Lista B - André Villas-Boas

Estado
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P

Paul Ashworth

Bancada central
23 Maio 2007
1,526
2,288
As recentes declarações do AVB são mais claras em relação ao seu conceito de Academia. Rejeita liminarmente a ideia de Academia com alojamento próprio e traz para a discussão as famílias de acolhimento, que não são necessariamente uma novidade na realidade nacional, já que tanto slb como scp a utilizam em casos pontuais, não por questões sociais mas por esgotamento do seu espaço de alojamento.

Este ponto torna esta discussão ainda mais abrangente. Percebo o conceito de AVB, e numa sociedade ideal nenhuma família deixaria o seu filho de 12/13 anos sair de casa para residir longe dos pais. Mas o que a realidade nos tem provado é que a maioria das famílias (e quando digo "maioria" é mesmo uma percentagem esmagadora) não demonstra grandes problemas em fazê-lo quando o motivo é Futebol. Tenho até dúvidas que, quando AVB diz que cada vez mais as famílias rejeitam esse contexto, isso seja factualmente verdade, porque o que me parece em Portugal é que, na prática, são cada vez mais as famílias a aceitar essa separação. Aliás, o contexto de polo, que sobretudo o clube do regime expandiu pelo país mas que agora todos os grandes têm, visa fidelizar as famílias desde cedo (quando a criança tem 6, 7, 8 anos) para que estejam mentalizadas para essa mudança aos 12/13 anos. Atualmente, são os atletas vindos dos polos aqueles que mais camas ocupam no Seixal (cerca de 75%), e acredito que seja este também o nosso caminho, a criação de mais polos para abastecer esta maior capacidade de recrutamento em alojamento. E esta estratégia de polo não pode ser desconsiderada quando se contempla a questão da Academia. Porque os atletas que vamos ter em alojamento, numa percentagem considerável, serão atletas que o clube foi mentalizando (não só eles mas também as famílias) que essa mudança para a Academia irá acontecer mais à frente no caminho, e isso aumenta a probabilidade de aceitação, até porque todo o contexto é feito de forma a condicionar a decisão do atleta e da família no momento da transição polo-Academia. Grosso modo, não estamos a falar de uma família que vivia tranquilamente a sua vida e que de repente cai uma "bomba atómica" em casa em que têm de decidir do nada se o filho sai de casa ou não. Esses casos serão, no médio/longo prazo, a exceção.

Esta questão dos polos é um dos motivos pelos quais não nos adianta estar a fazer comparações com o modelo do Ajax ou outros modelos internacionais. Até mesmo porque a nível de mentalidade estamos a falar de povos completamente distintos. E se, por exemplo, as famílias de acolhimento por lá são um sucesso, aconselho AVB a aferir junto do clube do regime qual é a taxa de aceitação dos atletas para as famílias de acolhimento em comparação com a taxa de aceitação para o alojamento no Seixal. Até podia dar alguns exemplos de atletas a quem o clube do regime propôs famílias de acolhimento e que os atletas preferiram ir para Alcochete, ou atletas a quem tinham proposto família de acolhimento mas que tiveram de ajustar entretanto para o Seixal porque a aceitação da primeira opção foi nula. Aconselho também a tentar perceber junto dos atletas que disputamos e perdemos para o clube do regime quais os motivos que a maioria das famílias apresenta para a decisão.

A realidade é que o conceito de Academia com alojamento tem hoje uma aceitação natural por parte da maioria das famílias em Portugal e não me parece estar numa tendência decrescente. Os clubes atualmente gastam milhões de euros para garantir que existe todo um acompanhamento que tranquilize as famílias, seja através dos espaços lúdicos que têm nas Academias, seja pelo acompanhamento e pelas dinâmicas criadas pelos seus departamentos pedagógicos, ou até mesmo porque os próprios clubes financiam em grande parte os custos de deslocação das famílias para que estas possam estar o máximo de tempo junto dos atletas. Porque hoje em dia são poucos os atletas que estão em alojamento que não recebem a visita dos pais pelo menos ao fim-de-semana. Só mesmo os das ilhas é que têm maior dificuldade, porque os restantes fazem esse esforço de se deslocar para estarem com os filhos semanalmente. Mesmo os do Algarve têm hoje outra facilidade na deslocação, especialmente com as viagens low-cost. É muito comum uma família chegar na sexta-feira à noite ou sábado de manhã e ficar com o atleta todo o fim-de-semana, tendo como única responsabilidade trazê-lo para o jogo. Durante a semana, a agenda dos atletas já é preenchida o suficiente com a escola e os treinos, tal como a maioria das crianças nessas idades, pelo que esta questão do "isolamento social" se coloca sobretudo no fim-de-semana.

