Quando se confunde luta por direitos humanos e luta contra o genocídio como algo de esquerda, diz mais de quem faz essa afirmação do que dos manifestantes.
O apartheid caiu pela luta constante, não foi por dizer que a luta não era para ali chamada.
Nada, nunca, em tempo algum foi adquirido sem luta. Especialmente a dignidade humana.
Vendo as imagens que nos chegam diariamente é impossível não estarmos ao lado da Palestina.
Eu não consigo ver grandes diferenças entre o que Israel está a fazer àquele povo e o que os nazis fizeram aos judeus nos guetos.
Eu acho importante que se use estes eventos de alcance mundial para promover a causa e não deixar cair no esquecimento o que se passa em Gaza. Agora, da mesma forma que a luta contra o Hamas não legitima a morte de centenas de milhares de inocentes, a luta contra o estado de Israel não legitima o ataque à segurança dos ciclistas.
Eu compreendo, até porque concordo, que a situação é trágica e algo tem de ser feito mas não pode, em momento algum, usar-se ataques terroristas para chamar a atenção de ataques terroristas. Porque é isso que se passou nas últimas etapas da Vuelta.
Aquelas imagens de gente a mandar-se para o meio da estrada e que levou à queda dum ciclista é terrorismo.
Já que falas no Apartheid, Nelson Mandela foi um dos maiores seres que este planeta já gerou porque deixou a violência de lado e abraçou os seus inimigos quando até tinha legitimidade para lhes apertar o pescoço.
Não foi o melhor exemplo.