Venho aqui defender a “honra” do Zé Luís, em face das declarações do Pinto da Costa que falou num negócio, “verdadeiramente ruinoso”, o que, curiosamente, não concordo, quer do ponto de vista desportivo e até financeiro.
Do ponto de vista desportivo, é óbvio que, o Zé Luís nunca irá figurar na lista dos nossos melhores jogadores, mas também será muito injusto colocá-lo na lista dos grandes flops, com jogadores tipo o Depoitre, o Majeed Warris ou Nakajima, entre outros.
Estreou-se a marcar naquele jogo verdadeiramente desastroso contra o Krasnodar, tendo entrado ao intervalo, marcando um golo e tendo-se ficado com a sensação de que, se tivesse jogado do início, a história do jogo poderia ter sido outra. Passados 4 dias, contra o Setúbal, fez uma grande exibição, tendo feito um hat-trick. Na semana seguinte, fez uma grande exibição na Luz e marcou um golo. Até ao Natal, foi um jogador útil, que foi marcando golos. Recordo-me em particular, daquele grande golo contra o Paços de Ferreira de pontapé de bicicleta. Depois do Natal, o seu rendimento foi diminuindo, tendo marcado apenas 2 golos para a Taça de Portugal. Depois do reinicio do campeonato, após a paragem por causa do Covid-19, aí sim, o seu rendimento foi desastroso ( aquele penalty patético na Vila das Aves foi sinal disso).
Tudo conjugado, nem 8 nem 80. Começou muito bem, mas acabou muito mal. Quero acreditar contudo que, os golos que marcou foram preponderantes para o título ganho nessa época. Marcou 7 golos no campeonato, 2 na Taça de Portugal e um nas competições europeias. Muitos avançados já passaram por cá com um registo bem pior.
Do ponto de vista financeiro, foi um mau negócio, uma vez que foi comprado por cerca de 10,75 e tendo sido vendido por cerca de metade. Mas também apelidar o negócio de “verdadeiramente ruinoso” parece-me claramente exagerado.