E estamos a falar numa Academia que será na Maia, não estamos a falar em Mirando do Douro ou Manteigas. É verdade que não é no meio de um centro urbano, mas continua a ser à mão em termos de acessibilidades, não se pode dizer que estão completamente isolados de toda a civilização.

Já a outra opção referida por AVB, a de ter um local de alojamento mais dentro da zona urbana do Porto, entronca num inconveniente logístico já velho conhecido, o das dinâmicas Casa-Treino-Escola-Casa: mais um ponto de paragem, maior inconveniente de transporte, não só à semana mas também em dia de jogo...Para além de manter na mesma afastados diferentes departamentos, já que o principal foco do departamento pedagógico são estes atletas, logo faz todo o sentido estarem ali e não no local dos treinos. E, como disse antes, o espaço na Maia apesar de ser mais remoto, não é no meio do deserto, com tendência a que a sua envolvência se desenvolva a reboque da própria Academia, por isso a questão da "centralidade" não justifica um muito maior inconveniente logístico.

Tal como referi acima, percebo a ideia do AVB mas não concordo com ela, principalmente por aquilo que é a realidade portuguesa, que tem as suas particularidades. Se formos comparar com o que outros clubes estrangeiros fazem temos de avaliar toda a envolvência, não basta dizer que este clube faz assim e resulta, por isso aqui também vai resultar. Comparar-nos com países com mentalidades diferentes, com regras diferentes... há países onde é proibido recrutar atletas que residam a mais de 50 quilómetros do local de treino, há países onde só se pode receber em alojamento a partir dos 16 anos, há países onde se paga direitos de formação em qualquer idade, independentemente do vínculo ser apenas o registo na federação, há clubes que têm a escola inserida na própria academia... ou seja, podemos e devemos olhar para os modelos estrangeiros mas temos sobretudo de analisar o que pode ser ajustado à nossa realidade, e para isso temos de a conhecer a fundo, saber o que pode resultar melhor ou pior por cá. E, em Portugal, o conceito de Academia "vende" mais do que qualquer outro, é até mesmo um fator determinante para a captação de talento, e essa deve ser a matriz que nos guia: aquilo que nos permite detetar, convencer e desenvolver talento da melhor forma possível.
 
mantower

mantower

Tribuna
31 Julho 2015
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2
  • Kelvin
  • Alfredo Quintana
Dizer que o concelho da Maia é um local desarticulado longe do polo social é um disparate hoje ou dia 2. Comparado com os acessos ao Olival então…

Mas ainda que escreves agora isso em vez de dizer que os outros fazem figuras tristes….
Tens razão mas estás a comprar uma guerra esquisita. Se no Olival não há nada para fazer, na Maia também não. Sim, incluo Águas Santas. E naquela zona então da Academia, muito menos. Não há absolutamente nada, só casas. Pelo que a crítica que tanto apontas devias é apontar a PdC. Pois AvB defende exatamente que os miúdos não devem ficar nem na Maia nem no Olival.

Miúdos de 14 / 15 anos, que vivam longe das suas famílias e por conta do clube, farão apenas Colégio Júlio Dinis - Academia e depois? Nos tempos livres fazem o quê?

O conceito dos lares de acolhimento, onde podem estar com famílias que cuidam deles, em zonas mais centrais do Porto, poderá fazer bem mais sentido do que um hotel na Academia ou Olival. Mas, neste contexto, não sou ninguém para opinar e gostava de ver a opinião de pais que tenham os seus filhos (destas jovens idades) longe de casa.
 

ryback

Tribuna Presidencial
27 Fevereiro 2008
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Também vai à sic?
É que 3a feira certamente vamos assistir a um ataque ao avb que pode influenciar em muito a decisão de voto de cada sócio.
 
