O Manuel Alegre, as câmaras da CDU...aliás...o PCP e o PS todo! que ainda ontem chumbaram o fim dos apoios públicos à tourada, mandam-te um forte abraço direitoso.
Nota: Deve ser porreiro viver nesse mundo de banda desenhada.
A dicotomia esquerda/direita não se aplica a estes debates, mas sim a progressista/conservadorista.
Dentro do que são os partidos de esquerda, é normal ver o PS com conflitos internos sobre este tema. O partido sempre foi um saco de gatos enfiado num espetro de centro-esquerda, reunindo pessoas mais liberais e outras mais conservadoras, e até algumas de direita (sim, estou a falar do Assis, do Rui Paulo e outros tantos que passam a vida a navegar contra a maré sem perceberem que não estão no partido certo para as suas ideias).
O PCP é um partido ultra conservador, e portanto qualquer apoio a estas "tradições" não me choca. O que me choca é o PCP ainda existir.
Quanto ao BE, é vítima do seu próprio crescimento. Enquanto UDP, era um partido com uma ideologia que eu simpatizava e que teve mais importância do que as pessoas normalmente lhe atribuem na história recente de liberdade política. Como BE, sofreu uma expansão populista aguda pelo país que lhe retirou a identidade. Ver membros proeminentes do BE todos os domingos na missa e defendendo óticas humanistas foge daquilo que é a ideologia liberal e ecossocial na qual o partido foi fundado. Não me surpreende que nas regiões mais conservadoras, onde estas atividades existem e são aceites por uma parte da população, existam membros do partido que as defendam e considerem-nas normais, porque estão no partido por amizades, reações antissistema ou atos individuais comuns num tema, mas que no geral, não se refletem naquilo que é a base ideológica do partido.