Não deixa de ser uma imagem impactante a de Ronaldo em lágrimas por mais um título internacional. Durante muito tempo a selecção nada ganhou e muitos apontavam a Ronaldo a ausência desses troféus. Num período relativamente curto, e já depois dos trinta, Ronaldo (e Portugal) consegue três grandes conquistas. E desta vez, contrariamente aos pálidos desempenhos nas últimas grandes competições, Ronaldo contribuiu decisivamente para a segunda Liga das Nações. Por menor que seja a prova, o feito é grande face aos mais de quarenta anos de Ronaldo. Golo na meia-final, golo na final, vários golos na fase grupos. Golos contra nações de relevo: Croácia, Polónia, Dinamarca, Alemanha e Espanha. Fica bem este momento de glória.
Monumental exibição de Mendes, provavelmente o melhor lateral esquerdo, ou apenas lateral, do planeta. Um verdadeiro monstro. Dos melhores desempenhos de um lateral em finais internacionais. Grande época, grandes vitórias.
Martinez teve o mérito de se corrigir. Cometeu o mesmíssimo erro, um que qualquer leigo toparia a milhas de distância. Tornou a enfraquecer o meio-campo, desta feita em dose dupla. Arredou um jogador dinâmico e combativo como Neves para a defesa e incluiu um Bernardo Silva excessivamente suave numa zona nevrálgica do terreno. Chico perdeu-se no auxílio a Neves, ambos sofrendo a bem sofrer com Nico pela frente. Esteve endiabrado. O seleccionador lá decidiu lançar, outra vez, um lateral para a lateral e um médio mais ajustado às funções para o meio. Qual a dificuldade de se fazer o mais simples? Conseguiu, ainda assim, não utilizar o miolo do campeão europeu nesta fase final. Um feito. Lá se vai a Taça das mãos do Vitinha. Corrigiu-se, venceu e entra na história da selecção portuguesa. Que consiga aprender e rectificar-se, evitar a tentação das marcas de autor e usar, simplesmente, toda a qualidade dos seus jogadores da melhor forma possível.
Leão vertiginoso com bola e a passo, quando não distraído, sem ela. Que desperdício. Ele e o colega Félix. Bem no ataque, de qualquer das maneiras. Inácio inseguro e inconstante: colocou-se a si próprio fora do lance de um dos golos da Espanha com uma pressão desconchavada e facilmente batida com um toque de classe; falhou alguns passes e decisões.
Alegria por Diogo Costa, também ele determinante. E uma palavra de reconhecimento a Nélson Semedo, nem sempre valorizado.
Golo irregular dos espanhóis?
A Liga das Nações acabou por ser uma aposta ganha da UEFA. Partidas emocionantes, disputas intensas e dramáticas, e grande emoção de quem está no relvado. Para prova secundária, não é nada mau.