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RGalego

#DEIXEMASADASAP
12 Março 2012
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Braga
  • André Villas-Boas
  • Sérgio Conceição
  • Jorge Costa
De uma coisa eu não tenho dúvida, com AVB a relação entre clube e sócios/adeptos vai mudar muito.
A forma como ele dedica e releva a importância de investir e aproximar a relação clube-adeptos faz-me crer que teremos um clube para as pessoas e não apenas um clube de pessoas.

No que toca as finanças é sem dúvida nenhuma o único candidato com visão e predisposição para fazer o que precisa ser feito.

São estas as minhas maiores preocupações para os próximos 4 anos, naturalmente que a academia também mas ele tal como a atual direção também a prioriza, desta forma acredito piamente que ele é a melhor solução para o presente e para o futuro.

Está na altura de virar a página para mais um capítulo e que seja já, que seja com ele.

FORÇA AVB
 

VPM

Tribuna Presidencial
3 Junho 2019
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14,405
Se atualmente já lá treinam, porque é que não é solução?
Que miúdos treinam no Olival ? Não tens nenhum edifício para albergar 140 miúdos. Ou seja a Maia é isolado e não tem acessos . Conheces os acessos ao Olival?
 

VPM

Tribuna Presidencial
3 Junho 2019
13,080
14,405
Tens razão mas estás a comprar uma guerra esquisita. Se no Olival não há nada para fazer, na Maia também não. Sim, incluo Águas Santas. E naquela zona então da Academia, muito menos. Não há absolutamente nada, só casas. Pelo que a crítica que tanto apontas devias é apontar a PdC. Pois AvB defende exatamente que os miúdos não devem ficar nem na Maia nem no Olival.

Miúdos de 14 / 15 anos, que vivam longe das suas famílias e por conta do clube, farão apenas Colégio Júlio Dinis - Academia e depois? Nos tempos livres fazem o quê?

O conceito dos lares de acolhimento, onde podem estar com famílias que cuidam deles, em zonas mais centrais do Porto, poderá fazer bem mais sentido do que um hotel na Academia ou Olival. Mas, neste contexto, não sou ninguém para opinar e gostava de ver a opinião de pais que tenham os seus filhos (destas jovens idades) longe de casa.
Mas vocês querem que miúdos com 14 ou 15 anos façam o que ? Saiam à noite para ir as galerias? O apeadeiro de São Frutuoso fica a 15 mns da estação de campanha .Qual é o apeadeiro no Olival ? Já foste ao Olival ? Conheces os acessos ? Onde estacionaste para assistir aos jogos ? Queres que te diga onde estacionei a última vez que fui ver os sub 19 no Olival? Onde alojas os miúdos no Olival?
Vocês estão naquela fase em que o AVB pode dizer as maiores barbaridades que é tudo espetacular ….
 
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Roberto_FCP

Roberto_FCP

Tribuna Presidencial
Staff
9 Março 2012
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Está tudo a concentre-se nas diferenças das academias ou dos conceitos de academia da formação...

Por amor de Deus 🤦

Então tivemos dezenas de anos sem academia, a treinar em condições deploráveis, e agora um mês das eleições onde uma administração se lembrou de avançar com a "coisa" é que vamos fazer disto assunto principal? E tudo o resto? Finanças? Transparência? Modernidade? Competitividade? Causas sociais? Relação com os sócios? Equidade?

Independentemente das diferenças deste assunto existem outras diferenças bem mais importantes. São tempos de mudança, temos que mudar! E o André traz-nos isso: MUDANÇA!

Força, André!
 

Mr.Ribeiro 46

Tribuna Presidencial
26 Julho 2016
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Tens razão mas estás a comprar uma guerra esquisita. Se no Olival não há nada para fazer, na Maia também não. Sim, incluo Águas Santas. E naquela zona então da Academia, muito menos. Não há absolutamente nada, só casas. Pelo que a crítica que tanto apontas devias é apontar a PdC. Pois AvB defende exatamente que os miúdos não devem ficar nem na Maia nem no Olival.

Miúdos de 14 / 15 anos, que vivam longe das suas famílias e por conta do clube, farão apenas Colégio Júlio Dinis - Academia e depois? Nos tempos livres fazem o quê?


