uma resposta de confinamento e de destruição do tecido empresarial, nunca antes vista, e que é assumido pelos próprios decisores da mesma que não pode voltar a acontecer nos mesmos moldes.
Quanto ao restante, eu já o referi aqui imensas vezes mas parece que não se consegue passar a mensagem de uma forma correta. No início desta pandemia, que em termos comunicativos será alvo de estudo daqui a umas décadas, tivemos notícias nos telejornais, diariamente, a referir que poderia morrer um milhão de Portugueses. Curvas, números, previsões que levaram a um nível de histerismo na população que ainda hoje tem resquícios no entendimento daquilo que é a gravidade desta doença. E esta forma de comunicação, para além de incorreta na maior parte das vezes, é sempre incompleta e completamente desenquadrada. Já referi aqui vários exemplos, posso voltar a repetir. O n.º de mortes diárias de covid, ao ser efectuado diariamente, tem que ser acompanhado com a indicação de todas as causas de morte que aconteceram naquele dia. Com que idades morreram as pessoas. Qual a relação da taxa de infetados vs curados. Qual a idade dos infetados . E isto não é whataboutism. Isto é fornecer ferramentas à população que lhes permita saber o enquadramento em que isto é efetuado. Por exemplo, dizer-se que morreram 30 pessoas de covid é assustador para enorme fatia da população. No entanto, se lhes disserem que no mesmo dias terão morrido 250/300 pessoas de doenças que irão dos diabetes, a problemas oncológicos a problemas cardíacos permite um enquadramento daquilo que efetivamente representa a gravidade da doença. Porque bastaria estar atento à realidade destes n.º para se entender que, por exemplo, morre em Portugal há imensas décadas, mais pessoas de diabetes (utilizo o exemplo dos daibetes mas pode ser um outro qualquer) do que alguma vez morrerão de covid 19. Problema este, que sim, efetivamente está a destruir o SNS de forma sistemática. E ao contrário de uma pandemia, esta é fácil de resolver. E também pode ser utilizado o cliché muito em voga nos dias de hoje que é "metam os olhos nos asiáticos(japoneses, vá)". Sim, não serão precisas máscaras, basta a proibição de produtos com um certo nível de açúcar (como vivemos numa sociedade doente porque não promover a proibição total do consumo de açúcar/batatas/pão e afins) e obrigatoriedade de consumo de vegetais, a abolição dos fritos. Instituir-se o exercício obrigatório diário por forma a evitar sedentarismo com coimas para quem não cumprir.
Mas isto não acontece, nem acontecerá, como é óbvio. Porque é um exercício absurdo. Tal e qual se está a fazer nos dias de hoje com esta pandemia. Onde existe um erro crónico de se pensar que é a Covid que irá acabar com as nossas instituições. Meu caro, a instituição da Saúde está em derrocada há imensos anos. Por motivos vários, como por exemplo o que referi acima (podia ser o tabaco, o álcool and so on), e que esses sim mereciam ser resolvidos a montante. A covid, tenha ela esse mérito, a única coisa que veio demonstrar foram as carências de um SNS que foi completamente desmantelado na era da troika. Se te deres ao trabalho de falar com alguém dessa área eles facilmente irão explicar-te que trabalham diariamente no limito há imenso tempo.
Passando para o exercício de lógica que fizeste.
Eu coloco-te uma questão muito prática e solicito-te uma reposta prática. Não sei que idade tens, mas se estiveres em idade de trabalho, e se fores casado com filhos, se tiveres que vir para a rua, despedido, ou então, se tiverem que ser tomadas medidas em que impliquem o fecho da empresa que tu trabalhas ou que detenhas, por motivos relacionados com o covid, salvaguardando-te assim desta doença tu aceitas? Colocando a questão de uma outra forma, tendo tu créditos para pagar, uma família para criar, e tendo que escolher entre ter dinheiro para comer ou ficar prevenido de uma doença como o covid que decisão tomavas? Uma pergunta que gostava de colocar a toda a comunidade, já agora. Porque é isso que está em questão. Estão milhares de portugueses, diariamente, a serem demitidos e a perderem o seu posto de trabalho por causa de uma doença que numa larga maioria dos casos (seja 90/95%) não os irá afectar em nada.
Quanto ao argumento da fome versus covid, volto a apresentar-te um exercício prático. Vai ao Quénia/Índia e pergunta à população de lá qual dos temas o preocupa mais. Tenta sair dessa bolha de protecção de "fulano" que vive num país privilegiado (que apesar de todos os seus problemas acaba por ser um paraíso) e tentar encontrar uma resposta. Ou tenta colocar-te na "pele" deles. E depois pensa, o que é mais importante para eles? Tratarem-nos do covid ou matarem-lhes a fome?
Como conclusão, e uma vez que me questionaste o que eu faria, gostava de dizer-te o que eu faria. Para mim, a economia teria que trabalhar normalmente, sem qualquer limitação. Em alternativa, e de forma preventiva e sendo solicitado pelos mesmos, daria apoios ás pessoas que têm doenças crónicas e que não pudessem cumprir teletrabalho. Salvaguardar com maior eficácia os lares mas não isolando totalmente os mesmos. A solidão também mata. Uso de máscara apenas em espaços fechados acompanhada de uma formação da população de forma a que o uso da mesma não seja a palhaçada que é atualmente onde a máscara é utilizada e após dez minutos de andarem a coçar o nariz, os olhos, o bigode, a mesma não tem qualquer utilidade. Distribuição gratuita das mesmas para prevenir que existam pessoas que andem com a mesma máscara semanas seguidas, sendo que estão é a agravar o risco de ficarem doentes de outros problemas.
Mas a principal medida, e contrapondo o único argumento que existe atualmente por parte das pessoas que defendem um novo confinamento, que é a falta de meios hospitalares para lidar com esta pandemia, seria a nacionalização temporária de todos os hospitais e instituições de saúde privadas. Requisição civil de todos os médicos e enfermeiros reformados ou médicos que trabalhem por conta própria ou que tenham clínicas médicas.
Proibição das seguradoras em escusar-se a comparticipar nas despesas médicas relacionados com a covid.
Investimento em equipamento hospitalar para reforçar equipamentos obsoletos que não têm nenhum uso (Estádios do Euro que poderiam muito facilmente servir de resposta urgente em caso de uma situação extrema). E antecipando um pouco a resposta que possas vir a dar, tenta não vir falar em inconstitucionalidades ou ilegalidades por favor. Se elas são válidas para desgraçar a vida de empresários/pessoas de várias áreas, então está criada jurisprudência necessária para se atacar lobbies mais poderosos como é a questão da saúde. E como cada vida conta, certamente que eles não irão contestar isto em tribunal, certamente.