Outra vez Salónica.
A praga crónica do graffiti e o declínio cinzento suburbano, em história dura desta jóia "suja" do Mar Egeu. O contraste do delírio culinário em cada rua e depois...o Toumba.
A romaria popular degradada ao seu templo sagrado. Como se fosse a última vez. Admiração e repulsa indecifráveis. Um cheiro a anos 80...
Seguir fielmente as 4 letras (PAOK). Nas ruas, nas praças, nas pétalas, e claro, na relva. Primeiro, a tempestade inesperada, depois o Toumba a ferver.
No eterno 4-2-3-1 de Lucescu, a superioridade tática, mental e técnica em cima do amorfo e pouco enérgico 4-2-3-1 de Mendilibar, após o feito europeu de 5ª feira. Carmo é um poste estático, pouco mordido hoje. Navarro, titular mas uma nulidade no bolso do jovem gladiador Koulierakis, cheio de paixão e energia que também anulou completamente El Kaabi, o carrasco do Aston Villa, feito craque "à pressão".
A "estrela" precoce Konstantelias, ainda que intermitente, a deliciar no contra-ataque. Corte subtil em cima de Quini, vindo para dentro, e assistindo de veludo o sprint de Zivkovic que isolado não falhou: 2-0.
Uma tarde-noite onde ninguém ficou para trás e que dá o direito de ainda sonhar. PAOK agora só a 1 do AEK. E na próxima 4ª, nova procissão ao Toumba para receber o Pana. Em Atenas, AEK no Karaiskakis.
No fim, o ritual do habitual. A comunhão de frenesim festivo aos Gate 4. Loucura, fúria de paixão, espalhando "terror", naqueles cimentos inesquecíveis do Toumba. "Divino" inexplicável.