O conceito dos lares de acolhimento, onde podem estar com famílias que cuidam deles, em zonas mais centrais do Porto, poderá fazer bem mais sentido do que um hotel na Academia ou Olival. Mas, neste contexto, não sou ninguém para opinar e gostava de ver a opinião de pais que tenham os seus filhos (destas jovens idades) longe de casa.
Se a academia tiver Internet, já se sabe o que vão fazer. Streaming e ver porno como homens normais.
 

mantower

Tribuna
31 Julho 2015
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  • Kelvin
  • Alfredo Quintana
Mas vocês querem que miúdos com 14 ou 15 anos façam o que ? Saiam à noite para ir as galerias? O apeadeiro de São Frutuoso fica a 15 mns da estação de campanha .Qual é o apeadeiro no Olival ? Já foste ao Olival ? Conheces os acessos ? Onde estacionaste para assistir aos jogos ? Queres que te diga onde estacionei a última vez que fui ver os sub 19 no Olival? Onde alojas os miúdos no Olival?
Vocês estão naquela fase em que o AVB pode dizer as maiores barbaridades que é tudo espetacular ….
Quero que tenham uma vida normal, como qualquer miúdo de 14 ou 15 anos. Que não se resume a estar num hotel horas e horas a fio.

Volto a dizer que estás a confundir as coisas. A questão não é Academia ou Olival, não é essa a ideia do AVB.
 

Pinetree

Tribuna Presidencial
27 Maio 2012
14,409
6,445
Continua a não dizer o que pretende fazer em relação às arbitragens (missas).

Ou tem assim tanta certeza que consegue vencer os 34 jogos da liga?!
Vai sacar da espada ao estilo Do Quixote, e vai ameaçar árbitros, liga, políticos adversários!!!!

Lê se cada coisa neste fórum.
 
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hawkeyes

Tribuna Presidencial
19 Julho 2006
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Vila Nova de Gaia, 1975
As recentes declarações do AVB são mais claras em relação ao seu conceito de Academia. Rejeita liminarmente a ideia de Academia com alojamento próprio e traz para a discussão as famílias de acolhimento, que não são necessariamente uma novidade na realidade nacional, já que tanto slb como scp a utilizam em casos pontuais, não por questões sociais mas por esgotamento do seu espaço de alojamento.

Este ponto torna esta discussão ainda mais abrangente. Percebo o conceito de AVB, e numa sociedade ideal nenhuma família deixaria o seu filho de 12/13 anos sair de casa para residir longe dos pais. Mas o que a realidade nos tem provado é que a maioria das famílias (e quando digo "maioria" é mesmo uma percentagem esmagadora) não demonstra grandes problemas em fazê-lo quando o motivo é Futebol. Tenho até dúvidas que, quando AVB diz que cada vez mais as famílias rejeitam esse contexto, isso seja factualmente verdade, porque o que me parece em Portugal é que, na prática, são cada vez mais as famílias a aceitar essa separação. Aliás, o contexto de polo, que sobretudo o clube do regime expandiu pelo país mas que agora todos os grandes têm, visa fidelizar as famílias desde cedo (quando a criança tem 6, 7, 8 anos) para que estejam mentalizadas para essa mudança aos 12/13 anos. Atualmente, são os atletas vindos dos polos aqueles que mais camas ocupam no Seixal (cerca de 75%), e acredito que seja este também o nosso caminho, a criação de mais polos para abastecer esta maior capacidade de recrutamento em alojamento. E esta estratégia de polo não pode ser desconsiderada quando se contempla a questão da Academia. Porque os atletas que vamos ter em alojamento, numa percentagem considerável, serão atletas que o clube foi mentalizando (não só eles mas também as famílias) que essa mudança para a Academia irá acontecer mais à frente no caminho, e isso aumenta a probabilidade de aceitação, até porque todo o contexto é feito de forma a condicionar a decisão do atleta e da família no momento da transição polo-Academia. Grosso modo, não estamos a falar de uma família que vivia tranquilamente a sua vida e que de repente cai uma "bomba atómica" em casa em que têm de decidir do nada se o filho sai de casa ou não. Esses casos serão, no médio/longo prazo, a exceção.

