Estive lá, ninguém me contou.
Ao contrário do que certas narrativas possam fazer crer, este episódio veio demonstrar duas coisas:
Por um lado, a deficiência cognitiva de quem organiza estes protestos, que até seriam legitimos com outro enquadramento, dado o momento lastimável da equipa, mas nunca com aquela frase hipócrita a falar de "vida de milhões", aquilo ali foi o fim da picada. Tanto que os assobios e apupos que vieram de TODO o estádio foram audíveis principalmente quando a tarja finalmente foi aberta e se conseguiu ler "a mensagem" (demoraram para aí uns cinco minutos a organizar o que eu designaria por "a logística da tarja").
Por outro, veio comprovar a UNIÃO dos sócios do FC Porto, mesmo perante o momento complicado que se vive no clube, ou talvez por isso mesmo. Os 80% não foram circunstanciais, esqueçam isso. Foi um despertar de um longo sono e não vamos de uma hora para a outra descobrir todos que afinal a anterior gestão era genial e que andamos todos enganados pela "turma da Foz" e que o Francisco é o maior. E os protestos, apupos e assobios foram tão fortes que a claque ganhou vergonha e cinco minutos depois recomeçou a apoiar a equipa. Nesses cinco minutos de silêncio e protesto, foi o estádio todo a substituir a claque no apoio. Gritou-se "Porto, Porto, Porto" e até se cantou uma das músicas mais conhecidas dos SD. E o Porto quase que marcava nessa altura!
A segunda tarja, aberta pouco tempo depois, já foi mais tranquila, por não ser tão hipócrita e também porque ninguém estava para se chatear mais por causa de atitudes da bancada mais vazia do estádio.