A minha explicação para a performance do Pepe deve-se principalmente a duas coisas: à táctica e à componente emocional.
Os piores jogos do Pepe coincidiram com os jogos em que a equipa foi engolida tacticamente pelo adversário e onde a defesa foi mais exposta. Exemplo: Alvalade e Arouca.
E depois temos a componente emocional. Todos conhecemos os seus episódios, e o que temos é uma equipa à imagem do treinador, descontrolada emocionalmente e dentro do campo é no Pepe que vemos melhor esse descontrolo. Há jogos que ele vai ficando com a cabeça feita em água e depois saem muitas paragens cerebrais, seja na forma técnica como aborda os lances seja na forma disciplinar (a expulsão na supertaça foi má, mas a de Alvalade então revelou uma falta de controlo e de discernimento abismal).
Seja como for, o descontrolo emocional é geral a toda a equipa. Mas com o Arsenal vimos uma equipa muito coesa defensivamente, nenhum defesa esteve mal, pelo contrário, estiveram todos seguros (tirando o Otávio no início, normal). O João Mário não foi comido como em Barcelona, deu sempre segurança, o Wendell fez o jogo defensivo da vida dele, o meio-campo esteve bem, todos estiveram bem. E com isto obviamente que os centrais beneficiaram da coesão da equipa. Agora se for para deixar tudo exposto como em Arouca não há milagres.
Pepe faz 90 sobre 90 minutos, consegue fazer sprints em qualquer momento do jogo, as qualidades físicas na minha opinião continuam lá. Continua a ter condições para competir aos mais alto nível mesmo com quase 41 anos.