Esta questão dos polos é um dos motivos pelos quais não nos adianta estar a fazer comparações com o modelo do Ajax ou outros modelos internacionais. Até mesmo porque a nível de mentalidade estamos a falar de povos completamente distintos. E se, por exemplo, as famílias de acolhimento por lá são um sucesso, aconselho AVB a aferir junto do clube do regime qual é a taxa de aceitação dos atletas para as famílias de acolhimento em comparação com a taxa de aceitação para o alojamento no Seixal. Até podia dar alguns exemplos de atletas a quem o clube do regime propôs famílias de acolhimento e que os atletas preferiram ir para Alcochete, ou atletas a quem tinham proposto família de acolhimento mas que tiveram de ajustar entretanto para o Seixal porque a aceitação da primeira opção foi nula. Aconselho também a tentar perceber junto dos atletas que disputamos e perdemos para o clube do regime quais os motivos que a maioria das famílias apresenta para a decisão.

A realidade é que o conceito de Academia com alojamento tem hoje uma aceitação natural por parte da maioria das famílias em Portugal e não me parece estar numa tendência decrescente. Os clubes atualmente gastam milhões de euros para garantir que existe todo um acompanhamento que tranquilize as famílias, seja através dos espaços lúdicos que têm nas Academias, seja pelo acompanhamento e pelas dinâmicas criadas pelos seus departamentos pedagógicos, ou até mesmo porque os próprios clubes financiam em grande parte os custos de deslocação das famílias para que estas possam estar o máximo de tempo junto dos atletas. Porque hoje em dia são poucos os atletas que estão em alojamento que não recebem a visita dos pais pelo menos ao fim-de-semana. Só mesmo os das ilhas é que têm maior dificuldade, porque os restantes fazem esse esforço de se deslocar para estarem com os filhos semanalmente. Mesmo os do Algarve têm hoje outra facilidade na deslocação, especialmente com as viagens low-cost. É muito comum uma família chegar na sexta-feira à noite ou sábado de manhã e ficar com o atleta todo o fim-de-semana, tendo como única responsabilidade trazê-lo para o jogo. Durante a semana, a agenda dos atletas já é preenchida o suficiente com a escola e os treinos, tal como a maioria das crianças nessas idades, pelo que esta questão do "isolamento social" se coloca sobretudo no fim-de-semana.

E estamos a falar numa Academia que será na Maia, não estamos a falar em Mirando do Douro ou Manteigas. É verdade que não é no meio de um centro urbano, mas continua a ser à mão em termos de acessibilidades, não se pode dizer que estão completamente isolados de toda a civilização.

Já a outra opção referida por AVB, a de ter um local de alojamento mais dentro da zona urbana do Porto, entronca num inconveniente logístico já velho conhecido, o das dinâmicas Casa-Treino-Escola-Casa: mais um ponto de paragem, maior inconveniente de transporte, não só à semana mas também em dia de jogo...Para além de manter na mesma afastados diferentes departamentos, já que o principal foco do departamento pedagógico são estes atletas, logo faz todo o sentido estarem ali e não no local dos treinos. E, como disse antes, o espaço na Maia apesar de ser mais remoto, não é no meio do deserto, com tendência a que a sua envolvência se desenvolva a reboque da própria Academia, por isso a questão da "centralidade" não justifica um muito maior inconveniente logístico.

Tal como referi acima, percebo a ideia do AVB mas não concordo com ela, principalmente por aquilo que é a realidade portuguesa, que tem as suas particularidades. Se formos comparar com o que outros clubes estrangeiros fazem temos de avaliar toda a envolvência, não basta dizer que este clube faz assim e resulta, por isso aqui também vai resultar. Comparar-nos com países com mentalidades diferentes, com regras diferentes... há países onde é proibido recrutar atletas que residam a mais de 50 quilómetros do local de treino, há países onde só se pode receber em alojamento a partir dos 16 anos, há países onde se paga direitos de formação em qualquer idade, independentemente do vínculo ser apenas o registo na federação, há clubes que têm a escola inserida na própria academia... ou seja, podemos e devemos olhar para os modelos estrangeiros mas temos sobretudo de analisar o que pode ser ajustado à nossa realidade, e para isso temos de a conhecer a fundo, saber o que pode resultar melhor ou pior por cá. E, em Portugal, o conceito de Academia "vende" mais do que qualquer outro, é até mesmo um fator determinante para a captação de talento, e essa deve ser a matriz que nos guia: aquilo que nos permite detetar, convencer e desenvolver talento da melhor forma possível.
Excelente comentário. Como sempre, aliás.

