O scouting não serve apenas para andar a descobrir jogadores que ninguém conhece e perceber se eles têm talento para a bola ou não. Isso é apenas uma parte… o trabalho de scouting bem feito é muito mais profundo e importante do que isso e passa também (factor de grande relevância) por estudar ao pormenor os jogadores que possam ser interessantes futebolisticamente para integrar o clube. Desta forma sabem-se ao pormenor as questões relacionadas com as lesões, com problemas comportamentais, perfil psicológico, etc. Até mesmo as questões familiares e perfil religioso são muitas vezes tidos em conta no estudo dos jogadores para traçar um perfil de adaptação ajustado e para perceber, por exemplo, se jogador X ou Y vai fazer ramadão ou ter maiores dificuldades de adaptação ao país!
Desta forma podem-se evitar erros como trazer jogadores como o Walter, o Veron, o Quintero ou assim no limite trazer um Osvaldo que tinha todas as “red flag” possíveis!
Isto para dizer que também para o Samu ou para o Moura era preciso scouting. Não para os descobrir como jogadores (até porque eram conhecidos e estariam numa lista de potenciais reforços - ou seja, estavam descobertos) mas para fazer o trabalho seguinte e que passa por perceber se eram jogadores com o perfil e as características adequadas a fazer parte do plantel.
Claro que o scouting também comete erros e pode avaliar os jogadores de forma errada, seja para um lado ou para o outro mas isso faz parte!
Por exemplo, o caso do Gul:
o scouting “descobre” o jogador na Suécia, a começar a ter oportunidades no Hammarby e percebe que tem potencial de crescimento para ser um avançado de qualidade. A avaliação do potencial futebolístico é feito e, pelo baixo custo e baixo risco na contratação, decide-se avançar.
Toda a contratação implica sempre um risco de falhanço ou a possibilidade de um ritmo de crescimento do jogador mais lento do que esperado. Daí poder ser uma contratação de risco mais ou menos elevado, dependendo de vários factores, incluindo o preço e potencial mercado futuro.
A questão que aqui também pode ter falhado ou não ter sido devidamente avaliada é a potencial dificuldade de adaptação (O jogador não fala a língua, não tem ninguém do seu país aqui, etc etc)! Esta possível falha na avaliação pode fazer com que as expectativas que se têm no jogador saiam frustradas ou que demorem mais tempo até serem correspondidas.
A resposta só saberemos mais à frente!