A frase inicial de um artigo do Público sobre a vinda do Luuk De Jong:
"Quando saiu dos Países Baixos, este avançado não brilhou....." O whishfull thinking dos filhos da puta. A imprensa de Lisboa treme por todos os lados, amigos.
"Tentou na Alemanha, mas falhou. Tentou em Inglaterra, mas falhou. Tentou em Espanha, mas, apesar do sucesso colectivo e do apreço dos adeptos, nunca foi uma figura no Sevilha – e mesmo que no empréstimo ao Barcelona ainda tenha sido útil, foi quase sempre uma opção para sair do banco e não foi contratado em definitivo."
Filhos da grande puta. Fosse o De Jong para o fenfinque e eram loas e loas e o resto escondido.
"Luuk de Jong já virou cliché: só é feliz à PSV. Quatro aventuras em clubes fora dos Países Baixos, quatro fracassos. Para Luuk de Jong, o caminho para a felicidade é sempre o regresso a casa.
O senso comum diz-nos que é bom testarmos os nossos limites e não nos conformarmos, mas também diz que é importante sabermos onde somos mais felizes e, se for caso disso, regressarmos a esse local. Se a forma certa de viver é testar ambas as premissas – a da aventura e a dos locais certos da felicidade –, então Luuk de Jong é, em bom português, alguém que “sabe andar nisto”.
Aos 33 anos, o avançado internacional pelos Países Baixos tem tido uma carreira incomum. E já deve saber que, faça o que fizer e vá onde for, tem “Eindhoven” escrito na testa. Ali, na pequena cidade neerlandesa, ele sabe ser feliz. Noutros locais, nem tanto.
O neerlandês marcou neste domingo no triunfo com que o PSV esmagou o Ajax, por 5-2, contribuindo para aumentar a vantagem na liderança do campeonato e, em simultâneo, afundar e embaraçar ainda mais o rival de Amesterdão, que segue em profunda agonia num campeonato que habitualmente domina – e quando não o faz, fica perto de vencer.
FALHOU LÁ FORA
De Jong já leva 14 golos e 8 assistências em 18 jogos, o que atesta o impacto brutal que tem tido no futebol ofensivo do PSV.
Mas olhar para a carreira deste jogador é ver que é alguém que só está bem em casa. Quando apareceu no Twente, fazia golos – bastantes. Depois, na Alemanha, foi irrelevante na primeira época de Monchengladbach e ainda menos útil na segunda, sem qualquer golo. No Newcastle, ficou novamente a zeros.
A solução tinha de passar pelo regresso a casa, numa fase em que também chegou a ser bastante associado ao Benfica – fez parte das “novelas” de Verão em mais do que uma temporada.
Em cinco temporadas, teve uma média de 22 golos por época, um valor que lhe dava, justamente, o direito a prestar-se a uma nova aventura num futebol melhor.
Nesse momento, já era um jogador com alguma tarimba e experiência, além de mais resistente na saúde física. Era, portanto, alguém com outras ferramentas para ser feliz num campeonato mais forte.
Resultou? Nem por isso. No Sevilha, foi jogando bastante, mas muito como suplente — e os 19 golos em duas temporadas não impressionavam ninguém. Ninguém excepto… o Barcelona.
Numa contratação surpreendente, um Barcelona em agonia financeira virou-se para um avançado experiente e com um perfil diferente dos outros. E Luuk sabia ao que ia.
"Eu sei que não vou jogar os jogos todos. Posso ser um plano B, para mudanças tácticas. Tenho qualidades com a cabeça, para cruzamentos. E também podem por-me na frente e usar- me como referência para a equipa", chegou a explicar, à Esport3.
Foi exactamente isso que se tornou: um plano B. Foram apenas sete golos e deu-se, inevitavelmente, um novo regresso a casa, onde voltou aos golos.
AMEAÇA AÉREA
Apesar do perfil físico imponente e do tremendo jogo aéreo, Luuk de Jong sempre teve alguma capacidade para jogar em apoios e participar no futebol ofensivo. E foi mais do que um “pinheiro” de área, mesmo não tendo um raio de acção muito alargado no ataque. Mas também nunca precisou.
Para "consumo interno” chegava e não havia que enganar: voltou aos golos no PSV depois de Espanha e o que fica em causa, com Luuk de Jong, é se se trata de alguém mentalmente impreparado para o desconforto da emigração ou se é apenas um jogador com nível insuficiente para campeonatos mais fortes do que o neerlandês – uma Liga habitualmente “amiga” dos avançados. Ou talvez seja um pouco de tudo.
Certo é que a carreira de Luuk de Jong está recheada de títulos - sobretudo nos Países Baixos, mas também uma Liga Europa, a "propriedade" do Sevilha -, mas parece ter ficado abaixo do que se vê quando veste à PSV.
De Jong poderá sempre dizer que marcou golos no “seu” campeonato, que venceu um título na Europa e que esteve em dois Europeus e um Mundial com a selecção. E tudo isto é verdade e atesta uma carreira feliz."
O mesmo jornalista a que chamas filho da puta escreveu este artigo, no "Público", em Outubro de 2023. Há quase dois anos.
Parece-me um bom artigo. A menos que já soubesse que o jogador viria para o FC Porto dois anos depois, está bom de ver que o jornalista tem uma opinião vincada sobre o jogador, embora todo o artigo seja mais factual do que opinativo.
Ora, pelo que escreveste neste post, o jornalista foi coerente e aludiu às experiências mal conseguidas do jogador no estrangeiro. Como tinha feito há dois anos.
Gostava de ler o artigo todo, mas a parte que não é paga e que está visível no site do Público repete os elogios que já lhe tinha feito há dois anos: "O FC Porto contrata um jogador eco-consciente e que convenceu o Camp Nou a cantar o seu nome sempre que havia um canto – traz força aérea.
Luuk Up” é o que dirá Francesco Farioli aos jogadores quando o FC Porto estiver em apuros. Com Luuk de Jong, o novo avançado do FC Porto, a equipa portista ganha mais do que um ponta-de-lança: ganha uma "torre de controlo" ofensiva, capaz de transformar cruzamentos em golos com uma precisão temível. Chamemos-lhe “força aérea n.º 9, apesar de, em rigor, o número da camisola vá ser o 26."
Se no resto do artigo o jornalista se contradisse em relação ao artigo de há dois anos, então aí tens toda a razão.
Quanto ao estilo, é natural que nem todos gostem, mas é o estilo dele. Assume que gosta de contar "estórias" e já escreveu o livro "Futebol numa conversa de café".