Mas seria muito importante que fizesses analises semelhantes para os restantes aspectos desta discussão.

Por exemplo:

São necessários 10 campos de treino só para a formação abaixo dos sub-19? Porque não são suficientes os 5 do Olival? O Vitalis Park não pode ser uma infraestrutura complementar para a formação?

Que tipo de condições faltam no Olival para a formação, apesar de ser suficiente para as equipas profissionais? Apenas campos e/ou alojamento?

Com as melhorias a executar no Olival, esses problemas poderiam ser ultrapassados/mitigados? Por exemplo, no site da câmara refere, relativamente ao Olival, "está ainda prevista a construção de uma unidade hoteleira, direccionada para equipas futebol em estágios". Esse hotel existe? Vai ser construído? Pode ser usado/adaptado para alojamento de jogadores da formação?

Qual a localização preferencial em termos estratégicos de posicionamento no distrito/país, designadamente em relação aos distritos a norte, para o interior e a sul? Há vantagens na proximidade entre a infraestrutura da formação e das equipas profissionais? Poderão as equipas da formação utilizar pontual ou regularmente algumas das novas infraestruturas das equipas profissionais e, em caso afirmativo, qual a vantagem das duas infraestruturas estarem próximas?

Tens idea/opinião sobre os custos de construção e funcionamento que poderão ter as diversas infraestruturas em causa?
 

Raba

Tribuna Presidencial
13 Junho 2013
18,114
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4
  • André Villas-Boas
  • Fernando "Bibota" Gomes
  • Alfredo Quintana
  • Campeão Nacional 19/20
O André irá apresentar o seu CAR assim como as melhorias no Olival porque tal como vimos ontem existem pontas soltas em relação à Academia na Maia. Podem não ser impeditivas da sua concretização mas a verdade é que existe.

Como tal, faz todo o sentido o André apresentar a sua alternativa.

Onde está a dúvida aqui?

Mais.

O André já disse que se tiver que levar a Academia da Maia avante que assim o fará.

Onde está a dúvida aqui?

Complicam e implicam por tudo.

O problema está todo concentrado numa medida tomada por uma administração que pode ou não estar a um mês de sair do clube. Tiveram 42 anos para isto, mas só o "conseguiram" a um mês de umas eleições que se esperam altamente concorridas.
Certo.
AVB tem uma alternativa caso entenda que o projeto da Maia não é bom para o FCP.
Mas o que ele sempre disse foi que depois de ser eleito iria avaliar o estado do processo na Maia e só então decidiria.
Se for lesivo do Porto, admite rescindir contratos e avançar com a alternativa no Olival.
Se for um bom projeto é óbvio que vai seguir em frente.
O homem não é parvo e quer o melhor para o Porto.
 

Raba

Tribuna Presidencial
13 Junho 2013
18,114
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  • André Villas-Boas
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  • Alfredo Quintana
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e é isto, não se pode exprimir uma opinião diferente da narrativa instalada neste fórum e vem logo com este tipo de conversa.
o candidato avb andou a dizer que as casas do FC Porto sofreram todo o tipo de pressões ( ? ) para não o receber, novamente a fazer-se de vitima e a usar as casas como meio de ataque à direção do clube, óbvio que neste fórum com o fanatismo cego pelo candidato avb toda gente se acredita nele mas eu ainda acredito que faltando ainda 1 mês muitos daqui vão acordar para a realidade e ver a fraquíssima campanha de desinformação e ataques constantes infundados a tudo o que se passa no clube que o candidato avb tem vindo a fazer.
entretanto já falaram por aqui o facto de avb querer fazer uma academia só daqui a 15 ou 20 anos ? está mesmo preocupado com a formação do clube...
Este tipo é o jaco/mariana?
O nível de distorção da realidade é igual...
 
Estado
Não está aberto para novas respostas.